Anos atrás era comum encontrar, nos cursos de graduação, alunos que frequentavam as aulas apenas para ter um diploma, com comprometimento e participação lamentáveis, os quais justificavam o péssimo desempenho culpando e responsabilizando os pais, os quais pagavam a mensalidade e queriam vê-los formados.
Não sabemos, ao certo, se foi o excesso da popularização dos cursos de pós-graduação, ou, a massificação pelo mercado da necessidade de um complemento na formação acadêmica, ou simplesmente, a ilusão de que colocar uma linha a mais no currículo com um curso de especialização será o suficiente para cair dos céus, sobre o colo, o emprego dos sonhos.
Aos que ainda acreditam que a educação é a única saída para um país se desenvolver, causa desespero o fato de ver uma legião gigantesca de jovens profissionais que, em poucos anos, estarão ocupando posições de liderança nas corporações, brigarem contundentemente para não receberem avaliações, não terem aula e no final do curso receberem um diploma de especialização, como se fossem profundos conhecedores do assunto; e o pior é que são eles que estão pagando a conta de um ensino medíocre.
Se não bastasse a atitude dos alunos, instituições renomadas de ensino em prol de não perder “clientes” e manter a lucratividade, tornam-se coniventes com essas atitudes, não sendo raro assistirmos punições a professores que, visando preservar o nível educacional e seu próprio nome como profissional de educação, reprovam ou exigem avaliações de conhecimento de fato e não apenas para constar.
A mudança dessa situação não passa apenas por escolhermos um representante para ocupar o cargo mais alto da República, isso tem uma causa muito mais complexa, com solução de longo prazo, pois valores básicos de uma sociedade como cultura, educação, ética e honestidade estão sendo degradados há décadas e hoje se valoriza muito mais alguém com dinheiro do que alguém com conhecimento, sem importar de onde e como a pessoa conquistou esse dinheiro, já que vale que ela o tenha.
O primeiro passo tem que ser dado e começa dentro de casa, onde valores como honestidade, ética, lealdade devem voltar a ser praticados pelas famílias, independentemente da sua constituição.
Se hoje a repulsa a qualquer tipo de homofobia ou preconceitos está em alta, vamos aproveitar a oportunidade e trazer para dentro dos lares conceitos há tempos perdidos.
Obviamente que é utópico pensar que essas mudanças aconteçam da noite para o dia, até porque o modelo de “deseducação” e desvalorização dos princípios familiares que temos hoje foi construído por décadas.
Mas, valores singelos devem voltar a habitar os lares, para ensinar que a democracia é feita por escolhas simples e não pela força, como, por exemplo, que a retirada de um programa de televisão do ar não passa por uma censura estatal e sim pela liberdade na mudança de canal.
Com atitudes simples e constantes conseguiremos em algumas décadas, e não em algumas horas, mostrar para as gerações futuras que mais importante do que um diploma é a sabedoria que o conhecimento traz e, para quem contesta esse raciocínio dizendo que o dinheiro ainda é mais importante, experimente tirar o dinheiro de quem o conseguiu de maneira tortuosa e de quem enriqueceu pelo seu conhecimento e empreendedorismo e veja quem conseguirá acumular riqueza novamente.
[Crédito da Imagem: Conhecimento x Diploma – ShutterStock]
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