Primeiramente gostaria de informar uma das definições (que se encaixa perfeitamente) de comprometimento: ”Empenho”. Uma palavra que significa muito para nós profissionais de TI (e porque não dizer para todas as áreas profissionais). Só que ela, esta pequena palavra, é o limite entre o profissional que quer vencer e o que não quer.
Só que confesso que não consigo entender a postura do segundo, uma vez que trabalhar, envelhecer para nada não tem sentido. Tem ambição demais destrói o homem, mas também não ter faz o mesmo efeito. Eu acredito que em muitos casos não há maldade, mas que a pessoa já tem isso no DNA, pois cresceu assim vendo pessoas sem comprometimento trabalharem e pensam que é correto. Na verdade isso eu considero como uma “praga”. O que acontece quando coloca um tomate podre no meio de 10 bons, aos poucos os outros se contaminam e brevemente os 10 estarão ruins.
O mercado não tem mais espaço para este tipo de profissional. E o que alimenta este tipo é a impunidade. Mas todos começam bem. Quer ver como estou certo? Pense em uma pessoa em seu trabalho que não é comprometida com o que faz e nem com ninguém. Pergunte ao RH o que ele disse quando chegou à primeira entrevista. Ele disse que era movido a desafios, não olhava para as dificuldades e por fim era comprometido, se tinha de fazer algo só descansava quando terminava e coisas assim. Depois que entra, passa 90 dias (tempo de experiência), conhecem as pessoas, ele muda de tal maneira que não acreditamos que é a mesma pessoa: a da entrevista e a atual.
E o gestor, onde fica nesta história? Quase sempre em uma sinuca de bico. Pois muitas vezes a pessoa e o profissional são bem diferentes apesar de estarem em um mesmo corpo. E neste momento a sensibilidade da gestão torna-se essencial para resolver este conflito. Não pense que é fácil. Atualmente é difícil encontrar um profissional no mercado com determinados perfis e que obrigam as empresas a manterem, ainda que contra vontade, profissionais descomprometidos. Pelo menos até encontrarem outro com o mesmo perfil.
Agora uma boa pergunta: qual seria a causa da falta de comprometimento? Não devemos confundir profissional desmotivado com descomprometido. Pode até parecer igual, mas não é. Quando o profissional está desmotivado é fácil a gestão motivá-lo, basta querer. Porém já se sabe que nem tudo é motivado a salário, mas ao reconhecimento. E o descomprometimento? A única explicação plausível seria a empresa não honrar seus compromissos com o profissional, isto é, atraso de salário, corte de benefícios que existiam e falta de qualidade de vida. Mas a empresa que cumpre suas obrigações e o profissional mesmo assim insiste em ser descomprometido, não vejo outra saída a não ser a “demissão”. Ressalto que cabe antes de chegar a este ponto, a gestão alertá-lo através de avaliações periódicas de seu desempenho na empresa, apontando seus pontos de melhorias e ajudá-lo a mudar seu comportamento. Também acredito que devemos dar chances para que todos possam melhorar. Ninguém é tão ruim que não possa melhorar e tão bom que também não possa melhorar, basta querer.
E por fim, gostaria de convidar você leitor a fazer uma reflexão sobre a sua vida profissional: você tem se empenhado em seu trabalho para ter aquele tão sonhado reconhecimento, quer seja financeiro ou não? Sei que há exceções e apesar de que sonhar não custar nada é melhor ter os pés no chão, pelo menos na vida profissional. Ainda mais se você não nasceu em “berço de ouro” como eu. É tudo suado, mas o gosto da vitória é maravilhoso, tanto as pequenas como as grandes.
Vale a pena ser um profissional comprometido.
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