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Internet of Things: Seus objetos estão cada vez mais conectados

publicado por Cezar Taurion

Internet of Things: Seus objetos estão cada vez mais conectadosO tema “Internet das coisas” vem despertando mais e mais atenção. Já sentimos no dia a dia que é crescente o numero de objetos (ou coisas) que estão se conectando à Internet. O interesse está cada vez maior (uma pesquisa com o termo “internet of things” no Google Trends mostra isso claramente) e vemos que, embora com focos diferentes, muitas das grandes empresas de tecnologia estão criando iniciativas pesadas na área. Alguns exemplos são o Smarter Planet da IBM, a “Internet of Everything” da Cisco, a “ Industrial Internet” da GE,  e nos últimos meses os anúncios da Microsoft entrando neste campo, a aquisição da Nest pelo Google e no seu recente Developers Conference foi a vez da Apple anunciar sua entrada no jogo.  Já existe inclusive um buscador voltado a localizar qualquer dispositivo ou objeto conectado à Internet que é o Shodan.

É um mercado de grande potencial. Segundo o Gartner em 2020 deveremos ter mais de 26 bilhões de dispositivos (excluindo-se da lista smartphones, tablets e celulares) na Internet das Coisas, que  devem girar quase 2 trilhões de dólares de valor econômico na economia mundial, em tecnologias e, principalmente, serviços. Este é um ponto importante. Não adianta  termos milhões de sensores gerando dados se não tratarmos estes dados e conseguirmos fazer coisas inovadoras, sejam novos processos, novos modelos de negócio ou mesmo criar novas industrias.

O conceito, as tecnologias e principalmente as oportunidades possibilitadas pela Internet das coisas ou Internet of Things (IoT) são importantes demais para não serem  alvo de atenção dos CIOs e demais C-level das empresas.

Primeiro vamos o conceito. IoT deve ser visto como uma convergência de múltiplas “internets”, a das informações (www), dos sistemas (aplicativos como e-mail, ERP, bancos e de empresas aéreas que se conectam aos clientes via Internet), das pessoas (nas mídias sociais) e, claro,  a dos objetos que se interconectam. O valor surge desta convergência quando objetos podem não só interagir entre eles, mas também com as pessoas, os processos de negócio e as outras “internets”. Um automóvel conectado pode dirigir sem motorista, e sabedor da agenda dele e conduzi-lo aos locais que ele precisa. Pode interagir com a concessionária e automaticamente agendar uma revisão e depois de deixar o seu passageiro (o antigo motorista…) ir até ela sozinho.

O vetor resultante desta convergência serão novos processos e novos modelos de negócio. Conectando objetos ao dia a dia das atividades executadas pelos processos de negócio criamos um contexto de hiperconexão, possibilitando que o próprio processo passe a ser autônomo ou quase autônomo, operando sem ou quase nenhuma interferência humana.

Esta possibilidade pode e deve ser explorada em praticamente todos os setores de negócio, como saúde (hospitais), educação, transporte, engenharia, etc. Alguns exemplos começam a despontar como monitoração remota de prédios e casas conectadas (foco da Google e Apple), otimização do consumo de energia (smart grids), seguradoras criando modelos de negócio “pay-as-you-drive”, cidades inteligentes,  e por aí vai, o limite sendo nossa imaginação. Já vemos exemplos bem interessantes de facilitar a conexão entre coisas e software, como a iniciativa OpenXC  criada pela Ford, que é uma API que permite conectar automóveis a dispositivos  Android. Você pode com esta tecnologia customizar seu próprio veiculo e ajusta-lo às suas características pessoais de utilização. Tem o potencial de criar um novo cenário de negócios. Você compra o carro de um fabricante e instala o software de gestão dele (inclusive assistente pessoal) de uma outra empresa.

Mas, quanto ao papel do CIO neste cenário?  O novo CIO onde I deixa de ser Information  e passa a ser Innovation, tem como missão buscar a criação de valor da aplicação da tecnologia para o negócio, seja incrementalmente melhorando a eficiência (um processo hiperconectado é mais eficiente que um que demande muita interação humana), seja criando novas fontes de receita. Em termos prático isso significa buscar constantemente identificar novas oportunidades de inovação nas empresas, e para isso deve estar muito mais entranhado nas operações e estratégias da corporação que  hoje.

A  IoT ainda está engatinhando. Temos muitos objetos conectados, mas em sua maioria eles ainda não mudaram a maneira de fazer negócios. Creio que o ponto de inflexão seja pelo fim da década ou inicio da próxima quando além da quantidade de objetos ser de mais de 20 bilhões é provável que o tráfego Internet gerado por eles ultrapasse o gerado pelos seres humanos.

Por outro lado, existem muitos desafios. Um mundo mais hiperconectado é mais dependente da tecnologia e da Internet. Os riscos de ataques cibernéticos aumenta exponencialmente  e eventuais falhas na operação podem ser desastrosos, uma vez que muitos processos funcionarão sem interferência humana. As preocupações com segurança e privacidade passam a ser muito maiores que hoje.

É um cenário desafiador. TI deixa cada vez mais de cuidar de sistemas a qual está acostumado (servidores e laptops) para entrar em um mundo novo. Em nuvem, analisando imensos  e variados volumes de dados, com pessoas e objetos conectados full-time. Muda a maneira de pensar os sistemas e seu próprio posicionamento na empresa. Muda a exigência de capacitação e skills. Muda a arquitetura dos aplicativos e a forma de desenvolve-los.

O fato incontestável é que a velocidade das mudanças é cada vez mais acelerada. Queiramos ou não os objetos inteligentes já estão se entranhando e se disseminando pelas empresas, pela sociedade, cidades e casas. E todos estes objetos tem o potencial de serem sensores gerando dados,  interagindo e até mesmo negociando entre eles. Então, vamos esperar o quê?

[Crédito da Imagem: Internet of Things – ShutterStock]

Autor

Cezar Taurion é head de Digital Transformation da Kick Ventures e autor de nove livros sobre Transformação Digital, Inovação, Open Source, Cloud Computing e Big Data.

Cezar Taurion

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