Na semana passada estive num workshop onde uma grande empresa do ramo de DataCenter Virtual (como ela mesmo disse ser), veio a nós para apresentar seu pacote de produtos para virtualização de demais features para um ambiente em cloud computing.
Nossa empresa já usa o produto deste supplier e, como temos uma infra-estrutura grande de máquinas virtuais, achamos por bem fazer um evento com a finalidade de conhecer todas as ferramentas disponíveis. A idéia de nosso corpo diretivo é trabalhar na implementação deste produto.
Toda equipe de pré-vendas (seja de que produto for) vai expor a você um cenário onde tudo funciona, e este “mundo perfeito” que é exposto, vai se esvaindo a medida em que o mesmo é implementado e customizações se tornam necessárias.
O que me intrigou neste evento foram as constantes comparações e piadas envolvendo uma outra empresa concorrente.
Como sou certificado em tecnologias desta concorrente, comecei a questionar o engenheiro acerca de algumas features que ele disse serem ótimas em um lado e péssimas em outro.
Entendo, ele tem que vender o peixe dele, mas, a medida em que o tempo passava (foram 5 horas de workshop), menos eu conhecia as tecnologias dele e mais aprendia piadas sobre os produtos do rival.
Em determinado momento, o engenheiro chegou a dizer que “com o serviço de tolerância a falhas, um cluster de sistema operacional se torna obsoleto”.
No mesmo instante, questionei se este serviço (que enterra de vez o cluster do SO guest) tinha alguma feature para clusters com balanceamento de carga.
O engenheiro (depois de alguns longos segundos tentando elaborar algo) me disse que para balanceamento de carga, eu poderia ter duas VM’s no meu Datacenter virtual. Aí questionei sobre o TCO, aumento de um item de configuração no meu parque, etc. O silêncio foi sepulcral.
Quando ele falou sobre quantidade de máquinas virtuais que o sistema operacional concorrente permitia criar, eu respondi dizendo que a versão DataCenter permite a criação ilimitada de VM’s. Mais uma vez o silêncio reinou.
Sei que não estamos aqui pra discutir questões profundamente técnicas, mas, queria entender qual o limite entre mostrar o seu serviço e/ou produto e atacar o rival?
Será que nossos serviços estão tão aquém dos demais que precisamos desses artifícios para vender?
Porque não nos atemos simplesmente em mostrar tudo aquilo que nossos produtos fazem?
No fim das contas, o pacote de produtos engloba uma gama de ferramentas que, salvo uma análise de caso específica, torna o ambiente caro, complicado e complexo ao extremo. Além disso, a concorrente, tão criticada por eles, faz o mesmo, com menos ferramentas e por 1/5 do preço.
Não quero colocar em dúvida a competência da empresa que está no mercado a anos e tem uma respeitável carteira de clientes. As soluções são eficientes, porém, caras e com um suporte técnico muito abaixo da média em eficiência, visto os problemas que tivemos nosso ambiente que não foram resolvidos.
Aliás, você que vai receber engenheiros de pré-vendas na sua empresa; um dos pontos que você nunca deve deixar passar e acerca do suporte técnico oferecido. Como é feito, de que forma, por quem e os SLA’s do mesmo.
Trabalhando numa empresa de serviços de TI, cada vez mais vejo empresas buscando qualidade a um preço razoável, sem rodeios, sem piadas. Sabendo exatamente o que o produto pode trazer em benefícios a seu core business.
Talvez seja por isso que os ataques se tornaram uma constante na maioria do evento. Muitas vezes atacamos algo por queremos ser como aquilo.
Que o seu concorrente arque com o que tem de ruim. Mostre a seu cliente tudo aquilo que vc tem de bom, tentando ao máximo primar pela consolidação de serviços, a redução de custos e a melhor relação cliente/fornecedor possível.
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