Atraído pelo TI Especialistas, talvez o mais antigo usuário, provedor ou vítima da profissão, na ativa, envolvi-me no fórum de Michel Henrique sobre prostituição da categoria. Com centenas a favor, contra ou muito pelo contrário, inscrevo artigo.
Li textos de Alexandre Fernando. Intercambiei com dezenas de pessoas a respeito lembrando:
O que mais aborrece o homem são as próprias contradições.
Passando carnaval no interior, visitei rua, onde pião, bola de gude e bodoque foram engolidos por radar, laser, “paranóica”, asfalto… Boiadas já não passam rumo ao abate. No portal se lia: 1ª Escola de Eletrônica da América Latina. Depois, Vale da Eletrônica. Transformar matadouro em escola foi visão de Sinhá Moreira. Muitos colaboraram. Inclusive meu pai e avô. Irmão e amigos mais velhos comemoraram meio século de formatura. Devo festejar ou lamentar atropelamento da infância pela cibernética?
Li sobre Fenadados. Interpelei Sucesu e Assespro. Aquela sabiamente entitulada sociedade de usuários, onde cabem todos. Esta focada em processamento. Profissão onde tenho alunos e filhos, desde que ajudei a reconhecer o 1º curso UFMG-ICEX. Aproveitei para cutucar amigos engenheiros, bibliotecônomos, administradores, etc. Cada qual reclamando pedacinho da profissão que, excetuada aquela mais antiga do mundo, teria o maior número de membros ativos, sem diploma.
Foi quando recebi de Eliel projeto do Conselho de Classe. Acabei vendo dezenas de propostas em trâmite. A favor e contra.
Nem tão pobre como meus clientes moradores de rua, nem ambicionando riqueza de Bill, meu MS Partner, imagino se vale a pena. Vindo de onde canivete picava goiaba e goiabeira; ajeitava trator e briga de rua; estripava peixe e bicho de pé, sem assepsia; fazia qualquer trem; passei por várias mudanças e regulações.
Ameaçaram furar meu “bucho” com raio laser em experimento eletrônico (anos 50). Produzi tutorial multimídia para entretenimento educativo (anos 60). Candidato a estatístico, economista e sociólogo ao publicar 1º banco de dados FIEMG de Bem Estar, acabei inscrito na OAB (anos 70). Forçado por amigos virei Conselheiro CRA (anos 80). Preferi ser web developer (anos 90). Quase joguei memórias fora quando, homenageado pela Sucesu, com meu 1º ebook entre as 3 melhores idéias em informática e telecomunicações do país, dispensei táxi, pois dinheiro só dava para lotação.
Participo de inovações do milênio, incentivando ICTs em portais CRM, ERP, SCA, SGP, MSaf, eNF, COMEX, … com apoio PMI, CMMI, ASAP, ISO, ITIL-COBIT e palavrões intraduzíveis. Dignos tanto da qualificação como prostituição da classe.
Desde quando vi a última boiada indo ao matadouro e estilingue substituído pela cibernética, sonho com o mundo acabando num barranco. Para morrer encostado. Comendo torresmo com pinga junto com o Zé (de Alencar) que inutilmente recomendou meu Monitor Autômato à FINEP. Esta ainda obteve minha condenação judicial em R$ meio milhão, por ter recorrido do indeferimento. Podem conferir on line!
Verdadeiro incentivo à tecnologia inovativa nacional e ao pesquisador pioneiro!
Recuso polpuda aposentadoria INSS (R$640,00 reais: quase sete bolsas família), como consolo por 20 anos recolhendo o dobro do teto e outros 20 terceirizados. Todos coonestamos esta fraude fiscal e social. Totalizo 56 anos de usuário e 43 de profissão, os últimos 3 buscando fomento tecnológico para terra natal e voluntariado.
Hoje, em espartano voto de pobreza, com recursos poupados (não contem ao Juiz ou Leão!) para velhice modesta, acho que ser aprendiz de Dom Quixote, buscando resultado acima do lucro, compartilhamento além de enriquecimento, valeu a pena. Mas novos e bons amigos, como Augusto Vespermann e TI Especialistas, não dão sossego. Pedem artigos. Porisso retomo bandeiras. A moçada precisa de método. Redescobrir de onde viemos, para onde vamos e afinal:
Quem somos?
Poeira cósmica? Apêndice descartável? Servidor? Usuário? Processador ou programador? Analista de Sistemas ou Informata? Metodólogos? Prostitutos? Sem regulação própria seremos regulados por outros. Terceirizados. Fraudados! Precisamos de identidade! Só vamos conseguir se o que nos une for maior que divergências.
Cientistas afirmam que após 2060 ninguém mais morrerá. Com corpos reconstituíveis, os remanescentes vão recuperar e reinstalar o software deletado, daqueles que abandonaram seu velho hardware debaixo de sete palmos.
Para que isto ocorra, é preciso acreditar e desenvolver tecnologia.
Porisso sou a favor de buscar, para nossa classe, identidade, competência e espaço no mercado. Sem impedir liberdade de criar ou empreender. Seja sob que nome e forma forem!
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