As memórias de computador podem ser classificadas como voláteis ou não voláteis. As primeiras são assim chamadas pois necessitam de energia elétrica para manter os dados armazenados (quem nunca sofreu a perda de um trabalho importante devido a uma queda repentina de energia). Já as memórias não voláteis mantêm os dados armazenados mesmo quando não alimentadas por energia elétrica. E é justamente esse segundo grupo de memórias que viveu a maior transformação tecnológica em seus modais de armazenagem e capacidade nos últimos 32 anos, conforme veremos a seguir.
1981 – Esse realmente foi um ano mágico para a computação, que contou com o lançamento do primeiro PC da IBM, em sua entrada no mercado como concorrente do Apple II. Apesar de o primeiro disquete ter sido lançado em 1971, foi em 1981 que a Sony lançou o modelo de 1,4 MB no mercado. Essa capacidade de armazenamento era 14 vezes maior que a do primeiro disquete, mas cerca de ¼ da capacidade do primeiro HD lançado em 1956. Em contrapartida, esse primeiro HD pesava 1 tonelada. Os últimos disquetes foram produzidos em 2010 e hoje em dia são encontrados apenas como itens de queima de estoque ou de colecionadores, já que periféricos de reprodução da mídia já não são fabricados em larga escala e tampouco fazem parte do hardware dos computadores atuais.
1988 – Era lançado o então caríssimo CD-ROM de 700 MB. Com a capacidade de 500 disquetes, podia abrigar 700 vezes a memória interna do computador que coordenou a Apolo 11, primeira missão tripulada à Lua, em 1969.
1995 – Surgia no mercado o primeiro DVD de 4,7 GB, que equivalia a 3.357 disquetes ou 6,5 CD-ROMs (usando como medida as capacidades citadas acima). Para se ter uma ideia do impacto da nova mídia, o maior HD do mercado em 1983 pesava mais de 200 kg, custava US$ 142 mil e tinha pouco mais da metade da capacidade do DVD.
2003 – A Sony lança o novo formato Blu-Ray, que em 2008 passaria a ser a única tecnologia em disco óptico cotada para substituir o DVD, após a descontinuidade do formato HD DVD pela Toshiba. Com 25 GB de capacidade, o Blu-Ray era equivalente a 18.285 disquetes, 35,5 CD-ROMs e 5,5 DVDs com as capacidades citadas acima. Um único Blu-Ray possuía mais espaço que o maior HD à venda em 1990, de 22 GB e que custava US$ 795 mil.
2011 – Apesar de ter sido lançado em 2000, foi nesse ano que surgiu o Pen Drive com capacidade de 512 GB, sua maior até hoje. Nesse pequeno dispositivo é possível armazenar o conteúdo de 366 mil disquetes, 749 CD-ROMs, 111 DVDs e 20,4 Blu-Rays. É espaço de sobra para armazenar em formato pdf, juntas, todas as edições dos Jornais impressos O Globo (11 milhões de páginas), Folha de S. Paulo (3,5 milhões de páginas) e Estado de S. Paulo (2,7 milhões de páginas) produzidas até hoje. Foi nesse ano também que surgiu o colossal HD externo de 20 TB.
2013 – O pacote mais alto do Google Drive, um dos principais modais de armazenamento na Nuvem, tem atualmente 4.500 TB de capacidade ou o mesmo que 3.294 bilhões de disquetes, 6.582 milhões de CD-ROMs, 980.325 DVDs, 180 mil Blu-Rays, 9 mil Pen Drives ou 225 HDs externos. O espaço ocupado pelos disquetes citados corresponderia a 26,1 km², área equivalente ao território de Tuvalu, terceiro menor país do mundo. Essa massa de dados é suficiente também para armazenar 9 vezes o total de dados carregados pelos usuários do Facebook diariamente. Outra informação assombrosa é que com essa capacidade de armazenamento é possível assistir vídeos, ininterruptamente, por 223 anos.
Já sabemos que a Lei de Moore deverá se tornar obsoleta logo devido, principalmente, a limitações da nanotecnologia. Contudo, com o advento da Nuvem abriu-se uma nova situação de independência do uso de mídias físicas de armazenamento, além da incrível vantagem de acessar os dados de qualquer dispositivo conectado à Rede. Agora, resta saber se a Internet oferecerá a abrangência e velocidades necessárias para que a Nuvem se torne o principal modal de armazenagem de dados. A revolução está em curso, mas ainda há muito trabalho a ser feito.
Fontes: Revista Mundo Estranho (Novembro de 2013) e Portal How Stuff Works.
[Crédito da Imagem: Armazenamento – ShutterStock]
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