Baseando-me em experiências profissionais, observações e alguma leitura, cheguei à conclusão que há princípios e requerimentos para a promoção. Não sou expert, não procurei literatura especializada no assunto, apenas quero deixar claro que é um conceito individual e 100% pessoal que eu gostaria de compartilhar.
Costumo dizer que a promoção é baseada em 3 princípios:
- Ser a melhor opção para a posição/vaga
- Surgimento da oportunidade
- Timing
Como ser a melhor opção?
Em certo momento de minha carreira, um diretor me disse: “Se você quer ser um gerente, aja como tal”. Claro que em meio a meus vinte e poucos anos aquilo me pareceu a coisa mais estúpida que eu já tinha ouvido. “Agir como um gerente? Sou um mero analista de suporte que não tem poderes para tomar decisão, muito menos conhecimento do budget ou empowerement para executar alguma melhoria.” Mas nunca deixei de tentar entender o que ele realmente queria me dizer.
Os anos passam, as experiências se acumulam. Observava ao meu redor as pessoas que eram promovidas e os motivos pelos quais tinham sido reconhecidas. A peça que faltava para eu entender o significado real daquela frase me foi dada por meu pai: “Não faça apenas o arroz com feijão”.
Tudo se encaixou… Pude, então, criar meu próprio conceito unindo as duas informações: “Se quer ser promovido, um dos passos é estar preparado para a sua próxima função, mas sem deixar de executar as tarefas que lhe são incumbidas”. Em resumo: Fazer muito bem o arroz com feijão, mas não apenas isso: procurar também participar da produção do bife com as batatas fritas.
Há uma linha tênue entre “fazer além do que se é contratado para fazer” e “fazer SOMENTE ALÉM do que se é contratado para fazer”. Somos contratados para executar determinadas tarefas. Pessoas diferentes com atribuições diferentes em busca de um mesmo resultado. Se deixamos de fazer o que nos é atribuído e passamos a fazer apenas o “bife com batatas fritas” o efeito é completamente reverso. Em termos práticos, isso deixa um buraco na organização. É como um zagueiro que quer ser atacante, mas deixa a zaga descoberta.
Fazer além do que sou contratado para fazer, me garante a promoção? De forma alguma. Isso garante visibilidade como profissional eficiente e pode te deixar um passo à frente de outras opções que, eventualmente, sua linha gerencial tenha em mente para aquela tão esperada vaga. Quem já faz isso no dia-a-dia torna-se, mais comumente, a melhor opção para a vaga.
Reitero a expressão “MAIS COMUMENTE”. Não é somente o fato de fazer além do que se é contratado que lhe garante ser a melhor opção. O fator relacionamento também é determinante, mas não tenho “envergadura moral” para descrever o relacionamento humano no ambiente profissional. Deixo isso para os estudiosos da área.
Cabe lembrar que nunca há uma pessoa 100% preparada para a nova posição. Entretanto, estar na metade do caminho o torna elegível.
Surgimento da oportunidade
Oportunidade = uma vaga na organização que precisa ser preenchida. Não pense que serão criadas vagas pelo fato de haver pessoas preparadas para tais posições. Das duas, uma: ou a organização está crescendo e precisa de pessoas para assumir novos cargos; ou uma pessoa que antes ocupava tal cargo não faz mais parte do quadro de funcionários da empresa. Não há milagres!!
Timing
Por mais preparado que você esteja e por mais que surja a oportunidade, ambos tem que ocorrer ao mesmo tempo. Estar no lugar certo e no momento certo. Aquela vaga apareceu no exato momento em que as pessoas que tomam a decisão estão muito contentes com o seu trabalho. Você vem demonstrando sua eficiência constantemente e está visível para a organização. Não adianta se preparar DEPOIS que a vaga apareceu. A preparação tem que ser contínua e anterior ao surgimento da oportunidade.
Em algumas empresas, há um tempo determinado para que haja ações (promoção, alteração de salário, etc). No momento em que surge a oportunidade, não estar nesse período de “carência” também é levado em conta. Tudo depende da política da empresa. Entendê-la é fundamental.
Reforço que esses conceitos são puramente pessoais. Não há testes ou estudos que foram realizados para garantir a acuracidade dessa informação nem colocá-la em termos estatísticos. É uma visão bem simplista de uma ação muito mais complexa que depende de fatores humanos.
Aos experts de plantão, se há informações detalhadas e estudos a respeito, me interesso muito em tê-los.
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