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A graça de ser de graça

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A graça de ser de graça

OpenSource, mecanismos de busca, email grátis, sites de relacionamento e comunicadores instantâneos.

Porque são de graça? Existe alguma semelhança entre a TV aberta e esses mecanismos? A diferença básica é nesses mecanismos não há custo para produção dos conteúdos. Quem produz são as pessoas que utilizam. Não há nada mais rentável do que explorar a curiosidade humana. Analisando o propósito das revistas e programas de fofoca sobre a vida das celebridades, entende-se que o que importa não são apenas as informações sobre celebridades, mas a informação sobre pessoas. Tanto é que o fenômeno dos “reality shows” comprova essa teoria.

Parece que o ser humano é um psicólogo nato, busca analisar o comportamento das outras pessoas e a todo o momento, tenta enxergar nos outros, como se fossem espelhos, os seus próprios defeitos e problemas, não deixando de buscar também as qualidades dessas pessoas, como se buscasse nelas o encorajamento e a justificativa para algumas de suas atitudes e posturas.

Mas onde entra a TI nesse fenômeno? Em tudo!

Se analisarmos as revoluções dos últimos anos, com a explosão das redes sociais, mecanismos de busca, email grátis, sites de relacionamento e comunicadores instantâneos em geral, vamos constatar que o grande paradigma que mudou a comunicação em massa com as pessoas e entre as pessoas foi a queda dos mecanismos síncronos e a ascensão dos mecanismos assíncronos. Essa evolução e criação de inúmeros dispositivos para permitir interatividade e conectividade 24 horas por dia, não necessariamente de maneira síncrona como ocorre na TV aberta convencional, foi o grande fenômeno dos últimos anos e totalmente proporcionada pela Tecnologia da Informação.

Esse fenômeno permitiu que a eficiência da propaganda fosse multiplicada exponencialmente, pois passou a poder ser assíncrona, direcionada ao consumidor não só com relação ao tempo (quando ele está conectado), além de também ser direcionada baseando-se em seu padrão de comportamento e com relação às suas preferências (devido aos diversos processos de captura de comportamentos do internauta quando navega na grande rede).

Essa é a grande sacada! Oferecer de graça mecanismos que permitam as pessoas literalmente publicarem suas informações. Trocá-las com milhares de outras pessoas e também ter acesso às informações dessas outras pessoas. Formando um “reality show” alternativo e direcionado tanto na exposição das “celebridades” que você tem interesse (da sua rede de relacionamento) quanto das propagandas direcionadas para você atendendo seus interesses e seus gostos pessoais.

Da mesma forma como a TV aberta vende espaço para publicidade dentro do seu conteúdo, as redes sociais, mecanismos de busca, e-mails gratuitos, sites de relacionamento também vendem. As diferenças, como citado no início desse artigo, são que não há custo para criar o conteúdo – quem cria são as pessoas que utilizam esses mecanismos – e o valor agregado da publicidade exposta nesses meios é muito maior – pois o tempo de exposição da publicidade não está mais restrito àqueles meros 30 segundos na TV aberta, está direcionado exatamente para o público que quer ser atingido. Sem contar a característica mais vantajosa e já citada anteriormente: é assíncrona, ou seja, não há o risco de transmiti-la ao consumidor sem a certeza do mesmo estar assistindo e nem muito menos a necessidade de ter que brigar por um espaço no horário nobre pagando preços exorbitantes.

Aqui fica a mensagem do título desse artigo: A graça de ser de graça está justamente nessa interessante necessidade dos quase 2,5 bilhões de internautas no mundo de produzir conteúdo gratuitamente e de acessar conteúdo dos demais junto com algumas propagandas de produtos e serviços de seu interesse.

Cabe à indústria da Tecnologia da Informação acompanhar esse comportamento e explorá-lo da melhor forma, desenvolvendo mecanismos de data mining e aplicativos de interatividade de forma a usufruir cada vez mais dessa crescente necessidade das pessoas.

Esse movimento é a grande sacada que será abordada no próximo artigo intitulado “O futuro da indústria da mídia”. Não percam.

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