Com o dólar rondando os R$ 4,20, os preços dos serviços de nuvem nos principais provedores dispararam. O profissional de TI brasileiro — seja de operação ou desenvolvimento — ainda ignora boas práticas como desligar servidores fora do expediente (via Wake on LAN) ou monitorar consumo.

Na nuvem, a lógica é a mesma, mas com um agravante: a cobrança é por hora e em dólar. Cada VM esquecida ligada pode custar caro — literalmente.

Ambientes híbridos: uma tendência inteligente

Muitas empresas estão adotando soluções híbridas, mantendo sistemas leves na nuvem e cargas críticas on-premises. Com o câmbio alto, essa estratégia ajuda a equilibrar custo, performance e segurança.

Dicas práticas para reduzir custos

1. Desenvolvedores e DevOps

  • Desligue ambientes de QA e homologação fora do horário comercial.
  • Otimize algoritmos e APIs para reduzir tráfego de rede e requisições desnecessárias.
  • Use tags de custo e orçamentos por projeto — o que não se mede, não se controla.

2. SysOps e infraestrutura

  • Automatize liga/desliga de VMs de homologação e QA.
  • Reduza o tamanho das instâncias durante períodos de baixa demanda (scale down).
  • Monitore consumo de CPU e memória; configure alertas de uso anômalo.

Comparando custos na prática

Antes de decidir onde rodar seus serviços, compare com as calculadoras oficiais:

Além disso, você pode calcular o custo interno da sua própria infraestrutura — energia, storage, backups e horas técnicas — usando esta planilha:

Baixar planilha de custo interno (OneDrive)

O custo invisível das máquinas ligadas

Ao avaliar o custo da nuvem, poucos consideram o peso dos custos invisíveis: energia elétrica, manutenção, tempo do profissional, armazenamento e backups. Esses fatores também existem internamente — e muitas vezes são subestimados.

Em um exemplo real, uma máquina corporativa on-premises ficou com custo médio de R$ 10,45/hora considerando energia, storage, backups e pessoal. Isso dá uma boa base de comparação com VMs em dólar.

Conclusão

Com a alta do dólar, é essencial repensar uso, automação e elasticidade. Nuvem é liberdade — mas também disciplina. Monitorar, otimizar e desligar o que não é usado é o caminho para equilibrar performance e orçamento.