Dessa forma, nos deparamos com a necessidade de que as empresas assumam dois perfis diferentes para as iniciativas baseadas em tecnologia da informação. Um deles que sustente as rotinas de operação e o outro que gere inovações para alavancar os negócios. É papel dos profissionais de TI desenharem essa estratégia bimodal e assegurarem que ela aconteça de maneira eficiente e assertiva.
Porém, essa realidade de conceito bimodal ainda é novidade e gera muitas dúvidas às empresas e profissionais, principalmente no que diz respeito à sua forma de implantação. Inicialmente, é importante para os gestores entender que essa tendência de bifurcação nos departamentos de TI é global e está prevista para todas as empresas que quiserem se manter no mercado. As grandes companhias são as mais propensas a tentar um modelo bimodal.
Outro fator a ser considerado é que os setores de negócios e de tecnologia operam em velocidades diferentes e possuem prioridades e recursos distintos. Porém, o financiamento das operações de TI não pode ser desconsiderado dentro das empresas, porque são, justamente, o futuro do crescimento dos lucros. Parte do dinheiro do setor de negócios deve ser destinado constantemente a inovações.
Também deve ser entendido que a estratégia de TI bimodal e a terceirização do setor podem coexistir. É fato que muitos gerentes de TI recorrem a profissionais terceirizados para lidar com tarefas basicamente operacionais que não exijam habilidades muito específicas. Isso não exclui o fato da mentalidade bimodal ser aplicada dentro do setor.
A questão da necessidade de criar equipes distintas para a aplicação bimodal também gera muitas dúvidas. Podemos afirmar que a criação de equipes diferentes não é necessária. Muitas empresas misturam operações e inovações em uma mesma equipe e, é completamente possível que, desde que bem treinadas e orientadas, as mesmas pessoas que fazem o suporte de velhas funcionalidades também criem e executem os planos para as novidades. No fim das contas, os funcionários de infraestrutura e operação também tendem a interagir com projetos de inovação e isso pode, inclusive, estimular o trabalho dos envolvidos.
No caso também de criar duas equipes distintas para exercer as funções devemos ressaltar alguns pontos. Fazer a transição de parte da equipe para um setor destinado exclusivamente à inovação sem a comunicação e a atenção necessária, pode prejudicar alguns funcionários, particularmente os da área de operação. É importante entender que o trabalho operacional continua essencial, e por isso, as partes precisam ser vistas com a mesma importânciana obtenção do objetivo comum que, nada mais é que a entrega do produto e do serviço. A verdade é que profissionais de ambos oslados enfrentarão desafios e oportunidades de avanço.
TI bimodal também pode ser visto como vantagem competitiva. As empresas com departamentos de TI descentralizadostêm vantagem. Com setores formalmente separados e equipes de inovação inseridas nas unidades de negócio, é provável que inovar se torne mais fácil e isso pode levar a uma superioridade competitiva.
Para finalizar, é importante falar sobre as implicações que a implantação do sistema bimodal pode trazer para a carreira dos envolvidos. Profissionais em uma organização de TI bimodal se encontram em dois caminhos diferentes. Ambas as opções têm méritos e caminhos para os cargos mais elevados. Profissionais operacionais podem, por exemplo, virar um CTO ou ocupar posições em fornecedores de hardware e software. Já os da área de inovação podem se tornar CIOs. Acredito que mesmo com a segregação das equipes, os profissionais de TI continuarão tendo boas perspectivas de emprego.
[Crédito da Imagem: Bimodal nas empresas – ShutterStock]
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