TI CorporativaQualidade em TI – As falhas na implantação

Qualidade em TI – As falhas na implantação

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Qualidade em TI – As falhas na implantaçãoEm nosso último texto falamos de como a organização aprende e melhora a qualidade de seus produtos e serviços a partir de suas próprias falhas e transforma essa prática em um processo de melhoria contínua e preditiva.

Agora vamos falar sobre as falhas que têm sua origem na implantação.  O que ecoa nos corredores…

  • “A versão nova ainda não estabilizou!”
  • “Nos testes estava tudo bem, mas implantaram a versão errada!“
  • “Instalamos a versão nova assim que recebemos e rezamos…”

Estas falhas, de forma geral têm origem em três pontos:

  • as falhas geradas na conversão do software;
  • as falhas geradas na distribuição do software; e
  • as falhas decorrentes de problemas da infraestrutura

A conversão do software em geral é mal tratada, ou melhor, é pouco tratada.

Normalmente foca a conversão de dados para que o novo sistema ou a modificação a ser implantada possa funcionar. Mas isso não basta. A conversão merece uma atenção maior, merece um projeto completo de conversão. Este deve iniciar pela definição da estratégia a ser seguida.

Cada implantação é única, tem características próprias, tem particularidades de dados a serem convertidos ou incluídos, tem ambiente a ser preparado para tal, tem tarefas, tempos e dependências específicas, etc.

Assim um projeto de conversão deve conter:

  • A definição da estratégia de conversão, estabelecendo o tipo de implantação: se “Big Bang”, se por processo / funcionalidade, se em paralelo, enfim, depende da necessidade e objetivos do negócio que o novo sistema ou funcionalidade irá suportar;
  • Um plano detalhado das tarefas a serem executadas, com seus objetivos, responsáveis, recursos e prazos;
  • As dependências das tarefas, com indicação de suas predecessoras e /ou gatilhos que liberam estas;
  • O plano, a execução dos testes de conversão, os resultados dos testes, os pontos de controle e de decisão para o “Go-Live” ou “No-Go”;
  • O plano de “Roll-Back” e seus pontos de acionamento para evitar impactos em produção;
  • Um plano de comunicação para a divulgação de resultados e necessidades de decisão por alternativas do plano de conversão;
  • Todos os critérios de avaliação para suportar as decisões da execução ou interrupção da implantação.

A esta altura, podemos perceber que raramente os planos de implantação consideram todas estas ações que, certamente, visam a qualidade da conversão.

A distribuição de software também precisa de ações para evitar falhas na implantação. Atualmente, cada vez mais, os sistemas têm maior grau de integração e executam em diversas plataformas.

Por exemplo, sistemas de vendas disparam não só atividades para sistemas de faturamento, de logística, de cobrança, de contabilidade, de controle de estoque, entre outros.

Outro exemplo, os aplicativos de bancos operam em diversas plataformas: no “Mainframe” onde geralmente ocorre o processamento central com as finalizações contábeis, em plataformas Cliente-Servidor as operações executadas nas agências, em ambiente de ATM ou Caixas Eletrônicos onde se dá o auto atendimento, ou mesmo em ambiente WEB, onde temos o “Internet Banking” e, ainda o “Mobile” que por si só envolve plataformas diferentes dependendo da tecnologia do aparelho utilizado.

A distribuição dos softwares para estas diferentes instâncias requer por si só uma série procedimentos específicos para evitar falhas na implantação. A rigor, as ações para a qualidade da distribuição de software merece um capítulo específico no plano de implantação, tal qual o plano de conversão.

As falhas decorrentes da infraestrutura não têm ocorrências menos prováveis. Como todos os ambientes e plataformas tecnológicas de que já falamos exigem infraestruturas e, em geral, estas são diferentes ou, no mínimo, têm particularidades, têm diversidade de pontos de possíveis falhas e, portanto, devem também ser abrigados por um capítulo no nosso plano de implantação.

De forma alguma devemos negligenciar o envolvimento das diversas áreas especialista que devem avaliar, recomendar e validar os planos e processos de implantação de software. Todos os seus representantes devem, ao menos, ser consultados. Idealmente, os planos, as ações, as avaliações, as recomendações e pareceres quanto a conversão, distribuição e infraestrutura necessários ao projeto de implantação de software devem ser submetidas ao Controle de Mudanças. Esta é uma prática que auxilia em muito a qualidade na implantação de software, evitando muitas falhas.

Em nosso próximo texto vamos propor ações que ajudam muito ao usuário, ou cliente na hora de validar o sistema ou software que encomendou: Qualidade em TI – A homologação pelo usuário/cliente.

[Crédito da Imagem: Implantação – ShutterStock]

Paul Robert Bergami
Professor de Qualidade de Software, Auditoria de Sistemas e MBA/TI, Economista pela FEA-USP com pós em Qualidade e Produtividade pela POLI-USP, especialista em qualidade de software para usuários e fornecedores de TI. Mais de 30 anos como Gestor em TI para Bancos, Consultorias, Marketing, Serviços e Governo. Focado em soluções pragmáticas de TI que aliam resultado e satisfação de clientes e acionistas, experiência internacional em London/UK no desenvolvimento de aplicativos bancários mundiais e Nova York/USA em consultoria para conformidade à Sarbanes & Oxley. br.linkedin.com/in/bergamipaul/

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