É muito comum em nosso meio recebermos propostas tentadoras de trabalhos ou, sem mais nem menos, recebermos ligações de alguma consultoria “especializada” em TI, oferecendo oportunidades de trabalhos.
E em alguns casos, chega a ser interessante a conversa, com as propostas oferecidas, o “histórico” da consultoria, enfim, tudo muito azul com bolinhas amarelinhas.
Dias desses almoçando com um executivo de tecnologia de uma grande empresa com sede na região da Luiz Carlos Berrini, em São Paulo, o assunto era : a empresa de consultoria que o atende.
Dizia ele:
“Em quatro meses de projeto, a empresa que o atende havia mudado 70% da equipe por 3 vezes. Isso sem contar as faltas, chegadas atrasadas dos colaboradores, etc… E isso estava colocando em risco seriamente o cronograma das atividades. Como é uma empresa de alcance global, qualquer atraso significa stress e reação em cadeia de situações criticas.
Já havia chamado o gerente do projeto da consultoria, o gerente comercial e por fim, um dos diretores da referida para conversas e reuniões, porém os resultados não mudavam.
Este executivo de TI estava muito preocupado!
Na semana passada trocamos uma ligação telefônica e quando indaguei sobre a situação atual do caso ele me disse:
– “Meu caro, estava com medo de tomar uma atitude. Pensei, pensei e acabei correndo o risco, mas foi a melhor coisa que fiz para o projeto!…”
Fiquei contente que deu certo e mostrei à ele este contentamento, só queria saber o que ele havia feito para contornar a situação. Então ele discorreu sobre a atitude tomada:
A tal consultoria, para não perder a conta comercial, buscava profissionais qualificados no mercado. Para esses a empresa oferecia salários acima da média de mercado, planos e benefícios interessantíssimos, e claro, quem não se interessa em ganhar bem e com benefícios, nos dias de hoje?
O problema era que, após 2 ou 3 meses, a consultoria não conseguia manter o colaborador pois a conta estava alta e a empresa não conseguia renegociar com o cliente o contrato. E a qualidade do trabalho foi degradando por causa das insatisfações dos colaboradores.
Alguns buscavam novos desafios, outros se acomodavam no melhor estilo “eles fingem que me pagam e eu finjo que trabalho!”. E assim caminhava o projeto, aos trancos e barrancos, com cronogramas atrasados e as desculpas para o executivo eram de que não havia “comprometimento” por parte dos consultores para com o projeto.
Então em conversas paralelas, o executivo foi informado sobre a realidade. Haviam atrasos nos pagamentos, beneficios que foram prometidos e não cumpridos, sugestões por parte da consultoria de troca de salários por “banco de horas”, entre outras situações criticas.
Indignou-se e tomou a decisão: Absorver alguns dos consultores descontentes e promover a consultoria parceira para a posição de ex-parceira .
E assim, o cronograma foi reavaliado, os atrasos foram jogados para segundo e terceiro planos e hoje a situação está um pouco mais confortável e confiável.
Lamentavelmente esta é uma situação corriqueira em nossa área dado ao fato da falta de profissionalismo de alguns “empresários de Ti” e do fácil mecanismo de se construir um site contando fábulas com efeitos em flash e demais pirotecnias e expor a consultoria ao mercado, só que, por um outro lado, temos um alento pois o mercado de TI está amadurecendo gradativamente mas já é o suficiente para deixar que empresas ditas com “multi expertises” se acabem e sumam na mesma proporção e velocidade com que os seus sites são expostos ao mercado.
E este executivo de TI, meu amigo, ainda me deu uma dica : Meu caro, porque vocês consultores não criam um site expondo algumas consultorias que fazem “milagres”, contendo casos reais, para que o mercado, tanto para os clientes quanto para os consultores, se precavenham?
É isto ai, está dado o recado!!!
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