Se existe uma coisa que nós do mercado de TI fazemos muito, é entrevista.
Uma às 9 da manhã na consultoria X, outra às 2 das tarde, na consultoria Y.
E é fácil perceber uma coisa em comum em todas elas (ao menos nas entrevistas iniciais): O perfil das entrevistadoras.
Quem já não se deparou com uma “menina da consultoria”, como diria um conhecido meu, que é mais nova que você? Eu tenho 28 anos, e apenas em duas ou três ocasiões, fui entrevistado por recrutadoras da minha idade ou mais velhas do que eu.
Nenhum preconceito contra idade alguma, é claro. O problema é que geralmente estas profissionais não recebem o treinamento adequado ( e boa parte das vezes ainda estão fazendo uma faculdade, geralmente na área de humanas, como psicologia), ou não têm o tempo de experiência necessário para poder medir nosso conhecimento.
Como o primeiro contato é sempre com elas, acaba sendo uma conversa informal, aonde você só faz confirmar verbalmente o que já está escrito no CV. Só depois vem a etapa relevante, com alguém técnico.
O fato é que quando elas são colocadas como responsáveis pelo contato inicial, triagem de currículos e seleção de profissionais, podem surgir algumas consequências inesperadas.
Vou dar um exemplo bobo, para ilustrar: Digamos que você liste no seu CV “Conhecimento do pacote Office“, e a vaga passada para a recrutadora tenha escrito “Conhecimento de Excel” como pré-requisito. Muitas das vezes, ela não possui o conhecimento técnico para saber que o segundo faz parte do primeiro. Ela faz faculdade de “qualquer coisa, menos TI”. Mas é em uma situação como esta que ela lê seu CV, compara com o que lhe foi pasado, não vê o ponto comum, e não liga para marcar uma entrevista. Você perdeu a oportunidade.
Obviamente as recrutadoras não têm muito o que fazer. Imagino que todas que não conheçam muito do assunto argumentem isso com seus superiores, mas nada acontece. E aí, são forçadas a se virar como podem. Algumas bem aplicadas, como já vi, aprendiam sobre os termos e tecnologias ao perguntá-los para os entrevistados.
Porque isso acontece? Como se resolve isso? Afinal de contas, colocar alguém com mais conhecimento custa mais, e, segundo a lógica das consultorias, economizar dinheiro é sempre bom (talvez por desconsiderarem este impacto);
Já pelo lado das recrutadoras, ter um emprego ou estágio, é um sustento, uma necessidade.
Como diz um amigo meu, “Existem três versões para uma história: a minha, a sua, e a verdade”.
Sem falar nas perguntas estranhas que já fizeram para todos nós consultores em entrevistas. Mas isto é assunto para outro artigo.
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