Para garantir que não haja perda de mercado é preciso acelerar o processo de revolução digital, e não podemos mais esperar os usuais dois a três anos para iniciar essa jornada. A boa notícia é de que já existe grande aderência dessas tecnologias por parte do consumidor, e não se trata apenas de modificar a interação entre mercado e consumo, o que presenciamos hoje é a também chamada Quarta Revolução Industrial; as pessoas vão se importar com as marcas que realmente se importarem com elas. Qual é a criança que já não nasce com um tablet nas mãos? Os novos hábitos do consumidor têm feito as organizações revisitarem o seu modelo de negócios, migrar para o digital é um caminho sem volta, seja para a empresa ou para o cliente. É a vez dos smartphones, da internet, das tecnologias vestíveis, dos relógios inteligentes e de outras tantas ferramentas elevarem as nossas experiências de consumo.
Engajamento é a chave
A cada dia o desafio das companhias em manter suas margens e entregar os resultados esperados aumenta, para garantir que essas metas sejam atingidas, as empresas deverão focar na jornada do consumidor, conhecer a fundo seus gostos e hábitos. Bons produtos, hoje, valorizam as questões humanas; não é mais apenas o custo-benefício, mas sim o quanto aquela marca conhece e acompanha a vida do cliente. Enviar uma felicitação apenas no dia do aniversário não garante a fidelidade; os profissionais de marketing podem acompanhar quase em tempo real a rotina daquele cliente; quais canais ele mais acessa, se é o Facebook, Twitter; se é via mobile ou no próprio computador e onde costuma ir, tudo o que está relacionado à vida desse indivíduo será transformado na informação que vai direcionar a melhor oferta no momento mais oportuno. O que seria um simples aniversário se transformará na chave que garantirá a lealdade do cliente com a marca, e as ações constantes vão manter o relacionamento.
Mas atenção, nem sempre o mesmo perfil garante assertividade na oferta, um exemplo antigo, mas que ilustra muito bem essa situação, é o caso de Ozzy Osbourne e o do Príncipe Charles. Saber que os dois são britânicos, têm a mesma idade e possuem vários dígitos na conta, não ajuda na hora de promover algum produto. Quem souber diferenciar essas informações, vai ter vantagem na corrida pela preferência do consumidor. Foi-se o tempo em que as estratégias de marketing giravam em torno do ‘como’ interagimos com as marcas; mais do que nunca, o foco precisa ser em ‘por que’ interagimos com cada uma, e fazer com que os retornos as conversas sejam mantidas. Não se comercializam mais produtos, o mercado tem como dever oferecer agora experiências.
Alinhamento interno é mandatório
Se antigamente as áreas de negócios e marketing ‘sofriam’ ao planejar um novo produto, devido aos extensos prazos da TI – desenvolvimento de aplicações, compra de servidor, campanha digital, etc – hoje isso não acontece mais. Aplicações de marketing e mensuração de resultados podem ser adquiridas pela internet, ou seja, os resultados são colhidos quase que instantaneamente aos lançamentos. A consequência? Mais uma dor dentro da empresa.
A autonomia da área de negócios pode ser muito vantajosa para a companhia num primeiro momento, mas se esse tipo de trabalho – o de não depender mais da TI para implementar campanhas, por exemplo – não for acompanhado de perto, perde-se o controle, e o futuro volta a ser nebuloso. Para o sucesso das estratégias digitais é mandatório que haja um setor alinhado à área tecnológica e que acompanhe tais ações no longo prazo; isso vai garantir que o ciclo aconteça de maneira completa, ou melhor, se a demanda aumentar consideravelmente todos os setores da empresa terão capacidade de acompanhar e crescer ou se adequar às novas solicitações.
A pressão do mercado pede que as empresas avancem e superem as dificuldades do momento, mas as ações e decisões tomadas, seja para vender mais, atingir metas ou alavancar o engajamento, quando não alinhadas à área de tecnologia, podem, e vão sobrecarregar os processos. E sabemos, o impacto de um problema interno reflete quase sempre na vida do consumidor, colocando em risco a imagem e a credibilidade da companhia. A cadeia produtiva precisa ser sustentável, só assim a superação dessa crise vai chegar.
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