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Apple, Microsoft, Nokia, IBM, Olivetti. Onde os gigantes erram?

publicado por Antônio Sérgio Borba Cangiano

Apple, Microsoft, Nokia, IBM, Olivetti. Onde os gigantes erram?Steven A. Ballmer CEO da Microsoft anuncia sua saída da companhia para aposentadoria. Após geri-la por 13 anos no azul, triplicou a receita e dobrou os lucros desde 2000. Ballmer declarou: “Nunca há um momento perfeito para este tipo de transição, mas agora é a hora certa”, disse em comunicado enviado à imprensa. “Nós iniciamos uma nova estratégia com uma nova organização e temos uma ótima equipe de liderança sênior“.  Ao anunciar a saída as ações subiram 8%. O anúncio foi feito após Ballmer apresentar o Tablet com o sistema Windows 8. Um dos principais motivos da renúncia de Ballmer é que a empresa deve enfrentar novos desafios com novos produtos e softwares na linha de “smartphones” e o novo CEO terá o desafio de conduzir a companhia em momento de transformação. Ainda no  começo do mês de Setembro a Microsoft anuncia a compra da “Boot Makers”, apelido dado à Finlandesa, pelas concorrentes que não acreditavam que a NOKIA conseguiria competir no ramo de celulares, mas que no entanto obrigou-as a fechar fábricas e realizar alianças estratégicas para continuidade no mercado, mesmo com “marketshares” menores. Por uma década, a Nokia foi a empresa que mais vendeu celulares no mundo. Como ela chegou ao ponto de ser vendida? A venda da divisão de telefonia móvel foi uma decisão emocionante para Risto Siilasmaa, CEO interino da Nokia, ele disse: “Vender um negócio não é legal, mas às vezes é a coisa mais certa”. Ele acrescenta: “A Nokia não tinha os recursos suficientes”, isso para tentar reverter a situação de duopólio da concorrência representada pelo uso das plataformas iOs e Android, enquanto a Microsoft tinha os recursos, mas não tinha um modelo de negócios apropriado para o mercado. A Microsoft precisa da Nokia (responsável por 80% das vendas), para assegurar a sobrevivência do Windows Phone (Fonte Carta Capital 11 de Setembro.). É nesse cenário que a Nokia perde uma divisão que foi a vencedora para sua projeção mundial e a Microsoft desembolsa USD 7,2 Bilhões para continuar no jogo com o Windows Phone, e não cair do trem puxado pela Apple e Samsung. A Olivetti perdeu suas fábricas de máquinas de escrever para os PCs. A Apple com a obstinação do Steve Jobs pelo projeto Lisa, que resultou em preços altos ( US$ 9995, f. Wikipidia) e em fracasso de vendas, culminou na demissão do seu principal idealizador, (vejam o filme Steve Jobs em cartaz). Outros exemplos da mais inovadora indústria que acompanhamos, TICś, é o caso da IBM que na década de 80 começou a perder competitividade nos Computadores Pessoais e lançou o padrão IBM PC, e depois descobriu que quem lucrava com o padrão era a Intel e a Microsoft com vendas de processadores e softwares, tanto que mais recentemente vendeu sua fábrica Lenovo para a China. Ainda a Computer Associates que abriu o INGRES, seu Banco de Dados Relacional, como software livre para uma comunidade de desenvolvedores porque não acreditou no sucesso da Oracle, e quando viu, não tinha recursos para concorrer, assim também fez a IBM com diversos produtos à época. Não importa em que parte do planeta, mas nesse exato momento gigantes médios, pequenos ou micros estão ou podem estar errando, e feio. É importante prevenir ou descobrir os erros.  

Como a IBM descobriu os seus erros? – Durante a crise dos anos 90, com a nomeação de seu novo CEO, a IBM juntou seus melhores profissionais de venda com seus melhores cientistas, desse encontro estratégico a companhia tomou novos rumos.  Usou os seus ativos intangíveis para recuperar faturamento, (de outra forma não seria possível). O capital intelectual aplicado em trocas de informação e a produção do conhecimento resultante, mesmo que  pontual, manteve a empresa no cenário competitivo global, e garantiu a sustentabilidade da gigante.  Os inúmeros cases de administração mostram erros de empresas que focam nas formigas  e deixam passarem os elefantes, ou só percebem que passaram tarde demais. Os exemplos da Microsoft, Nokia, IBM, CA, Apple e Ollivetti demonstram que hoje as empresas não podem deixar a Gestão do Conhecimento de seu capital intelectual de lado.  

Estamos na era da informação, e a Sociedade do Conhecimento desponta no cenário de crescente risco econômico global, devido às rápidas mudanças em designs dos produtos e serviços, com inovações revolucionárias. A internet é a arena competitiva isomórfica, onde as oportunidades e recursos são acessíveis para gigantes e micros. Como não errar com tantas adversidades e sem nenhuma vantagem inicial a não ser o Capital acumulado dos gigantes? Que os micros e pequenos não dispõe?  A governança aplicada desde o empreendedor até os gigantes deve estar integrada à gestão do conhecimento da organização e do ambiente externo, tanto no plano dos “players” (competidores) mais próximos como os mais distantes, até de outros mercados, como é o caso da Nokia originária da produção de galochas de chuva evoluiu para celulares.

A Microsoft não viu como ameaça o progresso dos smartphones, as concorrentes não deram importância à pequenina Nokia. A Apple não viu que seus produtos eram avançados e caros demais no tempo do Lisa. A Microsoft, IBM, Oracle, a Computer Associates, dentre inúmeras outras, queimaram capital para continuar, bem ou mesmo com perdas no jogo global. A Nokia percebeu que havia perdido o bonde para o duopólio, Vemos agora grandes transtornos empresariais por falta de Gestão de Conhecimentos na Companhia com objetivo de inovar a tempo do mercado, e para não perder o trem, e não precisar queimar parte do capital sem necessidade. Hoje a boa governança com gestão de conhecimento aplicada a  inovações imprescindíveis seguramente resultam em maior faturamento e em defesa de concorrentes, e sem dúvida se assim procederem, terão menores custos operacionais, maiores margens de contribuição, e garantia de sustentabilidade da companhia. Esses aspectos dependem principalmente de gestão dos ativos intangíveis especiais que é o capital intelectual detentor do conhecimento e capaz de analisar tanto as formigas como os elefantes.

Autor

Mestre em Engenharia de software: redes de computadores pelo IPT - USP, Bacharel em Ciências Econômicas e em Ciências de Computação, ambos na Universidade Estadual de Campinas. É Certificado pelo PMI em Gestão de Projetos – PMP e Conselheiro de Administração e Fiscal – IBGC/CCI. Experiência em empresas multinacionais, nacionais e públicas de grande porte: IBM, Ericsson, Unisys, Atos Origin e no SERPRO como diretor de gestão empresarial. Atuação executiva nas áreas de TIC, Finanças e venda de soluções. Conhecimento e habilidade nas áreas de: Planejamento, Gestão, Comercial, Projetos, Certificação Digital, Viabilidade Econômica/Financeira, Segurança e Sustentabilidade. Hoje exerce cargo de Assessor da Presidência do ITI – Instituto de Tecnologia da Informação – responsável pela ICP Brasil. Autarquia supervisionada pela Casa Civil do Governo Federal. Participa da câmara de segurança e é membro substituto ambos no CGI.BR.

Antônio Sérgio Borba Cangiano

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