As necessidades da base da pirâmide devem ser satisfeitas para que a próxima camada possa ser atendida. Exemplificando, não adianta um indivíduo atender as necessidades de segurança se suas necessidades fisiológicas não são atendidas.
A Hierarquia das Necessidades de Maslow apresenta de forma completa a visão das necessidades do ser humano, entretanto, partindo do principio que as diversas camadas são atendidas, em que momento a desmotivação pode fazer com que as necessidades sejam revistas ou que sua ordem mude? É possível que uma pessoa realizada em todas as camadas da pirâmide em um momento “x”, enfrente um momento “y” de desmotivação e insatisfação, que faça com que ele cogite mudar suas necessidades ou busque a mesma pirâmide em outra empresa? A representação deste cenário é feita através da Teoria da Desmotivação.
A Teoria da Desmotivação diz que “A desmotivação é uma relação do aumento da insatisfação no tempo”. Em outras palavras, à medida que uma pessoa fica insatisfeita, sua motivação vai diminuindo. O problema do aumento de insatisfação é que ele agrega outros pontos negativos, tais como stress, irritabilidade, perda de paciência, insônia, problemas pessoais resultantes dos problemas profissionais, entre outros. Em um momento desta “Curva de Desmotivação”, a insatisfação alcança um nível crítico, onde qualquer novo evento pode resultar em uma reação não prevista, variando desde uma insubordinação direta até agressões verbais ou físicas, em casos mais graves. As pessoas neste estado tendem a aumentar seu autocontrole, garantindo minimamente suas necessidades primordiais. Neste ponto é possível que pensamentos como “não posso falar isso, pois arrisco meu emprego”, “como vou pagar minhas contas se for demitido” tomem posição no raciocínio das pessoas. Este “período de estabilidade” costuma durar pouco tempo, pois este é o momento da decisão stay or go: Ou a pessoa aceita seu ambiente e se adequa à ele ou busca outro local que atenda suas necessidades.
Neste momento, pode ocorrer o pior momento da curva de desmotivação: a queda. As pessoas que começam a descer ou sair desta curva, sem tentar alterar o cenário ou ambiente em que estão, porém não querem mudar do ambiente, tendem a executar suas atividades no mais alto nível de desmotivação, onde “não importa se é certo ou se é errado, será feito, não importam as consequências”.
A descida ou saída desta curva tende a ser mais rápida do que a ascensão ao topo, uma vez que a desmotivação faz com que o indivíduo volte ao seu estado anterior, sem os problemas de insatisfação. O conformismo tende a suprimir os problemas de insatisfação.
Em uma análise mais profunda nos problemas relacionados à insatisfação, pode-se relacionar a desmotivação ao não atendimento de algum fator do topo da pirâmide mas, isto deve ser validado caso a caso.
Este cenário é amplamente visto em projetos de tecnologia, onde muitas áreas devem trabalhar juntas, com prioridades diferentes, metas diferentes, modelos de gestão e cobrança diferentes, sem um planejamento ou análise de interdependências, papéis e responsabilidades bem definidos. A insatisfação por não conseguir executar um trabalho, pode levar ao fracasso, não apenas pelo problema nas atividades, mas pelo próprio clima da equipe. Equipes desmotivadas tendem a ter um clima de trabalho insalubre, onde demais problemas tomam a posição.
Os motivos que podem elevar o nível de insatisfação de uma pessoa no seu ambiente de trabalho incluem, não limitados a:
- Cultura organizacional;
- Problemas de planejamento;
- Relacionamento entre equipes;
- Atividades ou metas cruzadas com perfis extremante diferentes;
- Processos engessados;
- Burocracia
- Gestão
A desmotivação pode aparecer em qualquer pessoa, em qualquer etapa de um projeto ou na execução de qualquer atividade. Quando alguma necessidade desta pessoa não é satisfeita, fica mais fácil para o gestor trabalhar este problema. Normalmente, são elaborados planos de ação e, através de acompanhamentos e feedbacks, a necessidade é suprida. Já no cenário onde todas as necessidades são atingidas, os problemas são mais complicados de ser tratados. A própria identificação da causa-raiz pode ser um problema. Este é mais um parâmetro que comprova que a gestão de pessoas é um fator crítico para o sucesso de qualquer projeto, qualquer empresa, em qualquer ramo.
No próximo artigo serão apresentados os detalhamentos das fases da Curva de Desmotivação (ascensão, limite e queda), seus principais aspectos, motivadores e fatores de tratamento.
(créditos da imagem: O Coruja)
[Crédito da imagem – Desmotivação – ShutterStock]
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