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A fábrica 3.0

publicado por Abian Laginestra

Figura - A fábrica 3.0Há pelo menos 15 anos eu ouço que:

“Agora a tecnologia está em um estágio de evolução maduro que podemos tirar total proveito dela.”

Fico feliz que ninguém acreditou nessa afirmação, criando assim seus road maps e fomentando disrupções em seu ambiente de trabalho.

Richard Branson, fundador do grupo Virgin capturou a essência do pensamento inovador afirmando:

“One has to passionately believe it is possible to change the industry, to turn it on its head, to make sure that it will never be the same again.”

Acontece com frequência que existe a contaminação dos processos pela administração e vice versa e esse evento demonstra a necessidade de uma nova geração de ERP.

Quando pensamos em um software de gestão, algumas premissas são fundamentais em empresas globais ou com pretensões para mercados internacionais. O colunista Cezar Taurion mencionou em um dos seus artigos certa vez que o projeto de ERP não é da TI e sim da empresa toda, como sempre, uma visão muito assertiva. Sim, em muitos casos o TI chuta a bola, mas a partida é jogada por todos os stakeholders.

Definir escalabilidade internacional, possuir multi medidas, ser multi moedas já é um ponto passivo.

A questão precípua reside na integração. Se por um lado o termo remete a uma forma de conectar itens através de um terceiro componente, em TI temos vários exemplos de ferramentas que possuem integrações nativas e esse é o universo que todos desejam.

Quanto mais integrações entre camadas e com acessórios, mais nuvem cinzenta, mais problemas entre fornecedores e mais pontos únicos de falha, quer sejam em sistemas que tenham as mesmas funções, quer sejam em sistemas que precisam de um protocolo terceiro ou uma terceira plataforma.

Um terceiro componente vir comprometer:

  • A uniformização de processos;
  • Especificação técnica;
  • Especificação funcional.

Daí que em um mundo perfeito sistemas com integrações nativas é o desejável.

Entretanto não podemos dizer que inexistem plataformas de integração robustas e resilientes.

Um bom exemplo disso são os produtos da OSI Soft os quais promovem a integração de muitos ERP´s com o chão de fábrica em diferentes nichos.

Para o leitor ter uma ideia do tamanho do desafio da integração entre TI e TAI (tecnologia de automação industrial), segue um diagrama retirado da ISA 95 e ISA 88:

Figura - Comparação do escopo e foco  ISA88 e ISA 95

Sem investir em automação, seria difícil, se não impossível competir e cumprir com os regulamentos. Assim, mesmo que fosse ainda possível “para fabricar como nos velhos tempos”, haveria um enorme desperdício de recursos e esforços ineficientes.

Aqui a integração é fator fundamental para a sobrevivência do negócio.

As principais razões para isso:

Concorrência

Embora a concorrência pode, por vezes, ter uma conotação negativa, na verdade é uma necessidade existencial para fábricas e para a sociedade em geral. Unidades de concorrência comum a todos tornam o mercado mais eficiente, criativo e inovador.

Regulação

Os governos sempre e devem intervir na fabricação. As razões para isso são variadas e vão desde o desejo de regular o mercado, a preocupação com o bem-estar do consumidor, a proteção do ambiente. A maneira mais óbvia e comum é o governo definir uma a política e aprovar leis e regulamentos. Hoje mais do que nunca, as plantas fabris são obrigadas a cumprir as normas e regulamentos para a fabricação, a poluição do ar, energia e qualidade. Automação de instalações e infra-estrutura de controle permitem a conformidade com os regulamentos, e podem ser vital para tal cumprimento (como nos produtos alimentares, bebidas e indústrias farmacêuticas, etc.).

Melhorar a eficiência

Por que fabricar com mais recursos se você pode produzir o mesmo com menos. Quem têm bases sólidas de controle e automação podem fornecer uma visão precisa e verdadeira de todos os aspectos do chão de fábrica, uma compreensão das causas da falha e erro, e a capacidade de analisar a história dos vários processos de fabrico.

Por isso a zona de conforto de:

“Agora a tecnologia está em um estágio de evolução maduro que podemos tirar total proveito dela.”

Jamais deve existir. É certo porém que devemos aproveitar o máximo de recursos daquele investimento de recursos financeiros e humanos que fizemos em uma tecnologia X. E se apoderar que naquele momento ela supre suas necessidades e mantém a organização em situação positiva frente aos seus concorrentes.

Entretanto seu ciclo de vida é finito.

[Crédito da Imagem: Fábrica – ShutterStock]

Autor

Profissional com 20 anos de experiência nas áreas de tecnologia, compliance e administrativa de empresas, com forte preocupação em segurança da informação e aderência regulatória. Possui larga experiência na área de Ciência da Computação, com ênfase em Sistemas de Informação. MBA em Gestão da Segurança da Informação pelo INFNET, e graduado pela EBAPE - Fundação Getúlio Vargas.

Abian Laginestra

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