Um segundo componente principal é a dificuldade que os fornecedores de cloud tem em diferenciar seu produto. Computação e armazenamento estão se tornando cada vez mais comoditizados, termo originado da palavra em inglês “commodity”, que num significado bem simples seria o mesmo que dizer que aos olhos de um cliente não há grandes diferenças entre o produto A, B ou C. Se não existe diferença, ele certamente irá escolher aquele que lhe ofereça o menor preço ou a melhor oferta. A comoditização do mercado de cloud é um problema significante para alguns fornecedores, porque sem a diferenciação do produto, o preço se torna a única base de competição e a concorrência de preços reduz ao mínimo as margens de lucro. Nos últimos meses vimos a Rackspace, um importante fornecedor de Cloud Computing, retirar-se do mercado de nuvens públicas para de investir em outras opções e oferecer uma combinação de serviços gerenciados.
Nuvem, benefícios da guerra de preços
Por um outro lado, para consumidores de nuvem, a guerra de preços que a comoditização promove pode ser altamente benéfica. Os preços estão em queda e os fornecedores estão se esforçando para entregar serviços cada vez mais com qualidade. Porém, para extrair os benefícios de um mercado volátil é necessária uma capacidade de escolha dentre as diversas variações de preços, bem como a criação de ambientes otimizados para migrar entre plataformas que oferecem a melhor combinação entre preços e funcionalidades.
A questão é que a maioria das empresas enfrentam dificuldades na avaliação da melhor solução, tarefa que pode durar semanas, e ter recursos técnicos internos para coordenar uma estratégia eficiente de multi-nuvem é fator fundamental para aproveitar ao máximo as diferenças de preços entre fornecedores e concorrentes. Cultivar expertise é caro e muitas vezes impraticável, mas sem ela, as empresas correm o risco de ficarem “travadas” no velho mundo de um só fornecedor. Não adianta ter uma escolha se a despesa para exercê-la excede qualquer benefício potencial. O cenário ideal seria se as empresas fossem capazes de criar seus ambientes numa infraestrutura de nuvem que melhor se adapte às suas necessidades individuais, tanto financeira quanto tecnológica.
“Cultivar expertise é caro e muitas vezes impraticável, mas sem ela, as empresas correm o risco de ficarem “travadas” no velho mundo de um só fornecedor. Não adianta ter uma escolha se a despesa para exercê-la excede qualquer benefício potencial.”
Uma das saídas para esse cenário nublado seria a figura de um intermediário que pudesse fazer todo o trabalho de comparação e integração. E é ai que um importante ator surge: o Cloud Service Broker. Um broker de computação em nuvem pode fornecer uma camada de integração e gestão poderosa para as empresas no processo de escolha do melhor serviço. Consideremos um exemplo simples: armazenamento. A empresa X produz rotineiramente um terabyte de dados por mês. Preços de armazenamento em nuvem são relativamente voláteis: e as vezes as diferenças são bastante significativas. Com um broker, a empresa X pode comparar facilmente os custos e implantar ou mover seus dados para a solução que oferece os melhores preços. Este é um exemplo muito simples, mas o mesmo processo pode se aplicar a vários outros cenários como ambientes de disaster recovery e balanceamento de carga.
Se o Broker for capaz de agregar muitos provedores de cloud através de uma interface flexível, automatizada, abrangente e de fácil compreensão, eles poderão de forma extremamente eficiente e eficaz, auxiliar as empresas em todo o ciclo de vida dos serviços de Computação em Nuvem, desde da busca, aquisição e gestão dos ambientes, possibilitando assim que elas usufruam o melhor de cada fornecedor.
[Crédito da Imagem: Cloud Computing – ShutterStock]
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