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Pessoas – O gargalo na operação de data centers

publicado por Wilson Laia

Figura - Pessoas – O gargalo na operação de data centersA fonte das falhas nos Data Centers certamente têm muitas facetas, mas apenas uma causa raiz. Nos parece que as “PESSOAS” acabam por ser a única causa das falhas nos Data Centers e a única causa raiz para tais falhas. Uma vez que, todas as decisões são tomadas por pessoas. Isto posto e adicionalmente, olhando para a história profissional como um todo em quaisquer indústrias e ou segmentos, constatamos que pessoas erradas em cargos errados e departamentos errados, causam gargalos em quaisquer negócios. No segmento de Data Centers isto é especialmente prejudicial.

Apesar de o foco deste artigo ser as pessoas no ambiente de Data Centers, este assunto aplica-se a todo o Ambiente de TI, pois, as pessoas são quem decide pelas políticas certas ou erradas, pelas contratações certas ou erradas, pelos investimentos certos ou errados, por capacitar ou não suas equipes. Portanto, o fator humano é a chave. Isto pode “minar’ não só qualquer operação de Data Center, mas também o projeto como um todo, desde o design até a implementação ou, ainda, pode pôr a perder todo um Ambiente de TI.

Assim, não importa qual seja o propósito a corrigir, as pessoas irão tomar as decisões cruciais, sempre baseados em seus respectivos valores. Com base nisto, o quão capacitadas são as pessoas, e o quão abertas são suas mentes para o negócio em si, determinam o gargalo, pois, na maioria das empresas o gargalo está no “apetite” para rodar uma primeira operação de Data Center, o que começa inevitavelmente pela contratação das pessoas certas para os lugares certos, e capacitá-las para tomar as melhores decisões possíveis, de maneira a permitir a evolução dos Data Centers.

A lei de Moore, aplicada aos Data Centers, nos diz que precisamos ser capazes de adaptar os Data Centers às novas tecnologias a cada dois anos, assim, mantendo “vivo” o necessário “apetite” das empresas. Portanto, significa dizer que o treinamento, capacitação e a reciclagem dos profissionais das diversas áreas dos Data Centers, é de fundamental importância para evitar quaisquer gargalos.

Assim, há uma única causa raiz para as falhas nos Data Centers: As Pessoas, proprietários ou profissionais que gerenciam e operam os Data Centers diante dos mais variados e diferentes eventos de falhas. Vejamos alguns deles:

Pessoas que não entendem o negócio – É típico dos Data Centers entregar algo diferente do contratado ou, em alguns casos, em total contradição com as necessidades de negócio. A maioria das pessoas nem sempre sabem o que eles realmente querem, quando tentam quantificar suas necessidades nas matrizes dos Data Centers. Não entendendo a natureza do negócio, seus requisitos e sensitividades é o início dos problemas.

Pessoas que não conhecem corretamente o budget – Quando você precisa de quarto noves (99.99%) de disponibilidade, mas seu budget foi dimensionado para apenas dois noves e meio (99.45%); quando você precisa de 2MW de energia elétrica, mas seu budget permite a você comprar somente 1.5MW; quando você sabe que a refrigeração efetiva no seu caso específico é prover 15KW por rack e 2.400 CFM, mas seu budget somente permite comprar energia para uma fração do que você realmente necessita; de quem é a falha senão das pessoas que preparam o budget com divergências entre a necessidade real e a prevista, e as pessoas que aceitaram estas garantias irrealistas, comprometidos e falsas?

Pessoas selecionando sites errados – Se um terremoto, enchente, tornado ou qualquer outra anomalia climática provoca uma parada em um Data Center; se temperaturas extremas, sujeira, EMI (Campo Eletromagnético), etc. sobrecarrega um Data Center com uma alta conta de energia e potenciais paradas; ou se você não tiver provedores redundantes de energia elétrica e de acesso, isto se deve porque a as pessoas envolvidas na seleção do site não fazem o seu dever de casa ou estão comprometidas com a contratação de um site inferior, mas não conseguem transmitir as potenciais consequências à alta gestão.

Pessoas elaborando de projetos irreais – Falhas de projeto são uma fonte comum de problemas que refletem a interrupção das operações multiplicadamente quando e onde você mais precisa do Data Center. Engenharia imprópria, conceituação inadequada e detalhes de concepção levam a uma cadeia de deficiências no Data Center que são demasiado caros para mudar e corrigir, e quase impossível lidar com eventos de falha, uma vez que a construção é concluída.

Pessoas comprando tecnologias inapropriada – Quando as pessoas selecionam e compram produtos baseados em marcas e não em sua qualidade técnica eficiência e eficácia; quando eles tentam construir o seu Data Center com base em um produto ou tecnologia específicos, ao invés de construir o Data Center em tecnologias que abranjam a aplicação e o negócio como um todo;  ou, ainda quando a tecnologia selecionada não é a melhor  para as especificações do Data Center, o problema é que as pessoas na cadeia de comando ignoram os princípios básicos da construção de Data Centers.

Pessoas fazendo implementações incorretas – Ignorando os princípios e metodológicos de implementação, pegando atalhos, negligenciando detalhes, não sendo pontuais, ignorando procedimentos críticos de instalação e fases de configuração, são somente um fragmento dos desastres que atrapalham um Data Center de estar rodando a contento, e mais ainda, as partes interessadas do Data Center e os usuários finais e de aplicação.

Pessoas falhando nos testes – Testes adequados fazem parte de um importante passo no Desenvolvimento de Data Centers.  Se não for planejado e executado com perícia, resultará em falsas promessas e crenças errôneas na entrega das solicitações e habilidades dos Data Centers. As pessoas envolvidas na Engenharia de testes, planejamento, execução, supervisão e avaliação de relatórios pós testes e no processo de tomada de decisão são a chave para certificar-se que testes efetivos e medidas corretivas evitem sérias paradas e falhas através do tempo.

Pessoas dependendo de pessoas erradas – Quando um DBA passa a gerenciar um Data Center sem a exposição apropriada a um treinamento, quando um engenheiro de Redes assume as funções de um Gerente de Operações de Data Center, quando um especialista em eletricidade pega as funções de estrategista de Data Center ou quando um engenheiro mecânico gerencia um helpdesk, quisto determina que “Houston, we have a problem.” Muitas vezes, as pessoas crescem em seus cargos, e as novas posições que assumem estão muito longe de suas verdadeiras capacidades e do que eles realmente podem entregar. Depender de pessoas erradas pode ser desastroso para Data Centers. Os Data Centers precisam ser planejados, implementados e gerenciados por pessoas especializadas em Data Centers.

Pessoas falhando em documentar – A falta de manuais concisos e coesos, SOPs (Statetment of Position) consolidados, políticas e procedimentos, Implementação de um controle de mudanças (change management), possuir sólida gestão e, ainda, uma documentação simples e prática pode levar um sistema ou sistemas a indisponibilidade e provar que a falta de uma documentação apropriada pode ser uma proposição muito cara. Novamente, quem mais estaria por trás desta lacuna, senão as pessoas envolvidas?

Pessoas desalinhando TI e instalações – O desalinhamento das instalações de Data Center (energia elétrica, refrigeração, etc.) em relação a TI (rede, storage, etc.) causam muito estrago e desperdiçam muitos recursos, bem como horas operacionais muito além da descrição. Nós violamos as fronteiras da obsolescência quando anda enfrentamos o tradicional e injustificado desalinhamento nos Data Centers. Infelizmente, largamente praticado por pessoas, isto continua a ser um “gap” visível e consistente através das organizações.

Pessoas falhando ao planejar com antecedência – Os Data Centers devem fortalecer e sustentar o crescimento do negócio. Assim, sendo futurístico na visão e na prática bem como no planejamento de necessidades futuras (da melhor forma que possam ser projetadas) dado ao dinamismo dos negócios e aplicações de hoje, é crucial. Não planejar o future, não apenas quanto a antecipação do crescimento e expansão , mas também quanto a consolidação, gerenciamento de DR (Disaster and Recovery), e muitos outros aspectos são causados pela miopia ou visão curta das pessoas.

Pessoas não implementando a verdadeira nuvem (cloud) – Ir para a nuvem (cloud) é uma forma de alcançar novos horizontes e satisfazer extremos valores de RPO (Recovery Point Objective) e RTO (Recovery Time Objective). Mas nuvem não pode ser tomada unicamente pelo seu sentido virtual. A verdadeira nuvem é o requisito essencial para as necessidades das aplicações de missão crítica de hoje. Quando as pessoas não entendem o que é nuvem (cloud), nos termos físico e lógico e, ainda, como ela pode e deve ser implementada, o reino da virtualização pode induzir ao erro os gerentes de TI no que tange em acreditar em redundâncias que, na realidade não existem.

Pessoas sendo um ponto único de falha (single-point-of-failure) – Quando uma função crítica de um Data Center se torna dependente de um único indivíduo, este indivíduo é um ponto único de falha (single-point-of-failure) de seu Data Center. Em caso de falha, quer seja devido a negligência grave, erros honestos ou simplesmente a ausência desta pessoa; toda a infraestrutura e operação do negócio do Data Center pode parar devido à falta de gerenciamento de redundância e resiliência desta pessoa.

Pessoas que não entendem a Aplicação – A aplicação é o produto final, a entrega ou a saída dos Data Centers. A Aplicação é a razão para se construir os Data Centers. Infelizmente, a falta de compreensão tangível das verdadeiras necessidades da Aplicação das pessoas leva as organizações a construir centros de dados que são voltadas para nada, mas a aplicação que pretendem entregar. Os resultados são financeiramente separados e facilmente quantificáveis.

Assim, concluímos que a maior parte das falhas e paradas de um Data Center são causadas diretamente por falha humana.

Ao mesmo tempo em que um plano sólido é essencial, ele é apenas tão bom quanto as pessoas que o suportam. Uma equipe forte pode fazer toda a diferença no fato de que um tempo de inatividade no Data Center será ou não percebido e, concentrar-se nas pessoas diminuí drasticamente qualquer risco de tempo de inatividade.

Em sendo assim, podemos afirmar que pessoas fortes e mais capacitadas trazem resultados melhores e mais fortes.

Fonte:         

http://www.mehdiparyavi.com/data-centers-fail-much/

http://www.datacenterknowledge.com/archives/2014/09/15/disaster-recovery-strong-people-bring-stronger-results/

http://www.redbooks.ibm.com/abstracts/sg247928.html?Open

http://www.bitpipe.com/tlist/Data-Center-Management.html

http://www.bitpipe.com/tlist/Data-Center-Management.html

 

Autor

Executivo sênior da Área de TI com uma carreira de 41 anos na área, tendo atuado em grandes multinacionais, tais como: IBM Brasil, Software AG Brasil, Hildebrando Brasil, braço de TI do Grupo TELMEX, Case Brasil, Emerson e Beloit Industrial. Board Member - Board Club, Head of Projects - Agent of Industry 4.0 Prosperity and Development no IDCA - International Data Center Authority, atuando nas Iniciativas de Internacionalização Brasil-Portugal. Membro do Hard Core da Excelência Holding e do Sistema Excelência Holding. MBA em TI pela FGV, Pós-graduado Babson College-USA. Especialista em Data Centers com certificações do IDCA - International Data Center Authority. Certified DCM – Data Center Manager ® - IDCA – USA Certified DCE – Data Center Engineer ® - IDCA – USA Certified DCTP – Data Center Technology Professional ® - IDCA – USA Certified DCOS – Data Center Operations Specialist ® - IDCA – USA Certified DCOM – Data Center Operations Manager ® - IDCA – USA Certified DCIS – Data Center Infrastructure Specialist ® - IDCA – USA Certified DCES – Data Center Engineering Specialist ® - IDCA – USA Certified DCIE – Data Center Infrastructure Expert ® - IDCA – USA Possuí uma combinação única de Vendas, Tecnologia, Infraestrutura de TI (Mainframe, Unix, Linux, Windows), Consultoria (Serviços Profissionais ou Professional Services), suporte técnico, Redes no Brasil, América Latina, América do Norte e no mercado Europeu. A larga experiência na área de TI, lhe confere uma rara oportunidade de conhecer quase todos os segmentos desta área, inclusive em startups de empresas, garantindo uma navegabilidade em todas as plataformas e tecnologias vista em poucos profissionais, o que aliado ao conhecimento estratégico que envolve a área, o credencia a discorrer sobre vários assuntos pertinentes em TI.

Wilson Laia

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