Não importa se a tecnologia ou ferramenta entrou no mercado este ano. Ele já é sênior. Este camarada é o camaleão de TI, e seu currículo está em constante mudança. A única vaga incompatível com o seu perfil é aquela que paga mal.
Ele já mostra ao que veio desde a entrevista: sozinho resolveu o bug do milênio, gerenciou equipes de centenas, e quase fundou um país. Conta seus feitos profissionais com tanta emoção que quase leva a recrutadora às lagrimas. Quando é perguntado, diz que seu maior defeito é o perfeccionismo. Sua maior qualidade, o comprometimento. Mas se existe uma única “qualidade” que podemos mencionar sobre este tipo de profissional, é a sua inacreditável capacidade de conseguir negociar taxas altas até mesmo em um cenário de profunda recessão.
Já no ambiente de trabalho, é aquele que sempre aparenta estar ocupado, mas que, estranhamente, nunca está ajudando ninguém da sua equipe, e nem entregando nada. Quando entrega, demorou muito para fazer pouco. E na maioria das vezes, ganha mais do que você (e eu).
Se o João vai pedir ajuda, ele está “pegado”. Quando posteriormente o Joaquim vai pedir ajuda, ele alega já estar ajudando o João. É o conhecido “vaselina”, deslizando entre as demandas e escorregando de novas tarefas. Mas curiosamente, está sempre cobrando hora extra.
Se você nunca conheceu nenhum, eu lhe garanto, eles existem, e não são poucos. Não importa quão corrido seja o projeto aonde ele vá parar, ele sempre consegue durar bem mais tempo do que deveria. E quando é descoberto, vai embora com a honra intacta. Afinal de contas, foi mais uma conquista para seu currículo. Mais um projeto implementado com sucesso, mais uma experiência para contar na próxima entrevista. E mais um argumento para subir a taxa, claro.
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