Conversei com o meu chefe e com o presidente da empresa informando que me desligaria. Depois de 7 anos na mesma empresa, estava em busca de novos desafios (parece clichê, mas era exatamente o sentimento na altura), profissionais e pessoais. Passei ainda 2 meses treinando um substituto e fui embora com a certeza de dever cumprido.
Já no Ceará, passei por um processo seletivo em uma empresa de médio porte presente em diversas capitais do Brasil – quase um mês depois da minha chegada. Me especializei em Business Intelligence, passei a dar aula no centro de treinamento da Microsoft da em Fortaleza e de lá pra cá passei por algumas funções, até assumir a Coordenação de Sistemas Coorporativos.
Percebi algumas coisas interessantes. O mercado do Sudeste é bastante dinâmico e acaba “forjando a fogo” o profissional, e isso é bastante valorizado por aqui. Um dia estava até mais tarde e um diretor tirou uma brincadeira comigo: “Ah, você não nega que é paulista né?”. Então você já vem com alguns pontos na bagagem e um pouco de moral. Por outro lado, você precisa fazer networking a todo custo, pois em mercados menores isso conta mais do que seu expertise.
A parte boa é que realmente consegui obter mais qualidade de vida e não ficar deslocado profissionalmente. Entrei em uma grande empresa, aprendi a surfar, vejo o mar todo dia da minha janela e atingi o objetivo traçado em 2010, quando deixei São Paulo.
Mas nem tudo são flores. Aqui você está longe das inovações, os cursos e palestras são escassos e as iniciativas nesse sentido empolgam pouca gente – já cheguei a palestrar para 3 pessoas em uma sala, tamanho a dificuldade de juntar pessoas. É preciso sempre estar antenado com o que acontece em SP e manter um planejamento para angariar milhas ou prêmios de passagens aéreas, para se manter “respirando” as novidades. Por exemplo, em São Paulo, tinha uma constância de 6 a 7 visitas à Microsoft por ano. Desde que vim pra cá, ainda não pisei lá, e já se vão quase 4 anos. Outra coisa que tem preocupado é que o índice de criminalidade por aqui está crescendo a passos largos, e é uma constante preocupação.
A pergunta final é: vale a pena migrar para o Nordeste? Na minha opinião, vale sim. Existem poucas mas muito boas empresas de TI na região, o custo de vida ainda é menor do que do Sudeste e como em qualquer canto do nosso pais, faltam profissionais qualificados.
Minha recomendação é que você analise cuidadosamente o risco que pretende assumir, tenha um plano B caso as coisas não aconteçam do jeito esperado, e vá em frente. Deixe as “raízes para as árvores”.
[Crédito da Imagem: Migrar – ShutterStock]
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