Dia desses li um termo de busca no meu blog, que me despertou grande curiosidade em saber o autor que escreveu isso: “sou bonzinho demais com meus funcionários, como mudar isso? ”. Ainda estou imaginando o que motivaria um profissional a realizar essa busca no Google.
Cheguei a algumas conclusões:
- Ele pode ter perdido o controle da equipe.
- Os seus funcionários podem estar com baixo desempenho.
- Os projetos podem estar atrasados.
- Ele pode ter sido advertido pelo chefe.
- Talvez ele tenha ouvido um comentário desagradável sobre sua gestão de alguém da empresa.
Enfim, nunca saberei o que levou de verdade a essa pessoa a fazer tal pesquisa. Entretanto, gostaria de compartilhar um pouco da minha experiência em ser ‘boazinha’ com a equipe e o que aprendi com isso [quem sabe o autor não lê].
Li um livro voltado para mulheres executivas, que dizia claramente que as ‘boazinhas’ nunca chegam ao topo. E, após muito analisar essa sentença vi que é verdade, porque se formos traçar o perfil de um profissional ‘bonzinho’ (esteja ele em uma posição de liderança ou não) veremos que certamente características como: alguém sem opinião própria, uma pessoa insegura, que não impõe sua presença, tem fracos (ou poucos) argumentos e, por isso, dificilmente é levada a sério pelos seus pares, e, muito menos, por seus superiores.
No começo da minha carreira eu fui extremamente ‘boazinha’ e o resultado disso foi um descrédito total da minha capacidade por parte dos meus gestores. Até o dia onde percebi que estava me autossabotando e, desde então, comecei a mudar minha atitude a fim de conquistar o respeito e o reconhecimento dos meus superiores.
Agora, voltando ao caso pesquisado, estamos falando de uma pessoa em um cargo de autoridade, ou seja, ela tem colaboradores subordinados e que precisam se inspirar em seu exemplo e na sua força para executarem com sucesso suas atividades. Se ao olhar para o gestor ao invés de encontrarem alguém mais experiente, forte, seguro que as inspirem, elas encontrarem uma pessoa que não se coloca diante das questões, que tenta agradar a todos (sempre), que não crítica, que não exige e não é admirado, fica difícil sair da zona de conforto e evoluir. O que acaba resultando em um comodismo fadado ao insucesso dos projetos e do time.
Ser ‘bonzinho’ não é mérito a ninguém. Porque pessoas com esse perfil acabam por não fazer nenhuma diferença na equipe, no projeto, na empresa. Elas estão ali e fazem de tudo um pouco, concordam com todos, são sempre imparciais e não se expõem, não oferecem uma perspectiva diferente, não ousam pensar fora da caixa e as empresas hoje em dia querem alguém completamente oposto a isso tudo.
A concorrência, a velocidade com que uma informação é alcançada, a agilidade exigida para demonstrar resultados, só fazem aumentar a necessidade em sermos ‘Bons’ [ao invés de ‘bonzinhos’]. Precisamos ser vistos e reconhecidos – fazendo a diferença, sabendo nos impor, propondo novas ideias, tendo opinião própria e criticando de maneira sadia, quando for necessário.
Como gestor temos esses deveres ainda mais potencializados, pois, devemos evoluir nosso time, desenvolver nossos colaboradores, alcançar as metas, nos destacar como gestores e como indivíduos. E dizer não, dar um feedback verdadeiro, criticar de maneira construtiva, exigir qualidade, desempenho, tornar o time engajado não nos categoriza como ‘Maus”. Apenas nos coloca em uma posição de alguém que sabe seu valor, reconhece o valor da sua equipe e consegue imprimir sua marca pessoal.
Sejamos mais autênticos, mesmo que isso nos tire da zona de conforto de sermos rotulados por ‘bonzinhos’ pela maioria das pessoas.
Façamos a diferença, para melhor.
Sucesso na trajetória!
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