O fato é que Internet das Coisas ou Internet of Things (IoT) está deixando de ser periferia para se encaixar no mainstream das corporações. As tecnologias que envolvem automação industrial, sensores e controles estão se tornando cada vez mais complexos e demandando modelos de arquitetura de sistemas e processos de desenvolvimento e gestão típicos da TI tradicional. Nos próximos anos veremos uma crescente integração da chamada tecnologia operacional (TO, como estes sensores) com a TI, principalmente porque praticamente tudo estará conectado. A junção da Internet das pessoas com a Internet das coisas nos levará a Internet do tudo…a Internet of Everything.
Os objetos, dispondo de inteligência (leia-se software) passam a ser extensões das estratégias de mobilidade das empresas, abrindo espaço para criar novos processos e mesmo novos modelos de negócio. O objeto móvel conectado não precisa ser um smartphone ou um tablet, mas pode ser um automóvel ou mesmo uma turbina de uma aeronave. Um automóvel, por exemplo, que esteja conectado à rede da empresa permite criar novos modelos de interação com seu proprietário (cliente), que vão da interação no apoio à emergências e capacidade de efetuar manutenção preditiva, à criação de planos de seguros baseados no comportamento e hábitos de direção, obtidos em tempo real.
Analisando os comentários acima vemos uma clara integração entre IoT e o conceito de Big Data. Este pode ser um dos elos de ligação entre o mundo da IoT e a área de TI. A maioria dos CIOs ainda olha a IoT como coisa da engenharia e não de sua responsabilidade. Mas, a intercessão entre a IoT e o Big Data abre espaço para esta integração. Os objetos, na sua operação normal, estão gerando dados continuamente. Estes objetos são os mais variados possiveis: sensores, cameras de video, veículos, aparelhos médicos, etc. Ora, se os analisarmos mais profundamente com tecnologias de Big Data podemos gerar novas fontes de informação, gerando mais valor agregado para as nossas empresas e nossos clientes. Imaginem por exemplo, um hospital com todos objetos e pessoas conectados. Pessoas são médicos, pacientes e pessoal de apoio. Objetos podem variar de ambulâncias que chegam a equipamentos cirurgicos e material médico. Um hospital conectando tudo isso torna-se muito mais inteligente e eficiente.
Uma cadeia logistica pode se tornar muito mais eficiente se a informação sobre os objetos não parar na entrega deste objeto na gondola do supermercado, mas for obtida até seu consumo final pelo cliente em sua casa e eventualmente mesmo após, no seu descarte.
Uma cidade pode se tornar smarter city se usar as informações geradas pelos seus cidadãos e sensores que meçam tráfego, cameras de video, etc, para tomar decisões e agir de forma muito mais rápida à situações anormais. Pode gerenciar melhor o ativo que faz a cidade operar, como canos, redes elétricas, semáforos, etc, de forma remota e muito mais eficiente. E, principalmente, gerar valor para os cidadãos. É interessante, mas a geração de valor para os cidadãos nem sempre aparece nas discussões sobre smarter cities, que se concentram em aumento da produtividade e redução de custos do setor operacional da cidade…mas sem engajamento ativo da sociedade, a cidade não se torna realmente inteligente!
Entretanto, existem desafios pela frente. Temos a questão da segurança. Estes equipamentos, antes isolados, agora estão conectados. Cada automóvel Volt da GM tem seu próprio endereço IP. Isto abre espaço para eventuais riscos de segurança cibernética. A IoT, portanto, deve se encaixar na politica de segurança da corporação. Não pode mais ser ignorada, pois passa a estar integrada ativamente à rede de computação da companhia.
Outro desafio é que os volumes que certos equipamentos, como aeronaves geram é imenso. Um 787 pode gerar meio terabyte de dados por vôo. Vejam este texto. Além disso, equipamentos que geram por si poucos dados, como os smart meters (medidores de energia elétrica inteligentes) mas agrupados em grande numero geram um volume de dados muito grande. Fazer análises e simulações destes dados demanda uma capacidade computacional que provavelmente só será justificada se usada sob demanda ou seja, em nuvens publicas.
Realmente, não dá para falar em IoT sem vermos sua integração com Big Data, com estratégia de Mobilidade e com Cloud Computing. Portanto, IoT deve começar a aparecer na tela de radar dos CIOs. E não é futurologia. Está se tornando presente muito rapidamente.
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