Durante meus anos de experiência observei algumas situações sobre liderança que vão de encontro com que os estudiosos de RH publicam hoje em dia.
As diferenças entre as lideranças: O Líder feito e o Líder natural.
As equipes percebem claramente a diferença e com o passar do tempo há uma formação das chamadas “panelinhas” e certamente o líder feito cairá na boca do “povo”.
Algumas empresas, sem muita ajuda especializada, por “feeling” da direção, elege alguém que tenha idéias convergentes com a empresa, que vista a camisa da organização, que talvez, até “puxe-o-saco” dos diretores e que tende mais a defender com “unhas e dentes” a empresa do que a equipe em si: o queridinho.
Ora, tenho certeza que há quem diga que : “Líder é assim mesmo, o que você queria idiota.”
Não concordo.
O LÍDER FEITO
O Líder feito só dá certo se tiver empatia com a equipe. As pessoas que fazem a empresa precisam respeitar o líder para que os projetos caminhem e isso só é possível com respeito e profissionalismo. Se a equipe perceber que o líder feito não tem postura profissional adequada, ou, que não trata as pessoas com respeito, a desmotivação é total.
O líder feito precisa tentar conseguir essa empatia a todo custo para que o seu projeto pessoal e também o da empresa dê certo. Algumas vezes não dá, aí a direção impõe. A imposição na nossa área pode até criar uma falsa sensação de funcionamento adequado da equipe, mas, se as pessoas não estiverem convencidas, nenhum projeto vai para frente ou é rentável.
Empresas se enganam ao ditarem ordens e utilizarem largamente a hierarquia para justificativa de toda e qualquer situação: Imposição, Falta de consideração, Melindre. São sentimentos comuns em situações na qual a alta direção resolve “enfiar goela abaixo” da equipe um líder feito sem empatia, sem respeito e sem admiração da equipe de trabalho.
Vivo dizendo que as empresas em geral, e especialmente as de TI dependem das pessoas, são entidades indissociáveis.
E como as pessoas passam a maior parte de suas vidas dentro de uma corporação trabalhando; E como os projetos dependem da motivação das pessoas: para empresas que têm gerentes ou diretores déspotas essa situação se torna um problema.
Antigamente se fazia um jogo empresarial do sócio bonzinho e do sócio malvado. Funcionava assim: o bonzinho estava sempre pronto a ajudar os colaboradores, e sempre era barrado pelo malvado, que no geral era carrancudo e mal educado. Pronto! A justificativa para negar qualquer solicitação das pessoas era o mal humor do sócio malvado, isso era utilizado para várias situações empresariais, chegava às raias do ridículo.
Até hoje, em algumas empresas essa técnica de gerenciamento persiste, só que com uma diferença: As pessoas estão mais instruídas e normalmente, ou já viram, ou estudaram esse tipo de comportamento em algum momento de suas carreiras, ou seja, não são tão enganáveis como eram antigamente.
Técnica bem utilizada também pelo líder feito que não pode se expor demais para não acirrar ainda mais sua antipatia, empáfia e arrogância. Características comuns em muitos líderes feitos. Não tem equipe de trabalho que suporte tantas características más. Como ter empatia com um líder assim? Impossível, só na base da imposição.
Algumas características vis, Por Ariovaldo Lopes da Silva (http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/lideres-complicados/47563/):
1- São os donos da verdade. Apesar se simularem a prática da democracia, na realidade eles dão sempre a última palavra.
2- Nunca formam sucessores e vão buscar no mercado a maioria de seus principais colaboradores.
3- São mais temidos do que respeitados.
4- Não hesitam em apresentar o trabalho da equipe como se fosse obra exclusiva sua.
5- Não se colocam no lugar do outro e são indiferentes a como os componentes de seu grupo estão se sentindo.
6- Não reconhecem méritos.
7- Não incentivam a cooperação entre os membros da equipe.
8- São centralizadores e se preocupam em controlar tudo que os funcionários fazem.
9- Não dão feed back à equipe.
10- Não compartilham informações. Divulgam mais informações para pressionar os funcionários do que para informar.
11- Ao se tornarem líderes passam a se julgar superiores aos demais.
12- Nas reuniões não são questionados, pois seus colaboradores sabem que ele não gosta de ser contrariado.
Corporações perdem muitos talentos ou conhecimento de pessoas experientes por alocarem pessoas com essas características em cargos de liderança. O conhecimento acumulado sobre as operações da companhia, nunca mais, será recuperado. As pessoas são substituídas, mas, o conhecimento que se foi jamais retorna e a empresa amargará pequenos prejuízos constantes diariamente durante muito tempo.
O LÍDER NATO
O líder nato é diferente. Ele tem todas as virtudes que o outro não tem, e mais algumas. Empatia, consideração com a equipe e as pessoas, é justo, elogia quando necessário, critica de forma construtiva. Isso as pessoas percebem, são também técnicas de gerenciamento, mas, os líderes natos conseguem utilizar essas características de forma tão fluente que membros da equipe são capazes de serem criticados e ainda agradecê-lo. E é assim mesmo, as pessoas sentem quando é uma crítica construtiva e quando não é, por isso têm esse comportamento.
O líder nato é admirado. É justo. É comprometido com a empresa, mas, não esquece dos colaboradores. Está sempre disponível e pronto a ajudar. E o principal: tem conhecimento de causa. Ele tem conhecimento das operações, dos processos e passa confiança.
Outra característica importante: Não se importa em auxiliar em tarefas operacionais quando algum membro da equipe pede sua ajuda. Diferente de mandar ou pressionar, ele ajuda de fato e melhor, só ajuda quando é solicitado.
A confiança da equipe é total e a construção da sua imagem tem como base o conhecimento.
O resultado de tudo isto é que o líder nato tem a equipe toda na mão e pronta a dar o melhor de si nos seus projetos, enquanto o líder feito só consegue isso, muito mal por sinal, por força da hierarquia, não é respeitado e muito menos admirado.
Quando se trabalha junto com um líder nato é uma satisfação. O líder feito é uma obrigação.
A diferença?
A obrigação por si só já é uma chatice, então, porque não fazer a obrigação agregando a satisfação? É bem melhor.
O resultado prático desse jogo empresarial de formação de líderes, é que sem empatia, admiração e respeito da sua equipe, dificilmente seus projetos serão rentáveis, podem até ser, porque a imposição funciona também, mas, não quanto poderiam ser; também não chegarão nunca ao fim, ou será de forma sofrida e causando prejuízos que arrastarão a rentabilidade da empresa para baixo, ou seja, o projeto não rende o quanto poderia e também não acaba tão rápido quanto deveria: prejuízo no balanço.
As empresas vão acabar aprendendo com o tempo que é muito mais barato para suas operações se as escolhas de líderes forem feitas de forma que o escolhido ou escolhida seja uma pessoa que tenha o respeito da equipe e também que seja admirada. A maioria dos membros deveria sentir que o líder foi uma boa escolha e não só a diretoria, pois, no fim, quem vai para a linha de frente é sensível a essas mudanças e se faltar motivação, é prejuízo na certa.
Humildade exprime uma das raras certezas de que estou certo: a de que ninguém é superior a ninguém. Paulo Freire
Leave a Comment