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Precisamos mudar este paradigma que TI é despesa e não investimento

publicado por Eduardo Afonso

Considerar gastos com Tecnologia da Informação (TI) como despesa ou investimento é relativo à visão expectativa por resultados, relativos ao tempo que espera obtê-los. É o gestor quem considera, através do prazo e expectativa por resultados se os gastos estarão num contexto de despesa ou de investimento. Organizações em que a gestão é organizada, o fluxo de informações está consolidado e estruturado, a TI impulsiona os resultados de negócio e crescimento, do contrário, uma gestão centrada em si mesma com fluxo de informação desestruturado passa por dificuldades e o uso da TI poderá impulsionar a queda, resultando em perdas maiores.

A despesa em TI é considerada quando se procura evidências tangíveis em resultados que a TI proporciona de maneira intangível. Tentar mensurar a produtividade da TI é difícil por esta proporcionar benefícios e resultados intangíveis.

O investimento em TI é justificado quando são avaliados os potenciais benefícios da TI, embora a realização de estimativas possa considerar um certo grau de imprecisão, erros e riscos associados. É mito a ideia de que a organização que mais investe em TI terá mais resultados e maior crescimento, pois este não depende do nível nem da quantidade de investimento, mas da gestão sobre os mesmos. A tecnologia pode ser catalisadora das boas ações de gestão. Os investimentos são gastos menos frequentes, associados à estratégia da organização. As decisões sobre investimentos podem não ser detectadas a curto prazo, o que pode acarretar em danos à organização.

O alinhamento da TI com o negócio é relevante ao se considerar as organizações de sucesso, a utilização adequada da TI para agregar valor ao negócio.

Para se justificar os investimentos em TI é necessário identificar os custos relacionados aos ativos de TI, considerando recursos de hardware, software e de pessoal. A TI, vista como investimento, gerencia informação, que por sua vez necessita de manutenção, proporcionando qualidade e eficácia nos processos e atividades, agregando valor ao negócio da organização.

As decisões sobre investimento devem ter planejamento e fundamento para que seja consolidado e estruturado um novo modelo para a organização. Os processos da organização precisarão ser desenhados previamente para adequação e adaptação à nova tecnologia a ser implantada. As pessoas precisam ser reeducadas para que possa ser possível a realização da mudança na empresa. O novo sistema de informação não deve criar obstáculos como ele mesmo ser o foco principal da mudança, no lugar do indivíduo, este mais importante e facilitador do processo de implantação. A participação comum dos envolvidos é fundamental para o sucesso e implantação da mudança e novo sistema.

A tecnologia da informação possibilita recursos que facilitam o fluxo de informações, criação de redes de relacionamento virtuais entre indivíduos de áreas distintas, valorização do indivíduo, suas habilidades e competências, trabalho em equipe. Desta forma a TI fortalece e amplia a cadeia de valor da organização, integrando e proporcionando a participação dos clientes e fornecedores no processo de produção de produtos e ou serviços da organização.

A TI como investimento é justificada através de planejamento detalhado que proporciona confiabilidade na estimativa de resultados e benefícios esperados, por vezes intangíveis. Através de números realistas, como a identificação dos custos de hardware, software e pessoal, especificando cada item, o seu valor no tempo.

O lucro, resultados e benefícios dos investimentos realizados em TI são “percebidos” pela organização a médio e longo prazo, embora não é só o investimento que vá garantir a manutenção, sobrevivência e crescimento da organização, fato que será proporcionado de acordo com o papel e ações exercidas pelo gestor para que a TI possa, de fato, agregar valor e fazer parte da cadeia de valor da organização.

Autor

Atou como Gerente de Operacoes na Altice Lisboa, empresa de engenharia em redes. Profissional com M.B.A. pela Fundação Getulio Vargas em Gestão Estratégica em Tecnologia da Informação, Certificação Itil e Cisco CCNA. Experiência de 25 anos na área de Tecnologia da Informação de grandes empresas em projetos de Dados, Telecomunicações, redes, Infra-estrutura, segurança e Voip, equipamentos de rede, arquiteturas e protocolos relacionados.

Eduardo Afonso

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  • Sou um incentivador dessa discussão antiga. Um crédulo de que ainda verei esse paradigma quebrado. Um evangelizador persistente em apertar as mesmas teclas para melhorar a educação. A gestão desse tipo de mudança só será efetivada pela educação. Então… Vamos educar.

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