Conforme os anos passam, venho conhecendo diversas empresas, de diversos setores e novos clientes, novas estruturas, novos conceitos, ideias e fica nítido que a TI está ganhando cada vez mais força e credibilidade dentro das empresas.
Aquela TI da década de 90, início dos anos 2000, conhecida como “CPD” e posteriormente como “informática”, já não existe mais. Aquela visão de profissionais técnicos do setor, em uma sala isolada das demais, onde o local era compartilhado entre pessoas, servidores e toda infraestrutura, já é coisa do passado.
Recordo que, em algumas empresas, os técnicos e analistas tiravam o telefone do gancho para não atenderem as ligações dos usuários e o momento era outro, quase não existia sistemas de service desk, registro de chamados, SLA, catálogo de serviços, prestação de contas e afins. A maioria dos gestores da área eram profissionais técnicos que dedicavam em torno de 90% do seu tempo atuando no operacional (configurando servidores, sistemas, verificando erros, montando estruturas de backup, e outros).
O principal objetivo da área de Informática era manter os servidores e infraestrutura disponível para que os usuários dos setores realizassem os serviços informatizados. Vale lembrar que poucos processos de negócio eram informatizados, um exemplo é a NFe que era possível ser preenchida manualmente até 2009.
Acredito que quase tudo! A visão das empresas, os objetivos, as metas, a concorrência globalizada, a velocidade para realizar as mudanças, a aderência às novas tecnologias, aos novos meios de se realizar negócios, entre outros. A tecnologia evoluiu drasticamente nos últimos 5 anos. Quem imaginaria o WhatsApp como forma de comunicação? Carros autônomos? Aplicativos para quase tudo? Impressoras 3D? Cloud Computing? Robôs exercendo diversas atividades e interagindo com pessoas?
A área de TI, como é conhecida hoje em dia, não atua mais somente com Tecnologia da Informação (servidores, sistemas, computadores e infraestrutura), e sim, com diversas outras vertentes, entre elas, continuidade de negócios (PCN – ISO 22301), segurança da informação (ISO 2700x), processos (BPM), Governança de TI (COBIT), Gestão de TI (ITIL), obrigações fiscais (SPEDs, E-social, etc), Gerenciamento de Projetos (Guia PMBOK), Desenvolvimento de Sistemas (SCRUM, CMMI), novas tecnologias e cenários (Cloud Computing, TI BIMODAL, Cibersegurança, Big Data), entre outros.
Pelas vertentes apresentadas anteriormente, acredito que, em pouco tempo, a TI irá mudar novamente de nome, sendo considerada ainda mais um setor estratégico e participativo em tomadas de decisões nas empresas, podendo até mudar de posição no organograma empresarial. Porém, estes novos desafios para a TI irão exigir de nós profissionais, mudanças, entre elas, em relação ao conhecimento adquirido, a forma de pensar, necessidade de adquirir novos conhecimentos, estarmos abertos ao novo, olharmos os cenários com uma visão 360° e buscarmos alternativas, entendermos a empresa (setor de atuação, processos da empresa, áreas da empresa, concorrentes, o que gera dinheiro, como, quando), entres outros.
Infelizmente, acredito que, somente o conhecimento técnico em determinada solução ou serviço de TI, seja em infraestrutura, banco de dados, segurança, desenvolvimento, servidores, por melhor que sejamos, não será mais tão atraente para as empresas nos próximos 10 anos. Esta mudança no cenário ocorre por diversos fatos, entre eles, grandes players de mercado (Microsoft, SAP, Oracle) estão direcionando todas suas ofertas para SaaS (Software As A Service), o que “simplifica” o dia-a-dia da TI. Além disso, muitas empresas tradicionais estão partindo para modelos CLOUD, seja como Colocation ou IaaS (Infraestrutura as a service), a partir de decisões estratégicas da alta administração.
Alguns profissionais de TI não compactuam com está linha de raciocínio. Concordo que o modelo tradicional ainda irá permanecer por mais alguns anos, mas acredito que não irá permanecer por mais algumas décadas. É claro que irá existir demandas para profissionais 100% técnicos e detentores de conhecimentos específicos, porém, a tendência é que a demanda de mercado diminua.
Dado Schneider, especialista na área de marketing, realizou uma excelente palestra no Campus Party em 2014, e apresentou como lidar com as mudanças, com o novo, com a nova realidade e informou que “o mundo mudou bem na minha vez”. Esta palestra é muito pertinente para nós profissionais de TI, porque a TI vai mudar bem na nossa vez!
Assista a palestra de Dado Schneider.
É importante destacar que a área de TI é a que mais cresce hoje no Brasil. A dependência das áreas de negócio em relação à TI nunca foi tão grande, e isso é ótimo para nós profissionais da área, uma vez que, mesmo na “crise”, a TI no Brasil irá crescer em torno de 7% se comparado ao ano passado (IDC), e em 2016, terá um aumento de 30% de contratação no setor, segundo a BASSCOM.
Para finalizar o artigo, deixo algumas recomendações para nos prepararmos para o novo:
Lembre-se, a TI irá mudar bem na nossa vez!!!
Fonte: IDC, BASSCOM: http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/mercado-de-ti-brasileiro-cresce-e-pode-e-ficar-acima-do-pib-em-2015
[Crédito da Imagem: TI – ShutterStock]
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