Nesse contexto, fica evidente que o marketing não pode mais ser o mesmo. Utilizar novas ferramentas para se comunicar com o público é essencial e por isso o marketing digital é uma área que cresce tanto. Mas o mundo carece de mais. Precisamos de um novo olhar sobre o marketing. Os profissionais de marketing, formados para enxergar as empresas de forma holística, têm a obrigação de ver além, identificando as possíveis relações entre os negócios realizados e o mundo em que o segmento de clientes está inserido. Só assim será possível gerar experiências novas, que realmente agreguem valor à vida das pessoas.
O marketing é muito mais do que promover algo, comunicar, fortalecer o argumento de venda. Precisamos enxergar essa área como principal agente para gerar inovação nos negócios, quebra de paradigmas.
Todos os dias vemos o surgimento de alguma startup que estoura simplesmente por sair da caixa e pensar em formas diferentes de fazer aquilo que já era consolidado. E geralmente, elas são encabeçadas por profissionais de tecnologia que sequer ouviram falar nos famosos 4p’s (produto, preço, praça e promoção), a base do marketing.
Tem uma máxima que diz “Não sabendo que era impossível, foi lá e fez!”. Desconheço o autor, mas ela ilustra muito bem o que o pessoal da tecnologia está fazendo. E isso acontece porque eles não estão presos em amarras quanto ao que é certo e errado na hora de pensar suas estratégias de marketing e montar seu planejamento. Não digo que devemos esquecer tudo que aprendemos na faculdade. Não é isso! Apenas temos a obrigação de ampliar nosso foco para unir todo o nosso conhecimento com essa visão despretensiosa que gera tanto resultado.
O novo marketing, não pode simplesmente executar o que já vinha fazendo, pois assim, estará fadado às demissões em massa em épocas de crise. Precisamos ir além. E é aí que entra o Marketing Ágil.
Muitos já ouviram falar nas metodologias ágeis de desenvolvimento de software. A base do uso dessas metodologias, é o Manifesto Ágil, um conjunto de valores e princípios que devem nortear a criação de soluções, focando no ser humano. No fim das contas, o objetivo é construir algo que realmente gere valor a quem vai utilizar, evitando desperdícios por meros formalismos.
Existem diversas metodologias e ferramentas para se trabalhar com o ágil e, felizmente, muitas delas podem ser adaptadas ao marketing também. Ora, se o produto vai ser construído aos poucos e readequado para se ajustar às experiências dos clientes, o marketing não pode andar na contramão e nem tampouco ser visto apenas como um simples promotor. Temos que nos atentar que o P de produto é a chave de tudo e a grande riqueza que está sendo gerada lá, nas equipes de desenvolvimento, que buscam a interação com os clientes.
Para deixar o marketing da sua empresa ágil não é necessário revolucionar tudo da noite para o dia. Comece aos poucos, busque a interação com os demais times da empresa até o ponto em que estará formada uma equipe multidisciplinar e o marketing, passará a fazer parte da concepção do produto de forma estratégica. Pensar em preço, praça e na promoção a partir disso será muito mais fácil. Basta compreender que o grande objetivo é criar algo, testar, medir e aprender sobre como seu cliente utiliza sua solução (ou se não utiliza compreender as razões). O mesmo vale para as campanhas. Ao invés de comprometer toda a sua verba de comunicação ainda na fase do MVP (Minimum Viable Product), teste campanhas em pequenas doses e identifique a resposta do seu público, para escalar apenas as que geraram mais resultados. E para introduzir o pensamento ágil na sua equipe de marketing, comece com a adoção de um quadro de Kanban, por exemplo.
Um passo de cada vez e logo as diferentes áreas da sua empresa estarão todas falando a mesma língua e gerando muito mais resultados para os negócios. E então, vamos deixar o marketing mais ágil?
[Crédito da Imagem: Marketing Agil – ShutterStock]
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