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Profissional de TI: Vale a pena migrar do Sudeste para o Nordeste em busca de qualidade de vida?

publicado por Alexander Ponce

Profissional de TI: Vale a pena migrar do Sudeste para o Nordeste em busca de qualidade de vida? Em 2010, tomei uma decisão. Ia deixar São Paulo, o antro tecnológico do Brasil para mudar para o Ceará, focando qualidade de vida. Muitas coisas realmente me irritavam em São Paulo, entre trânsito, poluição, vida “indoor” (de shopping em shopping), custo de vida alto, enfim, tudo aquilo que um paulista sempre reclama e que são imutáveis, pelo menos no curto prazo.

Conversei com o meu chefe e com o presidente da empresa informando que me desligaria. Depois de 7 anos na mesma empresa, estava em busca de novos desafios (parece clichê, mas era exatamente o sentimento na altura), profissionais e pessoais. Passei ainda 2 meses treinando um substituto e fui embora com a certeza de dever cumprido.

Já no Ceará, passei por um processo seletivo em uma empresa de médio porte presente em diversas capitais do Brasil – quase um mês depois da minha chegada. Me especializei em Business Intelligence, passei a dar aula no centro de treinamento da Microsoft da em Fortaleza e de lá pra cá passei por algumas funções, até assumir a Coordenação de Sistemas Coorporativos.

Percebi algumas coisas interessantes. O mercado do Sudeste é bastante dinâmico e acaba “forjando a fogo” o profissional, e isso é bastante valorizado por aqui. Um dia estava até mais tarde e um diretor tirou uma brincadeira comigo: “Ah, você não nega que é paulista né?”. Então você já vem com alguns pontos na bagagem e um pouco de moral. Por outro lado, você precisa fazer networking a todo custo, pois em mercados menores isso conta mais do que seu expertise.

A parte boa é que realmente consegui obter mais qualidade de vida e não ficar deslocado profissionalmente. Entrei em uma grande empresa, aprendi a surfar, vejo o mar todo dia da minha janela e atingi o objetivo traçado em 2010, quando deixei São Paulo.

Mas nem tudo são flores. Aqui você está longe das inovações, os cursos e palestras são escassos e as iniciativas nesse sentido empolgam pouca gente – já cheguei a palestrar para 3 pessoas em uma sala, tamanho a dificuldade de juntar pessoas. É preciso sempre estar antenado com o que acontece em SP e manter um planejamento para angariar milhas ou prêmios de passagens aéreas, para se manter “respirando” as novidades. Por exemplo, em São Paulo, tinha uma constância de 6 a 7 visitas à Microsoft por ano. Desde que vim pra cá, ainda não pisei lá, e já se vão quase 4 anos. Outra coisa que tem preocupado é que o índice de criminalidade por aqui está crescendo a passos largos, e é uma constante preocupação.

A pergunta final é: vale a pena migrar para o Nordeste? Na minha opinião, vale sim. Existem poucas mas muito boas empresas de TI na região, o custo de vida ainda é menor do que do Sudeste e como em qualquer canto do nosso pais, faltam profissionais qualificados.

Minha recomendação é que você analise cuidadosamente o risco que pretende assumir, tenha um plano B caso as coisas não aconteçam do jeito esperado, e vá em frente. Deixe as “raízes para as árvores”.

[Crédito da Imagem: Migrar – ShutterStock]

Autor

Especialista em: * Gestão de equipes de desenvolvimento de aplicações, utilizando a metodologia SCRUM. * Desenho e manutenção de ambiente de Data Warehouse, com enfoque em Self-Serivce BI. * Desenho e otimização de processos (Processo Comercial, TI, Gestão de Serviços e Financeiro - CR,CP e Tesouraria). * Levantamento, aprimoramento e disponibilização de informações sob medida para a tomada de decisão através do Analysis Services (solução de BI) da Microsoft. * Gestão de equipes de Suporte Técnico e Infraestrutura de TI, inclusive com enfoque em ambientes críticos e de alta disponibilidade. * Confecção, encadeamento e acompanhamento de indicadores voltados para diversas áreas, especialmente para a área de TI. Experiência: * Responsável por projeto de reestruturação e otimização do ERP da empresa, com enfoque na área financeira e contábil. * Instrutor Microsoft de BI em Centro de Treinamento Oficial. * Coordenador de equipe técnica responsável por atendimentos voltados à software em mais de 250 clientes espalhados pelo Brasil e América Latina.

Alexander Ponce

Comentários

2 Comments

  • Quando li o título achei estranho, qualidade de vida no Nordeste também é complicado. Sim, tem as praias, as belezas naturais, etc… Mas realmente a questão segurança é bem delicada aí. Sem contar que é terra sem lei, não tem o trânsito doido de SP mas o trânsito é uma loucura de uma maneira diferente.

    Se a pessoa consegue morar perto da praia e do trabalho, ótimo. Se não é possível, o negócio complica.

    Sou consultor e vivo viajando. Sou de SC, odeio SP. No momento estou trabalhando lá, mas não aceito morar lá de jeito algum. Vou sempre na segunda e volto sexta. É cansativo, mas a qualidade de vida da minha cidade não tem preço.

  • Ótimo artigo Alexander!

    Fez boas considerações tanto positivas quanto negativas. Estive em Fortaleza há 3 anos e concordo com o amigo Eduardo que comentou o trânsito, também achei uma loucura as buzinas são excessivas, tipo parece normal.
    Mas voltando a falar sobre o mercado de TI nordestino, nada mal buscar inspiração nos 600km de praia do Ceará…até imagino aquela clássica foto que promove o home office: executivo de calças arriadas, na sombra do guarda-sol esticado em uma cadeira na praia com o notebook no colo. Mas é como você falou, nem tudo são flores.
    Estar perto das mais belas praias brasileiras tem um preço, que é estar longe dos congressos, treinamentos e tudo mais que um grande centro como SP permite.

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