Quatro décadas se passaram e o resultado está expresso em qualquer estatística publicada por entidades internacionais, em 1978 a China tinha 1,5% do mercado internacional o mesmo índice do Brasil, atualmente a China passa dos 10% e nós continuamos estagnados, se olharmos para os índices referentes à educação a situação ainda é pior, conseguimos ficar atrás de países sem expressão na América do Sul.
Já fomos chamados de vira-latas pelo poeta, de país do futuro, já adoramos e reverenciamos tudo que vinha de fora, e permanentemente somos descriminados e discriminamos os brasileiros quando estamos fora do país, como diria o poeta: “Que país é esse?”
Um antigo governante europeu disse que não somos um país sério, outros que somos o país do futebol, do carnaval e das mulheres, creio que o governante estava correto, não somos sérios porque nossos maiores valores a cada dia são jogados no lixo, nosso futebol virou chacota, nossas mulheres viraram motivo de turismo sexual internacional e o carnaval tornou-se um antro da contravenção.
Na verdade, o melhor slogan que podemos considerar é o que cada povo tem o governo que merece, afinal a democracia mesmo com todas as suas imperfeições é o melhor sistema depois de todos os outros, o que está nos faltando é o que o americano tem de sobra, patriotismo.
Diferente do que muitos pensam não é necessário pegar em armas nem fazer passeata para mudar uma nação, até porque a maior manifestação popular já vista neste país infelizmente foi apenas pelos R$ 0,20 do aumento do transporte coletivo, a mudança começa dentro de casa, educar os filhos não é uma responsabilidade da escola, essa foi feita para ensinar, dizer não para qualquer tipo de vantagem ilícita, mudar o canal de televisão quando não gosta de um programa, respeitar o espaço do outro provoca mais mudanças em um país do que qualquer quebra-quebra.
Cair no lugar comum e falar da educação é desnecessário, o importante é saber que tipo de educação precisamos, se olharmos para fora teremos uma infinidade de exemplos: a Alemanha se reconstruiu do pós-guerra não pelo dinheiro americano e sim pela enorme quantidade de engenheiros que tinha, os coreanos focaram no ensino básico e escolheram algumas indústrias para crescer, e hoje são uma potência, e nós?
Continuamos a acreditar que um diploma seja qual for faz a diferença, assim derramamos no mercado uma quantidade assustadora de profissionais sem mercado de trabalho e o pior mesmo que existisse oportunidades nossos formandos não têm qualificação mínima para atuarem, a maioria das instituições de ensino não formam ninguém e os alunos saem pior do que entraram, não planejamos nada!
Até dois anos atrás parecia que o Brasil tinha mudado, e a síndrome do vira-lata estava começando a desaparecer, festejamos a Copa, a escolha para ser sede das Olimpíadas tudo parecia perfeito, e agora para os menos informados fomos surpreendidos por uma crise econômica e política sem precedentes, muitos dizem que é só o começo, e ao invés de escutarmos nas ruas e escolas que está na hora de pegar o país pelas mãos e mudá-lo, afinal o ano que vem tem eleições, o que mais se houve é que o maior desejo é deixá-lo.
O ciclo se repete e o povo parece cada dia mais adormecido, os mais velhos estão desiludidos e os mais novos entorpecidos, afinal para esquecer vamos beber e curtir o final de semana.
Claro que não dá para mudar tudo da noite para o dia, mas pequenos passos podem e devem começar hoje, e esses não devem depender de vontade política nem de chefe, patrão ou qualquer um, os atos e atitudes que realmente vão mudar o Brasil dependem única e exclusivamente de cada um de nós.
[Crédito da Imagem: Brasil – ShutterStock]
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