Tudo mundo está comentando a nova realidade do mercado e, realmente, a mais inusitada dos últimos tempos: existem mais vagas do que profissionais qualificados. Repare no que escrevi: “…profissionais qualificados”. É isso mesmo, e não é só na área de TI, mas em todas as demais. Talvez um erro estratégico do governo, onde a política econômica criou condições para que as empresas investirem em seus negócios, mas esqueceu ele próprio que há um “déficit” muito grande de qualificação profissional, por motivos que vão além deste artigo.
Voltando a puxar a sardinha para TI, quando começo a olhar os principais sites de anúncios de emprego e conversando com vários amigos que trabalham em RH, a conversa é só uma: “tenho uma vaga na área X de TI, tem alguém para indicar? Não acho ninguém qualificado há uns dois meses”. E o pior que realmente não tem. Os qualificados já estão empregados e as empresas, sabedoras desta situação, criam políticas de retenção cada vez mais elaboradas para manter estes funcionários. As que não fazem isso perdem seus funcionários qualificados, às vezes nem é por salário e sim por benefícios indiretos e propostas de trabalho atraentes, como por exemplo, crescimento profissional.
Mas quando falamos em qualificação profissional muita gente se pergunta: “mas o que tenho de fazer para me qualificar?”. Existe uma série de ações que com certeza todo o profissional deveria tomar para se manter com um bom índice de empregabilidade, isto é, ser qualificado atualmente. A primeira é a mais básica: se manter atualizado em sua área, indo a palestras, encontros e muita leitura de bons autores. Aí vai uma dica: freqüente vários fóruns de sua área, que você veja que são interessantes. Isso é de muita valia. A segunda ação é procurar se certificar em sua área de atuação. Sei que a certificação não quer dizer muita coisa, mas a maioria das empresas dá muito valor a elas, inclusive para entrar em licitações de serviços, hoje se pede um percentual de profissionais certificados. Existem muitas dicas para passar nas provas, mas sem dúvida tem de se esforçar para ter sucesso. A terceira ação é estar com seu inglês em dia. Ser profissional de TI e não saber inglês é um desafio que muitas empresas, talvez a grande maioria, não estão dispostas a enfrentar. A quarta é a graduação em TI preferencialmente, pois faz uma grande diferença na hora da seleção. Mas devemos lembrar que a velocidade inovação da TI está muito grande, logo o processo de qualificação é dinâmico, não pára nunca. Quem está qualificado hoje, daqui a uma semana pode não estar. Devemos estar atentos.
A grande saída é sem dúvida a qualificação interna. As empresas qualificam seus funcionários através de treinamentos internos e externos. Mas esbarram em um grande medo: de preparar o profissional para o mercado e não somente para a empresa. Infelizmente é um risco o qual não podemos descartar. A saída é criar um ambiente que o funcionário tenha prazer em trabalhar. Já se foi o tempo que a relação entre empregado e empresa era apenas salário. Hoje como já disse acima, os benefícios diretos e indiretos, valem muito e são o “fiel” da balança na hora da escolha. Quando o investimento é alto, geralmente a empresa usa os acordos formais de permanência, para assim não só resguardar seu investimento, como também assegurar um bom desempenho do profissional naquilo o qual foi treinado, inclusive replicando o que aprendeu em sua equipe. Mesmo assim, a demanda de novos negócios é maior que a de profissionais qualificados.
Moral da história: a qualificação em TI não pára nunca. E então, vai fazer o que agora? Sugiro pesquisar e estudar, pois com certeza já saiu alguma coisa nova que você não conhece.
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