Realmente esse tema é uma polêmica, ainda mais quando tratamos de TI. O que fazer quando um funcionário tem seus 50 anos, sempre deu seu “sangue” em seu trabalho e sempre se destacou nas avaliações mas agora está começando a “custar caro” a empresa. Caro, por que ? Primeiro temos que esclarecer o que custa caro e o que custa barato. O caro, seria apenas o salário ou o custo benefício? Bem, vamos analisar a seguinte situação: um funcionário que tem 50 anos, muito experiente, com excelentes avaliações internas e pelo cliente, mas pelo ponto de vista do financeiro tem um salário alto.
Então a alta Direção diz a palavra mágica para o gestor “demite” e contrataremos um mais barato. Então o gestor mesmo a contragosto o faz. E na maioria das vezes, traz um jovem mais barato, sem muita experiência e o mesmo começa a cometer erros que antes não aconteciam, quebrando “SLAs” de cliente e trazendo multas altíssimas. Então ele é retirado do cliente e o colocado com alguém mais “sênior” para treiná-lo. Então é feito. Só que este profissional “sênior” agora está mais atribulado, fica mais cansado, tem de fazer mais horas extras, perde motivação, pois agora tem mais um cliente, etc. Quanto tempo isso pode durar? Ninguém é insubstituível, não é mesmo. Concordo, mas as coisas podem ser melhores. Lembro que conheci um senhor japonês na década de 90, chamado “Yutaka Yashimizu” e ele me contou que em seu país, as pessoas mais experientes, quando se aposentavam ou por algum motivo perdiam rendimento, mas eram excelentes profissionais, eram convidados a treinar os mais novos. Assim a empresa não perderia a sua identidade e os jovens ficavam cada vez mais preparados para assumir as funções com segurança.
No Brasil, está cultura ainda engatinha, mas algumas empresas já acordaram para esta realidade e o resultado é que a satisfação do cliente se mantém quase que intocada. Logo podemos afirmar que a retenção de talentos, não deve possuir idade, quando o profissional adquiriu uma identidade na empresa, ela deve ser preservada. Grandes empresas premiam os funcionários quando atingem um determinado tempo de casa, mostrando que estão atentos e que reconhecem seu valor, afinal ficar um bom tempo de empresa ( digo mais de 7 anos ) em nossos dias é fato raro. O maior patrimônio de uma empresa não são os processos e tecnologias, mas as pessoas as quais devem ser tratadas com dignidade e respeito social e profissional. Isso baixa a rotatividade da empresa. O funcionário deixa ser um número de matrícula para ser chamado pelo nome pela alta direção. Isso motiva também os mais novos.
Retenção de talentos, é um “dilema” no Brasil. Alguns estudos mostram que no Brasil, os profissionais com mais de 50 anos são os mais propensos a serem demitidos. Concordo, que se a empresa for querer aproveitar todos os desta faixa etária, será outro problema. Mas quando levamos em conta que o percentual de empregados com mais de 50 anos e que possuem mais de 7 anos de empresa, é bem mais baixo e que podem ser aproveitados, não só para instruir mas também em outras funções carentes de experiência. Resumindo: reter talento não deve ter idade e sim compremetimento com seu trabalho.
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