A evolução tecnológica vem reeducando as civilizações e refletindo no seu comportamento, sua cultura, relações sociais e principalmente na subjetividade humana. Estamos sofrendo uma acelerada mudança tecnológica que reflete drasticamente na forma do ser humano se relacionar, se comunicar, compreender e interagir com o mundo.
Nos últimos anos a internet atingiu enormes proporções de acessos em todas as classes sociais nos mais distantes “cantos” do mundo, proporcionando um acesso muito rápido a informação, e criou principalmente uma grande redução no tempo de tráfego da comunicação, criando uma malha rápida de interligações entre os povos, nações e línguas. Essa tramitação de ideias, conhecimentos e opiniões trouxeram benefícios e malefícios incalculáveis ao mundo atual.
Observamos uma frequente criação de novos comportamentos que são influenciados pelos diversos estímulos constantes no mundo virtual, que podem formar opiniões em massa, que afetam positivamente ou negativamente o comportamento de seus usuários em minutos.
Citaremos alguns claros exemplos de benefício e malefício: determinados serviços governamentais impõem a dependência de uma identidade virtual, enquanto sistemas de relacionamentos e comunidades virtuais podem ser utilizados de forma anônima.
Essa dependência do mundo virtual nos expõe a riscos, pois, através da sua fragilidade, o usuário pode ficar vulnerável a ameaças psicológicas, fraudes e crimes cibernéticos. No mundo virtual, o homem encontrou a possibilidade de expor com mais facilidade suas ideias e opiniões, também buscar suas informações no tempo, encontrar e reencontrar amizades distantes e interagir de diferentes formas, gerando para si benefícios e malefícios, conforme utiliza essas informações.
Outro ponto de forte influência foi criado no campo de entretenimento, onde diariamente, muitos jogos on-line são acessados através da rede mundial, agregando participantes de diversas faixas etárias. As redes sociais também se tornaram o “ponto de encontro” de crianças, jovens e adultos propiciando uma forma virtual de convivência.
Outra tendência impressionante que é responsável por uma enorme fatia do comércio mundial é a comercialização eletrônica. Mais conhecido como e-commerce, consiste em modular transações comerciais que são realizadas através de computadores e smartphones plugados na rede mundial de computadores. No princípio as lojas virtuais iniciaram suas atividades com produtos de valores modestos, mas em pouco espaço de tempo, as operações foram se solidificando, hoje, temos a comercialização de produtos que custam milhões, tais como iates, carros de luxo e mansões, entre outros produtos de altíssimo valor.
No ano de 2014 cerca de 51,5 milhões de consumidores realizaram compras pela internet, gerando uma receita de R$ 35,8 bilhões de reais consumados através de 103 milhões de pedidos gerados nas lojas virtuais. Em 2015 o e-commerce alcançou um faturamento de R$ 48 bilhões, 22% maior que o último ano. O ano de 2016 deverá registrar 191 milhões de pedidos nas lojas virtuais, com uma estimativa de crescimento 18% maior em relação a 2015 e o deverá gerar um faturamento próximo a R$ 56,8 bilhões.
As gigantes proprietárias dos sites de relacionamentos enxergam os seus usuários como números, e realmente a isso somos convertidos. A quantidade de usuários de um site, gera um ranking de valor/usuário que é levado em consideração no fechamento contratos milionários no marketing virtual. O marketing virtual proporciona uma infinidade de formas e artimanhas para atrair as pessoas à um negócio on-line.
Através das redes sociais, as empresas como Twitter, Facebook, Instagram, Foursquare, entre outras, são responsáveis por grande parte do marketing virtual com um alto índice de alcance. Mas, com o crescente e massivo uso da internet, enormes malefícios vêm se desenvolvendo e causando grandes impactos no cotidiano das pessoas.
Um dos problemas mais graves é a dependência virtual, que aprisiona milhares de pessoas em todo o mundo. Inicia-se de uma forma inofensiva, quando seus usuários vão se encontrando, se expondo, de uma forma muito envolvente, como jamais fariam em um relacionamento presencial. Através do modo virtual, podem participar (anonimamente ou não) de assuntos que jamais teriam coragem de abordar com outras pessoas, e assim, quebram barreiras, como por exemplo: a dificuldade de relacionamento interpessoal.
Esses usuários vivenciam uma dupla personalidade sem perceberem que estão totalmente envolvidos e enlaçados pelo ambiente virtual, criam uma falsa visão da realidade e completamente inseridos no mundo globalizado, são tratados com uma importância que muitas vezes não encontram em seu dia-a-dia, suas opiniões são levadas em consideração, recebem atenção de outros usuários às suas postagens, e assim, se entregam à compulsão pela web.
O perfil citado acima, pode ser propício a sofrer a dependência virtual, onde o próximo passo é o isolamento dos amigos e familiares. O problema aumenta, quando seus comentários, postagens e fotos não são “curtidos” ou comentados, levando-os a frustrações e com isso a busca de relacionamentos com pessoas desconhecidas conectadas a rede. Esse mal seria diminuído se o princípio da ética virtual fosse colocado em prática e com isso cuidados como: não criticar se você não tem uma sugestão melhor para doar e quando doar que seja de maneira branda para não desestimular a causa se ela for salutar.
Enfim, teríamos uma infinidade de impactos positivos e negativos a listar, mas, não temos dúvidas de que o mundo se transformou em seu âmbito pessoal e profissional devido ao avanço da tecnologia. Devemos acima de tudo, prezar pelas boas práticas para uma boa educação virtual e a preservação da nossa imagem profissional e pessoal adotando uma postura de ética virtual.
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