Minha formação foi no extinto curso de Informática, o que hoje representa Ciência da Computação. Aprendi a programar nos extintos Mainframes IBM 3090 (época dos dinossauros.. 🙂 ). Como quase todo aluno que vai para área da computação, eu ia muito bem na escola. Assim, entrei na faculdade aos 17 e me formei aos 21. Apesar de ser bom na escola, minhas habilidades sociais não eram muito desenvolvidas. O mais louco é que eu também gostava de espiritualidade e coisas esotéricas. Era uma mistura improvável: razão e racionalidade matemática somada à busca por algo maior, transcendental.
Depois de formado, atuei por alguns anos fora da área da informática, como gestor na área de transporte e logística por um tempo, o que me rendeu alguns ótimos aprendizados. Depois disso, resolvi colocar o que aprendi na faculdade em prática. Iniciei em grandes projetos de software sob a tutela de um grande amigo ainda de faculdade. Depois de um tempo abri minha empresa de software e comecei a desenvolver meus próprios sistemas. Participei de diversos projetos, em várias linhas de negócio, com várias tecnologias diferentes. E aprendi muito em dez anos de trabalho nessa empresa, liderando ótimos colaboradores.
Aprendi que existe uma genialidade nos profissionais de TI, pois não é fácil resolver os problemas tão intangíveis que ocorrem nessa área. Ou criar soluções que ainda não existem. Não é fácil descobrir um problema, muitas vezes. E as pessoas tendem a pensar que um bom profissional de TI não precisa de nada mais do que uma posição no escritório, um bom computador, com um belo monitor e internet veloz.
Depois de 10 anos de trabalho, hoje mudei de posição. Decidi abandonar a tecnologia como meio de vida e resolvi investir em pessoas. Pois são as pessoas que desenvolvem as tecnologias. E elas tem estado um tanto relegadas. Acredito que os profissionais de TI precisam de investimento em suas competências pessoais. Afinal, qual seriam os sonhos e objetivos de cada profissional que atua nessa área? O que cada um busca para si mesmo? E como podem as empresas fazerem essa convergência entre a equipe de TI e sua missão?
Acredito que os profissionais na área da tecnologia tem um potencial tão inexplorado, que ficam por anos numa mesma função, acreditando que aquilo é o máximo que podem fazer. Geralmente, possuem grande inteligência e criatividade. Possuem normalmente um alto senso de exigência de qualidade (pois não querem ver erros no que fazem), e estão sempre buscando formas novas de resolver um problema. A inovação é uma presença forte na vida desses profissionais. E com todos esses potenciais, ficam congelados dentro de um sistema que não os instiga a crescerem.
Imaginem por um instante: como seria um diretor com as características acima, aliadas a outras competências altamente desenvolvidas, tais como comunicação, empatia, resiliência, liderança e conhecimentos de gestão empresarial? O que aconteceu com Bill Gates quando ousou ir além? E com Steve Jobs?
Penso que as competências desses profissionais devem ser desenvolvidas. Pois isso irá levantar o véu. Poderão, assim, chegar muito longe. Muito mais longe até do que podem imaginar. Ajudando muito a si mesmos e às empresas aonde atuam.
E pode chegar uma hora, como aconteceu comigo, que a busca pela inovação pode levar a outros caminhos. Pode chegar um momento em que tudo aquilo que aprendemos começa a perder o sentido. Eu precisei de mais, de novos desafios, novos rumos. Assim, cheguei à área do desenvolvimento humano, atuando como Professional Coach.
Tenho certeza que todos os programadores, analistas, gerente de projetos, DBA’s, Testers, arquitetos, assim como os que atuam nas outras centenas funções que existem em tecnologia, podem se desenvolverem e se elevarem em termos exponenciais na sua ascensão profissional e de vida.
As portas para atingir os potenciais adormecidos estão dentro de cada um. O que nos impede de usar as chaves que estão em nossas mãos para abrir essas portas? E, se acessarmos essas portas e descobrirmos os potenciais ocultos que ainda nem sabemos existirem, poderemos unir o conhecimento tecnológico a estes. A imaginação com a execução. O virtual com o real. A inovação com a gestão. A criatividade com a comunicação.
Pense por um instante nas possibilidades…
Isso seria motivador?
Faz algum sentido para você?
[Crédito da Imagem: Motivação – ShutterStock]
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