Chegando lá, um dos membros da equipe era justamente o responsável pela TI e após a minha apresentação, como ele havia me “reconhecido” de outra empresa (dá-lhe Linkedin) em que eu havia estado e que era justamente do software que eles agora estavam implantando, começamos a trocar ideias sobre o projeto do novo ERP. Como atuei durante 7 anos em empresas de ERP´s, participando do desenvolvimento de metodologias de implantação e atuando em projetos que haviam apresentado problemas, creio que conheço um pouco do assunto.
Nesta nossa conversa algo me chamou a atenção e é isto que gostaria de compartilhar com aqueles que estarão implantando pela primeira vez um ERP, ou mudando o ERP atual, que é a abordagem da metodologia a ser seguida. Hoje existem duas grandes vertentes, uma que é a mais antiga, e que vamos chamar de “tradicional”, e que se apoia em uma análise do negócio e adequação do software aos processos do negócio (os mais antigos vão lembrar do “Blue Print” e outros terminologias que não cabem aqui), e outra, que ai cada fabricante adota um nome comercial, ou de marketing, mas que vamos chamar de “rápida”, que é aquela que busca uma adequação dos processos de negócio aos processos contidos no software, e neste caso são aceitas poucas alterações, os chamados desenvolvimentos específicos ou customizações, que normalmente podem ser abundantes na metodologia tradicional. É óbvio que entre estes extremos há várias alternativas híbridas.
No caso desta empresa, ela havia adquirido um produto que normalmente é implantado com a segunda abordagem, mas havia optado por usar a primeira. Mas, e você, sabe qual delas escolher e porque?
Como já estou no mercado de ERP´s há quase 25 anos, ora como usuário, ora como fornecedor, no caso os últimos 7 anos, tenho algumas sugestões a serem consideradas e elas serão “curtas e grossas”. São elas:
- Se sua empresa tem recursos para investir, leia-se tempo e dinheiro, use a metodologia tradicional. De preferência com um implementador que o ajude no mapeamento e análise de seus processos de negócio. Esta metodologia geralmente é usada em empresas de médio/grande porte. Ah! Mas eu não posso usar uma metodologia rápida em uma empresa deste tipo? Pode, desde que controle o volume de desenvolvimentos/customizações e a sua diretoria dê apoio ao seu gerente do projeto para conter os “rebeldes”, aqueles usuários que não aceitam rodar em algo já pré-formatado, por assim dizer.
- De outro lado, se sua empresa é pequena e, ou, está iniciando o processo de informatização, bem eu iria para a metodologia rápida. Simples assim? Nem tanto. Note que até agora não comentei o quesito aderência, que é uma análise importante de se fazer quando está adquirindo o software e que dificilmente pode ficar apenas nas apresentações que o seu possível fornecedor vai fazer. Aqui vai outra dica, visite algumas empresas que tenham o produto que você está comprando, mesmo que não sejam especificamente do seu ramo de negócio. Veja as dificuldades, as facilidades, o que deu certo e o que não deu. E, se ainda sobrar tempo, peça ao seu fornecedor para visitar alguns ex-clientes e procure saber o que deu errado. Alguns vão se perguntar, mas e o tempo e custo para se fazer isto? Gente, ERP é mais complicado do que casamento. Não dá para fazer test-drive, logo é bom conhecer bem o seu parceiro.
Por último, tenha um bom gerente de projeto e garanta o apoio da alta direção. Por apoio eu digo presença física nas reuniões e nas definições e acompanhamentos dos principais milestones (eventos críticos) do projeto.
Boa sorte e boa viagem.
[Crédito da Imagem: Preciso de um ERP – ShutterStock]
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