Quem nunca se deparou com um colega de trabalho que, independente de ser boa ou má pessoa, é avesso a passar conhecimento ou, como alguns dizem, a “perder” tempo ensinando quem não possui a mesma experiência que ele?
Esse tipo de sujeito, o “sonegador de informação”, é um espécime que sobrevive ainda nos dias de hoje. Ele se mantém alheio aos conceitos de coleguismo e colaboração, e quando se dispõe a ensinar, acaba ele mesmo efetuando a tarefa o mais rápido possível, se vira para o coitado que tentava aprender e decreta: “É assim que se faz ou viu como é fácil?”. Tornando impossível qualquer tipo de questionamento ou argumentação a respeito do que acabou de acontecer.
Eu mesmo já passeio por situação semelhante. Começando em um novo emprego onde teria que utilizar uma ferramenta proprietária da empresa, com as atividades atrasadas para migração de plataforma de um grande produto. Manuais ou tutoriais para dar um norte não existiam. Um distinto cidadão foi indicado para me auxiliar. Devo dizer que ele era muito bom no que fazia. Tão bom que trabalhava com umas três ou quatro janelas abertas e a todo o momento alternava entre uma ou outra, digitando comandos em alta velocidade, efetuando ajustes, praguejando ou se felicitando e no final do processo me dizer que agora era só fazer igual que ficaria tudo bem.
Sinceramente, qual a possibilidade de aprender se o outro não tem a intenção de ensinar?
Não é fácil ter que lidar com esse tipo de pessoa que, por sorte ou acaso, teve a oportunidade de aprender uma determinada atividade, mas por insegurança ou outro motivo qualquer , tem uma forte resistência em passar adiante esse conhecimento.
É de se estranhar que em plena época onde a informação é distribuída pelos mais diversos meios e disseminada a uma velocidade cada vez maior, ainda existam “dinossauros” que buscam a todo custo proteger seu “território”, esquecendo-se que seus colegas não são inimigos e que a melhor forma de crescer, de formar um bom time, de aprender é doando um pouco do seu tempo para passar informação.
Basta partirmos de um princípio lógico. Quem se dispõe a ensinar precisa se preparar para que o conteúdo seja entendido. Durante essa preparação ele terá a oportunidade de testar seu próprio conhecimento e dessa forma poderá se atualizar e melhorar seus pontos fracos, aprender coisas novas, ou mesmo, ter uma nova perspectiva sobre o que já sabe.
Ao transmitir informação/conhecimento terá a chance de assimilar novos pontos de vista, pois certamente haverá um debate a respeito do tema, e todo debate é bem vindo.
Quanto mais os profissionais tiverem conhecimento das rotinas que os colegas que os cercam desempenham mais chances terão de progredir, afinal de contas se você é o único a conhecer determinado procedimento, precisa ter em mente que a chance de sair da atual posição é pequena, pois sabemos que não se abre mão de um “especialista” tão facilmente.
Outro aspecto importante nesse processo de transferência de conhecimento é a oportunidade de conhecer as pessoas com quem você trabalha, de criar um ambiente de trabalho mais leve, mais dinâmico, onde você deseje estar todos os dias, onde não existam disputas idiotas por posição e o termo “colega” não seja empregado apenas para designar alguém que trabalha com você e sim para indicar pessoas que se respeitam e se consideram amigas, afinal de contas passamos a maior parte do tempo na companhia deles e aturar um dia inteiro de clima pesado, ninguém merece.
Leave a Comment