Outsourcing.
Os benefícios são bem conhecidos, alguns importantes:
Para a contratante :
- Garantia de atendimento (24×7 em alguns casos);
- Atendimento por pessoal qualificado;
- Melhores soluções para os problemas da companhia;
- Nada de preocupações com a gerência do pessoal especializado em tecnologia e encargos sociais decorrentes das contratações.
Para a empresa contratada:
- Desenvolvimento de equipes;
- Lucros consideráveis;
- Histórico de portfólio de clientes aliados a grandes e possibilidades de crescimento.
Tudo lindo e maravilhoso.
A Solução ideal.
A situação ideal é válida apenas quando bem aplicada, planejada e dimensionada.
Entretanto, a comunidade tecnológica deve discutir e ressaltar que a empresa contratada, neste caso, uma empresa de tecnologia, a fornecedora de recursos humanos qualificados e especializados para a empresa contratante, deve dimensionar e planejar o desenvolvimento desta mão de obra.
Este planejamento inclui:
- Treinamento;
- Condições de trabalho;
- Políticas motivacionais;
- Remuneração adequada;
- Benefícios;
- Atendimento aos princípios básicos de acordo com maslow.
Figura 1. A pirâmide de maslow.
O fator motivacional dos profissionais envolvidos no processo devem atender as necessidades do alto da pirâmide:
- Auto-Realização;
- Necessidade de Status;
- Necessidades Sociais.
A auto-realização é uma das mais importantes. Aplicando-se técnicas de coaching, tendo em vista ter as pessoas certas nas funções certas dentro da organização. A pessoa tem que querer estar naquela função. Sem que esse premissa seja atendida será difícil ter êxito no projeto de Outsourcing. Porque? Porque o sucesso de um projeto desses depende exclusivamente das pessoas. Em todos os níveis da equipe.
A necessidade de status é um fator motivacional, vejo como uma consequência lógica do sucesso do profissional e do projeto em si.
As necessidades sociais são muito importantes também, pois, normalmente afetam a família e a relação do profissional com outras pessoas externas ao projeto e a empresa. A vida do profissional é afetada diretamente.
Essa gestão complexa de pessoal deve ser administrada com maestria pela empresa contratada no outsourcing. A falha na gestão do pessoal afeta diretamente a qualidade do serviço prestado, gera insatisfações na contratante e consequentemente diminui a rentabilidade do projeto.
Um profissional de outsourcing mal administrado, refém da falta de planejamento da contratada, pode ser muito prejudicial para a imagem da empresa, bem como, fazer um belo estrago na auto-estima e na vida daquela pessoa.
A maioria das empresas contratantes tendem a tratar os funcionários das empresas contratadas, chamados de terceirizados, de forma despersonalizada, como colaboradores de segunda classe e isso gera um grande estresse, porque embora o contrato preveja isenção total dos “problemas” de pessoal pela contratante o processo não funciona, não operacionaliza sem a ação de uma “pessoa” e o comportamento humano é complexo e algumas vezes imprevisível.
O mercado vai ter que encarar e absorver os custos de um profissional de TI no mesmo patamar que a importância desse trabalho está passando a ter na rentabilidade do core business das empresas.
Um profissional de TI custa.
O processo de TI custa.
E o que não custa?
Os custos implícitos do outsourcing envolvem:
- Aposentadoria digna;
- Horas extras;
- Adequação de carga de trabalho;
- Desenvolvimento;
- Treinamento;
- Qualificação.
Todo o processo é complexo. Ninguém questiona a importância do processo de TI, mas, ninguém também quer arcar com todos os custos envolvidos e desse questionamento nasce aberrações jurídicas como CLT-Flex, PJ, etc.
Quem arca com esse custo oculto?
Mas o processo de TI não é importante?
Ao longo do tempo, as pessoas passam a mudar suas necessidades sociais, e tendem a se preocupar mais com o futuro, assim, algumas situações criadas para burlar a lei não servem mais, mas, por uma questão de “mercado” aceitam condições que muitas vezes não lhes faz trabalhar com tranquilidade. Isso deve fazer parte do planejamento da contratada, ela deveria ter um esquema muito bem traçado para lidar com essas situações e assim manter o equilíbrio da relação.
Para que tudo isso funcione as gestões de RH das empresas têm que estar em sintonia.
É muito comum que empregados da contratante se refiram aos colaboradores da contratada como se a pessoa jurídica representada por ele fosse de carne e osso. Isso é inimaginável, pois, o colaborador que ali está tem sentimentos, necessidades e pensa. A pessoa jurídica é fria e não passa de um processo burocrático para existir.
O esquema perde-ganha não equilibra a relação e sim a deteriora.
Uma empresa não se mantém e não se desenvolve sem o envolvimento e comprometimento das pessoas. Nenhum trabalho ou serviço prestado podem ter sucesso sem que a gestão dos recursos humanos seja criteriosa e convirja para o desenvolvimento em parceria, benefícios para ambas as partes.
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