Há algum tempo, quando a gestão das empresas era feita de maneira vertical, tendo cada departamento a preocupação de salvaguardar seus próprios umbigos, os proprietários, diretores, CIOs ou tantas outras denominações inerentes ao tamanho ou cultura das empresas, viam-se em “palpos de aranha” quando o mercado dava sinais de mudanças e determinados produtos ou serviços que davam sustentação àquelas empresas deixavam, sem motivos aparentes, de serem os favoritos de determinada fatia de mercado.
Mudanças rápidas e com qualidade levavam mais tempo do que o mercado tinha para esperar, pois cada departamento coletava seus dados, supostamente coerentes, e não havia uma receita pronta para se juntar tantos números, tirando daí uma conclusão capaz de gerar uma proposta de mudança. A demora acabava por favorecer a concorrência.
A partir de mudanças ocorridas no Reino Unido, particularmente na Inglaterra, estudiosos começaram a pensar soluções que partiam de empresas e tendo empresas como foco dessas soluções. Nasce daí conceito denominado “melhores práticas”, experiências que davam certo em organizações e eram partilhadas entre si, e que foram se tornando normativas, ganhando o mundo dos negócios. A palavra gestão deixa de ser um significante dicionarizado e passa a ter um significado bem mais amplo.
Essas melhores práticas, referenciadas e com nomenclaturas variadas, dependendo do organismo que as difundiam, fizeram o exercício da gestão crescer em importância, lógica e valor agregado. A primeira providência foi enxergar a empresa de forma horizontal. As entradas para cada departamento e as saídas para o departamento seguinte passaram a ser medidas, entendidas e trabalhadas. Um incidente/problema passaram a ser tratados proativamente. A operação “Noé” perdeu a força e uma nova figura passou a fazer parte do circo empresarial: o owner de processo. Cada dono de processo, a partir de então e com o auxílio do patrocinador mor, cobrava, a quem cabia, solução rápida e a garantia de que o issue não voltaria a ocorrer.
Outra novidade de grande importância foi a valorização de um dos principais stakeholders – o Cliente. Seu sentimento começou a ser medido em tempo mitigado. Suas reclamações começaram a ser cadastradas, planos de ação começaram ser implementados e a fidelidade começou a se tornar menos traumática. Os terceiros/ fornecedores, também começaram a ter sua responsabilidade definida nos contratos. Algumas certificações passaram a ser condição sine qua non para que parcerias fossem fechadas.
As empresas começaram também a buscar novos diferenciais, já que esta nova condição de mercado estava se disseminando. Decorrentes dessas necessida, surgiram as áreas de Processos e Qualidade que deram o empurrão que faltava. Quanto mais exigente o Cliente se tornava, mais competitivas as empresas deveriam ser. Certificações de Qualidade da série ISO 9001 passaram a ser comum. A preocupação com os “dados de propriedade do Cliente” fez surgir outra certificação, agora voltada à segurança de TI (ISO 27.002/27.001). A ISO 20.000 vem corroborar com a gestão dos processos de TI.
E nessa vertente, vieram a ambiental com a ISO 14.000, a hospitalar, e a valorização de um novo tipo de profissionais, os Gerentes de Projetos, e suas certificações.
A informação, em todos os seus suportes, humanos, eletrônicos, em HW ou SW, passou também a ser alvo de forte preocupação.
Enfim, hoje o mercado está mapeado. Ninguém é (ou não deveria) ser pego de surpresa. Proativamente, os produtos/serviços são aprimorados antes de o Cliente perceber essas necessidades e novas oportunidades de negócios surgem naturalmente.
Estamos na era da Gestão e Planejamento Estratégicos. Conforme Wagner Campos, no site artigonal.com, nesta data, podemos defini-la:
“Gestão Estratégica é uma forma de acrescentar novos elementos de reflexão e ação sistemática e continuada, a fim de avaliar a situação, elaborar projetos de mudanças estratégicas e acompanhar e gerenciar os passos de implementação. Como o próprio nome diz, é uma forma de gerir toda uma organização, com foco em ações estratégicas em todas as áreas.”
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