Muito bem, mas, por onde começar?
Como em todo processo, há que se começar pela estratégia, ou plano de qualidade, que neste caso, implica em definir o Modelo de Qualidade de TI.
Um Modelo de Qualidade de TI deve ter a mesma abrangência mencionada anteriormente e deve iniciar por uma Política de Qualidade de Sistemas e Software.
Para não reinventar a roda, vamos utilizar a definição da ISO 9001/2008 (Requisito 5.3 – Política da Qualidade). Esta estabelece características que, em outras palavras, podem ser interpretadas como:
- estar alinhada aos objetivos da organização;
- estar comprometida com os requisitos do sistema de gestão da qualidade;
- indicar o modelo de qualidade e a revisão destes objetivos;
- ser publicada e comunicada a toda a organização; e
- ser revisada periodicamente.
A Política de Qualidade de Sistemas e Software deve ter as mesmas características e estar alinhada com a Política da Qualidade Corporativa.
Assim, a análise daquela política é um bom ponto de partida para se começar a definição desta.
Algumas dicas interessantes são:
- utilizar uma linguagem simples para ser de fácil entedimento por toda a organização;
- não conter os padrões e modelos utilizados, mas sim indicá-los, para que seja, além de simples, direta e objetiva; e
- tenha o comprometimento da alta direção da organização, para adquirir força de uma norma a ser seguida.
Mesmo que não exista uma Política de Qualidade na organização, é importante escrever e publicar a Política de Qualidade de Sistemas e Software. Sem se saber para onde vamos, qualquer caminho serve, mas não chegamos ao objetivo!
Desta forma o Modelo de Qualidade de TI é o conjunto que inclui a Política de Qualidade de Sistemas e Software, a Metodologia de Desenvolvimento e Manutenção de Sistemas e os Padrões e Modelos adotados pela área de TI nos seus processos.
Estabelecido o Modelo de Qualidade de TI, qual o próximo passo?
Neste ponto, talvez nem todos concordem comigo, mas acredito plenamente, e já usei esta estratégia com sucesso: INICIAR PELO PIOR!
Vamos começar de trás para frente, ou pelo final. Sim, é isto mesmo, começar por onde a qualidade de TI é mais percebida, percebida pelo cliente ou usuário final, pelas FALHAS!
Se a nossa proposta é a de implantar ações que fazem a real diferença para a qualidade do produto ou serviço, este é o ponto.
O ciclo de desenvolvimento se dá a partir das necessidades de negócio da organização, que estabelece requisitos a serem atendidos pelos sistemas e softwares depois de implantados em ambiente de produção. As FALHAS são a manifestação do NÃO ATENDIMENTO e assim, é a demostração mais fiel da NÃO QUALIDADE! E é esta não qualidade que queremos reduzir.
Qualidade é um dos fatores que tem como indicador o seu oposto, a não qualidade, a falha, o defeito, o erro, a não conformidade.
Novamente alguns números para ilustrar este ponto:
- Cerca de 80% dos custos de desenvolvimento são destinados à identificação e correção de falhas – (NIST National Institute of Standards and Technology).
- Enquanto a correção de um defeito custa cerca de US$5.00 em tempo de levantamento de requisitos, este custo aumenta a cada nova fase do ciclo de vida, chegando a US$1,600.00 para a correção de falha em produção – (PC WEEK).
Note-se que estes custos são apenas custos de correção, incorridos pela área de TI e não envolvem os custos decorrentes das falhas, como os impactos no negócio da organização, ou mesmo os custos imensuráveis na reputação da organização perante seus clientes.
Como iniciar pelo final é a abordagem do próximo texto: Qualidade em TI – a prevenção de falhas.
[Crédito da Imagem: Qualidade – ShutterStock]
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