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Os dispositivos móveis estão observando você

publicado por Thales Cunha

Certo dia, você precisa visitar um cliente importante, mas não sabe como chegar lá. Quer ir a um restaurante, quer visitar um amigo ou fazer uma compra em um shopping novo, mas não conhece o melhor caminho. Então, se você é daqueles que gosta de ter a última tecnologia disponível para facilitar sua vida, liga seu GPS e pronto. Que vida tranquila………….tudo resolvido? Nem tanto. Eu poderia dizer que este problema específico está resolvido, mas outros problemas poderão surgir.

Serviços e produtos baseados em geolocalização já ultrapassaram a fase da novidade e fazem parte da vida do mundo moderno on-line. Não sou contra nenhum dispositivo móvel, pois uma de suas funções é nos deixar em contato permanente com o mundo, aumentando nossa produtividade e disponibilidade para quem precisa de nós, sejam parentes, amigos, fornecedores ou clientes. E isso pode ser bom ou ruim , depende do caso. Mas tem um ponto que me preocupa mais e tenho certeza que já preocupa muita gente também. Quanto estes dispositivos móveis estão vendo para onde vamos e o que fazemos? O que poderá ser feito com estas informações?

Os celulares, através do histórico das antenas utilizadas durante as ligações, permitem indicar onde você esteve e onde você está neste exato momento. E alguns celulares podem mostrar, por conta própria, sua localização a qualquer momento, desde que você instale o aplicativo com esta função. E, em alguns casos, este recurso já está sendo incorporando na fábrica. Como a maioria dos modernos avanços on-line, serviços baseados em localização tem o lado bom e o lado ruim. Qualquer pessoa que tenha utilizado programas como o MobileMe para localizar um iPhone perdido, ou que tenha feito um passeio pela cidade usando só o celular como orientação, ou que tenha localizado rapidamente o endereço que procurava, vai confirmar o prazer de usar o lado bom destes recursos. Mas o lado negativo da geolocalização é a invasão da privacidade do indivíduo. Todo o histórico de operação do sistema está na mão das operadoras e empresas que participam desta tecnologia. A Apple atualizou sua Política de Privacidade para afirmar que eles, às vezes, podem compartilhar dados de localização anônimos com terceiros. Para alguns, pode parecer um termo de privacidade padrão ao esclarecer que se você utilizar um aplicativo de localização, seu iPhone poderá enviar estes dados para terceiros. Mas, para outros, isto parece apenas mais um passo ladeira abaixo para um mundo onde as empresas e o governo poderão rastrear onde quer que você vá e tudo que você faz. Preocupação perfeitamente válida. O lado ruim da geolocalização engloba tudo, desde o irritante torpedo dizendo: “Eu vejo que você foi a 4 pizzarias neste mês, mas não visitou a nossa. Use o bônus de 10% de desconto desta mensagem e venha conhecer a melhor pizza”, até o perigoso risco deste rastreamento cair em mão erradas. Imagine a rotina diária de você, sua esposa e seus filhos serem de domínio de pessoas que você não tem a mínima idéia de quem sejam. Eles saberão onde os membros de sua família estão e onde vão todos os dias. Além disso, a implementação de compras on-line via celular, comportamento já em prática em vários países, vai permitir um histórico de seus hábitos e volume de consumo. Relatório que poderá ser fornecido às empresas e ao Governo. E, na mão do Governo pode ser bom ou ruim, depende do caso de novo.

As empresas e os provedores de serviço precisam ser muito cuidadosos. Na ponta da cadeia, no tópico Segurança, a utilidade dos serviços de localização é óbvia em casos de crimes, roubos de veículos, sequestros, acompanhamento de veículos de transporte de cargas ou de pessoas, e na outra ponta nos benefícios como turismo, trabalho e lazer. Mas as empresas precisam permitir que os aplicativos e os dispositivos de geolocalização possam ser desligados ou bloqueados pelos usuários em casos comprovados de abuso (o que, hoje, é praticamente impossível na maioria dos telefones). Se o serviço for implementado de forma aberta e com opções de configuração do usuário, esta ferramenta será muito valiosa no dia-a-dia das pessoas e das empresas. Mas se as pessoas sentirem que estão sendo rastreadas sem permissão e seus dados privados distribuidos sem autorização, o serviço não será utilizado.

Autor

Thales Cunha é empresário de TI com 35 anos de experiência na comercialização de computadores e servidores de todos os portes. Atuou em empresas como IBM, DELL, Ação Informática, entre outras. É proprietário da 4Servers Technologies (www.4servers.com.br) , empresa especializada no fornecimento de peças novas e/ou descontinuadas para upgrade de servidores e storages da HP, IBM e Dell. Edita o blog 4SERVERS TECHNOLOGIES (www.4servers.net.br) sobre Informática, Tecnologia, Vendas, Marketing, Notícias, Empresas, Eventos e Negócios.

Thales Cunha

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