Inteligência Artificial

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Com o domínio da inteligência artificial, como serão divididos os profissionais do futuro?

publicado por Equipe da Redação

Figura - Com o domínio da inteligência artificial, como serão divididos os profissionais do futuro?Arthur Igreja, professor da FGV, especialista em tecnologia e inovação, explica o que são e qual o papel dos treinadores, tradutores e mantenedores

De acordo com a Federação Internacional de Robótica, cerca de 11.900 robôs industriais serão comercializados no Brasil entre 2015 e 2020. Neste mesmo intervalo de tempo, aproximadamente 7,1 milhões de empregos deixarão de existir em todo o planeta, segundo o Fórum Econômico Mundial. O impacto da tecnologia e da inteligência artificial é incontestável, principalmente, em funções repetitivas. A dúvida é sobre o espaço que o humano terá frente às máquinas e como será a divisão de campos para o profissional do futuro, cenário que o especialista em tecnologia e professor da FGV Arthur Igreja ajuda a esclarecer.

Para Igreja, “o receio em torno da aura futurista pode ofuscar o outro lado da história. Na modernidade, ainda precisaremos de pessoas para fazer o que os robôs ainda não são capazes, o que abre frente para novas profissões”, comenta. Pesquisas de mercado apontam para três categorias sem precedentes e que serão necessárias em escala industrial: treinadores, tradutores e mantenedores.

Treinadores

Os profissionais “Treinadores” ensinarão os sistemas de inteligência artificial como atuar. Empresas que contratam estes profissionais para verificar se os robôs tradutores de idiomas, por exemplo, estão assimilando o aprendizado corretamente, reduzindo o número de erros. “Atualmente, o sistema de reconhecimento de voz do Google é superior a 99% em inglês. Em outros idiomas, passa dos 90%. E só alcançou esse resultado, pois recebeu treinamento”, comenta o especialista.

Os treinadores também instruem as máquinas a imitarem comportamentos humanos. Um exemplo são os chatbots, atendentes virtuais com IA em sites, que já estão preparados para detectar as complexidades da comunicação humana. Tem, ainda, os treinadores de empatia, responsáveis por tornar os robôs mais amigáveis. “Já existe um sistema de aprendizado de máquinas para ajudar assistentes digitais, como a Siri da Apple, a responderem às pessoas com simpatia. Em uma situação de descontentamento extremo, vivido por um passageiro no aeroporto que perdeu a bagagem, por exemplo, um atendente digital treinado para ser eficiente e empático pode resolver o problema com serenidade, ao mesmo tempo em que tranquiliza o cliente”, explica.

Tradutores

A categoria dos profissionais “Tradutores” dos algoritmos e do discurso técnico fica mais fácil de compreender em um comparativo com os carros autônomos. Segundo Igreja, uma única notícia de acidente envolvendo esses veículos tem um impacto muito maior do que as 1,3 milhão de mortes registrada no trânsito em âmbito mundial, já que confiamos mais em pessoas, ainda que elas possuam um sistema de decisão extremamente falho.

“Os tradutores serão recrutados para auxiliar donos de negócios e líderes empresariais a compreender o que levou um sistema a cometer um erro ou tomar uma determinada decisão de consequência negativa”, explica. Um exemplo disso são as empresas que já utilizam inteligência artificial em processos seletivos de RH, com máquinas decidindo quais os candidatos são mais adequados para uma vaga.

Mantenedores

“Mantenedores” é uma categoria de profissional que caracteriza os novos empregos. Atualmente, apenas um terço das empresas que operam com IA confia completamente em seus sistemas. Sendo assim, os mantenedores desempenharão um papel crucial para garantir que os robôs estão funcionando como previsto, seguindo o que foi planejado.

“Podemos citar o surgimento do profissional gestor de compliance de IA. Pessoas nesta função irão atuar como vigilantes para manter normas de valores e morais humanos, intervindo se um sistema agir de maneira inadequada. Como os sistemas do futuro vão se tornar cada vez mais autogovernáveis, é fundamental que haja um mantenedor para monitorar o comportamento da IA, descobrir as razões de resultados negativos e, então, implementar as correções apropriadas”, finaliza o especialista.

Sobre Arthur Igreja

Masters em International Business pela Georgetown University (EUA), Masters of Business Administration pela ESADE (Espanha) e Mestrado Executivo em Gestão Empresarial pela FGV. Pós-MBA e MBA pela FGV. Certificações executivas em Harvard e Cambridge. Atuação profissional em mais de 25 países. Palestrante e investidor-anjo. Co-fundador da plataforma AAA, em parceria com Ricardo Amorim e Allan Costa.

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