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2015, foi o ano do Linux e de tudo o que é Open Source, mas ninguém notou

publicado por Leandro França de Mello

Figura - 2015, foi o ano do Linux e de tudo o que é Open Source, mas ninguém notouJá não há mais nenhuma dúvida, – 2015 foi o ano do Open Source, do Linux e de tudo o que está relacionado com esse movimento que tomou de assalto todos os segmentos do TI mundial. O mercado foi profundamente afetado pelas novidades oriundas do universo open source. O que não falta é notícia boa e que mostra que, um movimento que nasceu quase como uma contra-cultura e antimercado, tornou-se a vedete de grandes soluções e inovações, que foram incorporadas como soluções de negócios, que vão da IBM à DELL.

A verdade é que, não há nenhuma grande corporação na Top 500 ou as listadas no ranking da Fortune ligadas à TI que não tenham alguma solução, serviço ou produto onde não haja algum stack open source envolvido. Isso é formidável. Pois mostra que um paradigma antimercado, tornou-se exatamente mola mestra de uma cadeia de negócios verticais e horizontais, sem fazer distinção. Hoje as maiores empresas de TI do mundo operam com soluções open source: Oracle, IBM, DELL, Attachmate, Amazon, Sony, Samsung, Google, Apple e até a Microsoft. Pasmem. Porque é mesmo inusitado.

Desde que Satya Nadela assumiu o posto de CEO, ele, um ex-diretor dos laboratórios de inovação e experimentos open source da Microsoft, a empresa deu uma guinada positiva e inclusiva para o mundo open source. Quem não lembra de Ballmer, há alguns anos, afirmando que o Linux era um câncer a ser vencido? Pois bem, boa parte das receitas da MS hoje, vem da divisão de cloud e o cloud da MS, o Azure, roda e vende praticamente somente instâncias Linux para seus clientes. Tendo o Ubuntu e Red Hat as principais distros comercializadas e instanciadas. E seguindo esse ritmo a MS lançou seu Azure Cloud Switch, um servidor de alta performance, que não é nada mais nada menos, que uma distribuição Linux. Além de ter lançado sua própria certificação Linux. Sim, senhores, – o mundo mudou.

A tendência é que o Windows se torne cada vez mais baseado em cloud e pode vir chegar um dia que estejamos usando um terminal Windows rodando em cloud e essa instância esteja na verdade rodando dentro de um Docker com Ubuntu. Isso não é impossível de acontecer e a própria empresa considera essa possibilidade, nas palavras do CTO do Azure, Mark Russinovich.

Ainda falando um pouco mais de MS, ela possui menos 1% do mercado de mobile, contudo, fatura bilhões por ano, com o Android Linux. Com seus diversos acordos de patentes, por exemplo, com a Samsung. A cada aparelho Galaxy vendido no mundo, a Samsung paga US$5,00 à MS. Acordo semelhante e não divulgado fora feito também com o Google. A receita da MS com o Android ultrapassa os US$ 50 bilhões por ano. A MS só tem motivos para amar o Linux. Contudo, não podemos deixar de mencionar, que ela todo ano contribui com a Linux Foundation e com drivers para o kernel Linux. Não esqueçamos também, que a plataforma .NET fora migrada integralmente para o ambiente open source.

Não esqueçamos da Apple também. Que não é exatamente uma vedete no ambiente open source. Embora, ela não seja de fato uma empresa open source, contudo seus sistemas são todos baseados no Darwin OS e no kernel Mach. Todos baseados em sistemas . Todavia, no que diz respeito à colaboração ao movimento open source, há anos a Apple contribui e liderou o desenvolvimento do CUPS, que é o servidor de impressão padrão em toda e qualquer distribuição Linux ou sistemas Unix-like, como a família BSD.

Não se pode dizer que a Apple seja, uma empresa de software como a MS, visto que seu principal negócio é vender hardware. Um negócio vertical, onde o software está ali somente para rechear e causar boa impressão ao usuário. No entanto, esse ano, a Apple deu mais alguns passos, para o fortalecimento da sua presença no ambiente open source, quando liberou sua linguagem de programação, o Swift, para plataforma Linux (por enquanto, somente para Ubuntu). O Swift ainda está se consolidando e ainda tem muito que se desenvolver para se tornar uma opção de linguagem para desenvolver aplicativos para Apple(que ainda só podem ser desenvolvidos usando Xcode e o Cocoa, que só rodam no OS X)em outras plataformas. Mas um dia isso pode mudar e tudo indica que sim.

A Amazon, também não fica atrás. Pois toda sua infraestrutura roda sob servidores Linux, seus principais serviços do AWS são todos baseados também em Linux. Suportando várias instâncias Linux e tendo inclusive sua própria distribuição Linux, a Amazon Linux AMI.

O Cloud, a principal onda tecnológica do momento, roda tudo e todo em servidores Linux. E as principais soluções em Cloud são baseadas em opensource, como: Hadoop, Hive, Cassandra, PIG, Sparks e o omnipresente, OpenStack. Assim, como as mais novas soluções em virtualização, como o Docker, por exemplo.

Então, meus caras geeks, não há mais a menor dúvida, que o Linux venceu e que o open source, se tornou o principal paradigma de negócios no mundo do TI. Pena que ainda tem gente que está esperando o ano do Linux no desktop.

[Crédito da Imagem: Open Source – ShutterStock]

Autor

Leandro é analista de sistemas,professor e empreendedor na internet desde a década de 90. Desde então,vem desenvolvendo projetos no setor público e privado. Seu foco de estudo são as tecnologias baseadas em Open Source, inovações do Linux, Google e tudo que tiver relação disruptiva com TI e os negócios. Leandro França de Mello é entusiastas das tecnologias de código aberto, pesquisador e CEO da EXP Codes, uma boutique de soluções em TI.

Leandro França de Mello

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