Python! Conheça, apaixone-se e divirta-se!

Eu daria 90% de certeza que você ao menos ouviu falar em Python, principalmente por estar envolvido com TI, certo? Mas, por qual motivo e quando usar Python em seus projetos? Essa é uma pergunta que venho respondendo desde 2012, ano que entrei de cabeça nessa linguagem. Pensando nisso, resolvi iniciar a série de artigos de Python que vou fazer aqui no Ti Especialistas, apresentando a linguagem e mostrando algumas características que me fizeram ficar apaixonado por ela.

Guido Van Rossum

Se vamos falar das origens do Python, temos que falar de seu pai. Pois bem, esse é Guido Van Rossum, holandês nascido em 31 de janeiro de 1956. Em 1982 Guido entrou para o CWI (Centro de Matemática e Ciência da Computação) na Holanda, após ter saído da universidade como programador/pesquisador no projeto ABC (o ABC foi encerrado após 6 anos de desenvolvimento e pesquisa pela falta de sucesso no projeto). No CWI Guido estrava trabalhando com outro projeto inovador, o Amoeba, um sistema operacional distribuído.

Sua motivação para a criação do Python foi a percepção da necessidade de uma linguagem de alto nível, após perceber que o desenvolvimento de utilitário de administração do sistema em C estava demorando muito, tomando grande parte de seu tempo de trabalho. Trabalhando muito com C e Shell, Guido percebeu que faltava algo entre essas duas tecnologias e, juntando o útil ao agradável e a experiência no desenvolvimento de pesquisa e projetos de alto nível, partiu para a criação de sua própria linguagem.

Muita gente questionou Guido do por que não usar uma linguagem existente, mas na época, segundo ele, não havia uma linguagem adequada para executar o que ele precisava. Dentre Perl, Algol 60 e ABC, a única que ele realmente gostava é era o ABC, principalmente por ter feito parte da equipe de desenvolvimento da linguagem.

Pois bem, vamos ao desenvolvimento? Guido aproveitou a semana de folga dentre o natal e o ano novo em 1989 e começou desenvolver a linguagem. Desde o início, ele tinha a intenção de criar uma linguagem de alto nível, fácil, legível e poderosa. Essa é a essência do Python desde as suas primeiras linhas.

Somente em 1991 Guido enviou um e-mail com o código fonte da linguagem, abrindo assim oficialmente para a comunidade. Na versão apresentada, já poderíamos encontrar aplicação de classe, herança, tratamento de exceções, funções, tipos de dados nativos como list, dict e str etc. Esse lançamento foi muito bem recebido por outros desenvolvedores que resolveram abraçar o projeto e ajudar na sua evolução. Em 1994 o primeiro fórum oficial de discussão sobre Python foi criado, o que foi um marco na evolução da linguagem.

Antes de continuar a leitura, recomendo que você assista o vídeo a seguir. Ele mostra a evolução da linguagem após a liberação do código fonte e o início da colaboração da comunidade na evolução da linguagem.

Se você quiser saber mais detalhes dessa história, leia o artigo escrito por ele em: http://bit.ly/1mWQTzu.

De onde vem o nome ?

Muita gente acha que Python vem da cobra, e não é atoa que sua logo é representada por duas cobras. Porém o nome foi uma homenagem de Guido para o grupo de humoristas britânicos Monty Python e sua logo foi desenvolvida por um fã e desenvolvedor da linguagem na época.

Instalando

Se você trabalha com Linux ou Mac Os, parabéns! Basta abrir o terminal e digitar Python para começar a brincadeira. Agora, se você usa Windows, a instalação pode ser um pouco mais chata, mas vai funcionar. Você terá que lembrar de atualizar sua variável de ambiente para poder utilizar o comando python no prompt de comando do Windows.

Agora você me pergunta… É possível trabalhar com Python no Windows? Sim, mas para você ter uma experiência sem traumas, recomendo que você use o Linux, de preferência o Manjaro, que é leve, bom e vem com o Python 3 instalado.

Para Windows, entra no site oficial do Python e faça o download http://bit.ly/1PdFaDl

Utilizando Python 3

Se você estiver utilizando o Linux ou Mac Os, como eu falei acima, você já tem o Python instalado na sua máquina, porém recomendo que você instale o Python 3, mas ATENÇÃO! Não substitua a instalação nativa do seu sistema operacional. Existe muita coisa acontecendo em Python no sistema operacional e, se você atualizar a versão do seu SO, garanto que não será uma experiência agradável!

Sendo assim, a melhor opção é você instalar uma virtualenv para você instalar a versão nova, fazer todos os testes que quiser e no fim, detonar essa instalação sem afetar nada! A utilização do virtualenv é fundamental para isolar as instalações de sua aplicação. Suponha que você está trabalhando em mais de um projeto Python ao mesmo tempo, um desses projeto utiliza o Django 1.6 e Python 2.7 e o outro, mais recente, roda com o Django 1.8 e Python 3. Se você fizer as instalações das dependências de um dos projetos diretamente na sua máquina, você terá sérios problemas se fizer o mesmo com o outro projeto. Foi pensando nisso que pintou o virtualenv.

Pip e Virtualenv

Direto ao ponto agora! A primeira coisa que você deve fazer é instalar o *pip e em seguida o virtualenv:

# Instalando no Mac Os
$ sudo easy_install pip
# Instalando no Ubuntu: 
$ sudo apt-get install python-pip
# Instalando no Fedora:
$ sudo yum install python-pip
# Instalando no Arch: 
$ sudo sudo pacman -S python-pip

$ python -m pip install -U pip

*Pip é um sistema de gerenciamento de pacotes usado para instalar e gerenciar pacotes de software escritos na linguagem de programação Python. Muitos pacotes podem ser encontrados no Python Package Index.

Depois que você instalar o virtualenv pelo pip, está na hora de começar a brincadeira. Novamente pelo terminal, execute o comando:

$ virtualenv -p python3 env

O nome “env” pode ser qualquer nome que você queira usar. Quando vou iniciar um novo projeto em Django, eu costumo criar uma pasta com o nome do projeto. Dentro dela uma com a env e outra que irá receber o código, ficando da seguinte forma:

|seudiretorio
|____env

import this

Após fazer a instalação do Python (se você usa Linux ou Mac basta abrir o terminal, digitar python e dar enter), não faça nada antes de dar import this e ler a poesia que aparecerá para você:

Essa poesia que você acabou de ler foi escrita por Tim Peters, fala sobre as filosofias da linguagem. Esse texto encantou Guido pois alguém de fora havia conseguido empreender a essência da linguagem e, dai para frente, passou a ser oficialmente o Zen Do Python.

Show me de code

Chega de história e vamos ao que realmente interessa? Agora que você conhece um pouco mais da linguagem, colocou ela para rodar de forma segura, podemos continuar com a nossa sequencia de tutoriais. Os próximos artigos brincar mais com códigos e filosofar mais em cima do Python.

Compartilhe, comente e até a próxima!

Python! Conheça, apaixone-se e divirta-se! was last modified: janeiro 21st, 2016 by Fernando A. Valente
Fernando A. Valente: Atuante na área de desenvolvimento web desde 2007 prestando serviços para corporações da área da saúde, educação, tecnologia e pesquisa, jornalismo e entretenimento. Além de apaixonado pelo que faz, é aficionado por Python e tecnologia. Membro da Python Software Foundation, Python Brasil e Doador do Django Project.

Ver comentários (3)

Leave a Comment