Algumas áreas da TI, como área comercial a incidência deste problema é menor. Mas sinceramente considero a área comercial mas para o lado de marketing/produtos/venda, pois poucos profissionais desta área vieram oriundos de área técnica. Calma: toda a regra tem exceção: vamos encontrar pessoas com mais de 50 anos empregados ou recém empregados, alguns oriundos da área técnica trabalhando na área comercial, etc. Talvez o estado com mais exceção é o de São Paulo, pois lá o mercado de TI é sempre aquecido, mas é preciso se mudar para lá, ter endereço fixo e mesmo assim ter paciência, pois demora a recolocação na maioria dos casos.
Porque a experiência custa caro no Brasil de uma forma geral? Creio que seja cultural, pois na maioria dos países desenvolvidos esse fluxo é inverso. Além do mais, profissionais experientes são muito mais são caros. Algumas empresas preferem pagar menos para profissionais mais novos e correr o risco de tomar um prejuízo principalmente com tempo de resolução de problemas e resolução de conflitos nas equipes (pois essencialmente esses dois itens, exigem experiência para contorna-los ou superá-los). Neste caso, se der certo, o cérebro desta ideia, ganha os louros, que geralmente é o diretor de área. Agora quando dá errado, o gerente é o culpado (não adianta argumentar, pois na visão do alto escalão não soube gerenciar o profissional) e geralmente o que acontece é: primeiro demite-se o “responsável direto” pelo erro, isto é, o profissional mais novo e depois o gerente. E assim a roda “roda”.
Infelizmente, pelos moldes estratégicos que as empresas nacionais tem adotado, dificilmente este cenário mudará a curto prazo. Até porque realmente há profissionais, da geração cibernética, que temos é de tirar o chapéu pelo conhecimento técnico. O perfil geralmente é: com 7 anos ganhou seu primeiro notebook, com 9 começou a programar em “C”, depois aprendeu a desenvolver suas próprias ferramentas e por aí vai. Os “cinquentões” tem o perfil: com 5 anos começou a jogar bola na chuva, com 7 anos era craque em bola de gude e por aí vai, até chegar com 24 se formou em processamento de dados, programou em “Clipper”, “Dbase…não tem a mínima chance, até porque o salário no mais novo é bem mais baixo do que o do mais, digamos, experiente. Mas o que acontece que um profissional não é formado apenas de conhecimento técnico, mas de outras qualidades, dentre elas “vivência”, o que não se adquire somente em estudando. Mas para alguns isso não traz lucro…para mim traz, mas isso é uma longa discussão.
Para finalizar deixo a minha dica: se está nesta fase e está empregado, não largue seu emprego “nem a pau Juvenal”; se está desempregado não perca tempo: ou abre um negócio (que você conheça, logicamente) ou faça concurso público se ainda tiver paciência. Não duvide deste artigo, pois é verdadeiro. Eu abri minha empresa, pois não tenho paciência de estudar para concurso público. Para quem é mais novo, faça seu “pé-de-meia” para quando chegar com 50 anos, não precisar passar por isso.
[Crédito da Imagem: Contratação – ShutterStock]
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