Vivemos numa era em que cobrar escanteio e cabecear para o gol, com índice de aproveitamento próximo de 95%, já se tornou default. As empresas, principalmente as prestadoras de serviço têm, em seus profissionais, colaboradores – se me permitem, polivalentes em competências de atuação e em ciências afins, tais como psiquiatria e/ou psicologia, pois o stress gerado por esta “polivalência” gera indivíduos cada vez mais “zumbilizados”. Junte-se a isso os anseios patronais para que todos possam lidar com tranqüilidade com este status quo, como se esta parafernália de novas responsabilidades – incluindo-se aí o fantasma prazos/qualidade curtos – fizesse parte da cada vez mais globalizada natureza humana.
É cada vem maior o número de pacientes em clínicas de saúde emocional. O nível de exigência está cada vez maior, assim como o turnover, esse às avessas, uma vez que nem todo profissional que sai é substituído, gerando uma sobrecarga no setor ou área. Será que os nossos japoneses já não são assim tão melhores que os japoneses dos outros?
É fato que as empresas precisam lidar cada vez com mais agilidade com as exigências de clientes cujo mercado lhes oferece inúmeras possibilidades. A fidelização é o desafio a ser vencido. As coisas vão acontecendo como trocas de pneus na Fórmula Um e nem sempre o cara da mangueira de combustível vai saber lidar com a mesma capacidade com a maquina de apertar e soltar parafusos. Mas, se a necessidade é de um trocador de roda, com NSA (nível de serviço acordado) contratado, que se troque o pneu.
Metáforas a parte, o velho e bom profissional de carreira é um indivíduo em extinção, pelo menos nesse segmento de mercado. A transição precisa ser mais bem estudada pelos Recursos Humanos de plantão. Existe um hiato entre os mais experientes – que não “engolem” com naturalidade essas pressões pós concorrência acirrada (com ingredientes como trabalho rápido x registros x evidências x certificações/certificados x versões e guarda de documentação x processos e procedimentos) e os novatos, que lidam melhor com os novos ingredientes, mas que ainda têm um imenso arsenal de conhecimento para adquirir.
Fica a questão: como o mercado e o profissional da saúde mental não querem saber quem pintou a zebra, o que fazer com o restante da tinta? Vai saber.
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