Parece bobagem…
mas será que é mesmo?
Gostaria de propor aqui uma reflexão em nossa busca por melhores resultados.
Muitos de nós passamos nossa formação toda em escolas tradicionais, nada muito diferente, moderno ou revolucionário. Neste ambiente, muitas vezes encontramos algum grau de dificuldade na assimilação de conteúdos específicos, dentro da matemática, ciências, português ou qualquer outra. Muito provavelmente algo bem específico como por exemplo o que são hiatos ou quais as partes da flor.
O conjunto de informações que recebemos sobre o mundo em que vivemos é realmente muito interessante. Perceber a existência do ar, conhecê-lo um pouco mais e assim por diante em relação a todos os conteúdos.
Mas, sua especificidade é bem cansativa para a maioria de nós. A não ser em assuntos onde nosso interesse se vê desperto por algum motivo especial, todos os demais nos parecem “cultura inútil”, informações que não terão um uso prático a curto e médio prazo. Dispensáveis neste momento, de maneira geral.
Essa “maneira de ensinar” focada em conteúdos vem sendo questionada há bastante tempo e o MEC, atento a isso, redesenhou diversos percursos na transmissão de conteúdos. Vem orientando o meio educacional para ampliar o raciocínio e a capacidade crítica do indivíduo. Apoia fortemente a pesquisa em todos os níveis de ensino. A intenção é despertar o aluno para suas capacidades próprias, seu potencial de assimilação, interpretação e inovação. É fornecer uma educação mais robusta, encorpada, com fundamento e lógica pessoais, não apenas repasses.
Nós professores, habituados a retransmissão de conteúdos, sentimo-nos “tentados” a acreditar que saber, por exemplo, o que é um navegador (programa utilizado para navegação na internet – internet explorer, firefox, chrome etc) é uma informação básica e fundamental. Sem saber isso como manter uma comunicação sobre o assunto?
Pode ser… pode até ser que a comunicação sobre o assunto realmente precise dessa “base”. Mas certamente, como já está provado, no uso do aparato, da ferramenta navegador, em sua utilização diária para os fins a que se propõe, esse conhecimento é totalmente desnecessário. Milhões de usuários beneficiam-se dos navegadores para seus passeios pela internet e não sentem a menor falta em saber que seu nome é esse: navegador. Isso de maneira nenhuma os impede de usá-lo em seu benefício.
Ora, mas então seria mesmo necessária a cobrança desta informação numa prova, por exemplo? Num concurso? Faria sentido “avaliar” o indivíduo, sua competência na manipulação da ferramenta, sua produtividade nela, baseando-se no fato de que ele sequer sabe o nome da ferramenta?
Particularmente acredito que não.
Me faz muito mais sentido pessoas aptas a realizar uma análise sobre quem são, onde estão e para onde querem ir. Capazes de avaliar, comparando ou experimentando, os percursos possíveis para si. Planejando estas ações. Realizando estes projetos e descobrindo neste caminho quais suas melhores opções. Pessoais.
A idéia não é nova, muitos pensadores a defenderam, mas ainda me fica a pergunta: como poderíamos nós, professores com esta percepção, implementá-la?
Aguardo sua sugestão!
Obrigada.
p.s.: de quais maneiras poderíamos nos valer das novas e antigas tecnologias, dentro do atual ambiente escolar padrão, para atingir este intento?
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