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O paradoxo do novo líder

publicado por Helio Soares

Figura - O paradoxo do novo líderCom certa frequência, deparo-me com charges ou textos sobre a diferença do Chefe e do Líder. Em resumo, o chefe é o ser autoritário que manda a equipe trabalhar por ele e o líder é o ser participativo, que leva a equipe ao cumprimento das metas.

Claro que isto faz um certo sentido. Não nos permitimos mais trabalhar em um ambiente de autoritarismo. Mas, nem sempre é assim que se interpreta tal comparação.

Quando vejo um líder “puxando” sua equipe rumo a um objetivo e os textos que geralmente acompanham esta caricatura, parece-me uma intenção de vender uma imagem de que o líder deve ser uma pessoa boazinha, pronta para assumir todas as dores e problemas da equipe, os seus próprios e aqueles que deveriam ser dos liderados. Parece-me uma tentativa de transferir a responsabilidade de tudo para o grande líder.

Neste momento, nasce o paradoxo. Ser líder requer participação, inclusão, colaboração, motivação, enfim. Mas, ser líder também requer delegar, cobrar, acompanhar, reprimir e corrigir a rota.

Em tempos de gerações de A à Z, fazer-se compreendido quando se lidera não é uma tarefa trivial. As maturidades entre líderes e liderados são, em geral, diferentes. A ação de liderança, às vezes, requer uma legenda, para que a equipe compreenda melhor a intenção do conteúdo e da forma com que uma comunicação tenha sido feita à equipe, o que não é possível na prática.

Achar que o líder deve saber executar as atividades de qualquer um de sua equipe, bem como assumir toda a responsabilidade pelos erros e tratar seus liderados como seres intocáveis e protegidos deveria ser considerado crime hediondo. Fazer isto, é tolher o crescimento profissional da equipe. Não se aprende a nadar assistindo o professor e não se aprende a dirigir sentando-se no banco do passageiro. Maturidade profissional se conquista assumindo suas próprias dores e responsabilidades e pagando o preço dos erros, da falta de comprometimento e das irresponsabilidades.

Quando uma equipe comprometida, competente e consciente de suas responsabilidades cobra maior participação do seu líder e espera que ele blinde a equipe de falsas percepções de outros, calo-me. Mas, quando uma equipe descomprometida transfere toda responsabilidade para o líder e o classifica como Chefe para servir de desculpa, sinto pela equipe que tem uma visão equivocada e pelo líder que terá um grande desafio pela frente.

Ser líder, definitivamente, não é ser bonzinho nem malvado. Não é ser autoritário nem fraternal. Tampouco, não é ser mandão ou centralizador. Ser líder é ter a capacidade de tornar a equipe eficiente o suficiente para o cumprimento das obrigações a ela atribuídas, com o mínimo possível de efeitos colaterais. Uma tarefa para poucos.

Como em todo relacionamento, cada um deve fazer sua parte. O gestor conduz no sentido de comandar e guiar, não no sentido de carregar. Refinar a relação líder-liderado é uma tarefa para ser feita a quatro mãos e com todos os desafios inerentes às relações interpessoais. Sucesso a todos que se aventuram neste fantástico mundo.

[Crédito da Imagem: Novo Líder – ShutterStock]

Autor

CTO do grupo ASOEC de Educação. Transformador de negócios com uso de tecnologia e foco em entrega. Mestre em Ciência da Computação pela UNICAMP, Especialista em Gestão Empresarial pela FGV e Bacharel em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU. Nos últimos anos, venho atuando fortemente em 3 pilares: Estratégia, Pessoas e Tecnologia.

Helio Soares

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