TI Corporativa

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O desafio de ser um executivo de tecnologia da informação e comunicação

publicado por Romeu Mendes

O desafio de ser um executivo de tecnologia da informação e comunicaçãoCom experiência de 25 anos no segmento de TIC (mercado privado e público), vivendo as mais variadas evoluções tecnológicas percebo que a verdadeira transformação para minimizar o descompasso entre tecnologia disponível x tecnologia aplicada no mundo corporativo é se na mesma medida criarmos mecanismos que favoreçam quebra de paradigmas e mentalidades arraigadas que inviabilizam o processo de modernização organizacional.

Se avaliarmos os investimentos feitos que na maioria das vezes pela complexidade dos projetos têm valores expressivos e confrontarmos com os resultados alcançados é assustador. A primeira condenação vai para área de TIC das mais variadas formas, desde questionamentos da escolha da solução, até de órgãos de controles quando se trata de organizações públicas.

Com esse viés, grandes projetos são fadados ao insucesso. Ampliando-se culpa para os fabricantes, revendas e prestadores de serviços. Será que não está na hora de uma discussão mais ampla, saindo do senso comum? Tenho certeza que daríamos um salto qualitativo, tendo como ponto central o comportamento do fator humano.

É da característica do fator humano, proteger terreno, ou seja, o seu “status quo”. Apesar de revolucionária e inovadora a TIC não resolve comportamento dessa natureza. A atual era do conhecimento impõe que no mínimo, o profissional saiba a respeito do negócio da empresa, qual o tipo de contribuição que ele pode dar e que impactos terá sobre resultados esperados.

Apesar de cristalino, a realidade aponta que a maioria caminha na contramão da história evolutiva e transformadora. Por mais que se renovem quadros, recrutando mentes brilhantes, ambiciosas e competitivas, nada avança se o câncer procrastinado não for extirpado na sua totalidade. Caso não ocorra, num futuro próximo infelizmente torna-se um ambiente muito triste, sem compaixão e diversão. Ficando a indagação de como é possível algumas pessoas permanecerem presentes na ausência

É importante que tenhamos coragem de colocar essa questão na mesa, sem nos escondermos atrás de um cargo e/ou função. Quando se trata de projetos de TIC desnecessário apontar “n” exemplos de como a sua aplicação transformou o ambiente corporativo e sua relação com os seus stakeholders. Imperioso destacar que isso vai mudar não apenas o mundo corporativo, mas também o modo como a empresa muda.

É miopia e insanidade querer atrapalhar iniciativas de automação e virtualização de procedimentos e processos burocráticos, querendo bloquear uma descentralização de autoridade com canetadas, mesquinharias e/ou discursos legalistas e vazios, penalizando a pessoa mais importante do mundo corporativo que é a pessoa jurídica. O poder das conexões e integrações indubitavelmente vai encurtar as relações e descentralizar o conhecimento acarretando um profundo deslocamento de poder. Sem esquecer que a nova era é alicerçada por um ambiente mutável, flexível, criativo e inovador.

Há que esclarecer que quando me refiro às questões legalistas, não estou fazendo apologia à maleabilidade da ética. Pelo contrário, é de suma importância e inegociável. A provocação é que hoje precisamos reconhecer que estamos diante de um vácuo de confiança. Onde na dúvida prevalece-se a inoperância e o conforto do “não fazer”. Não posso aceitar sendo conivente e defender. O medo é importante para nos proteger de situações de riscos, mas não pode nos paralisar.

Quanto àqueles, que não estão prontos para atuarem nesse momento, POR FAVOR, AGRADEÇAM PELA CADEIRA QUE ESTÃO OCUPANDO E ABRAM ESPAÇO PARA QUEM JÁ CONSEGUIU FAZER A TRANSPOSIÇÃO PARA O SÉCULO XXI. Aqueles que sem ferir a ética e às questões legais, procuram entender a sua essência discutindo de forma aberta a questão, com espírito pensante, gente sem fronteiras.

Cabe alertar aos criadores de bolhas e dificuldades, desconsiderando sinais para mudar, numa atitude tacanha e pequena, que estão apenas postergando e perdendo a chance de ser um integrante que traz valor e pode ter certeza essa fatura vai aparecer.

Quanto a mim, cada vez mais percebo que não posso ajudar apenas com colo e canções de ninar. Preciso ser direto para gerar o desconforto e trazer a discussão saudável, desmitificando a posição de vítima tão comum naqueles que constroem castelos de proteção. Tendo apenas o cuidado para fugir da Síndrome do Messias com todo respeito às questões religiosas e sair por ai pregando suas crenças e objetivos, correndo o risco de se tornar um chato. Buscarei a paciência. Talvez essa seja a essência do aprendizado eterno.

[Crédito da Imagem: Desafio – ShutterStock]

Autor

Profissional com 25 anos de experiência em TIC, exercendo vários cargos executivos no setor público e privado. Atualmente Superintendente de Tecnologia da Informação e Comunicação da VALEC (Empresa Pública). Professor universitário de graduação e pós-graduação. Articulista e Palestrante.

Romeu Mendes

Comentários

1 Comment

  • Romeu, realmente muito bom ! Me fez relembrar toda a minha trajetória de TIC e quantas pessoas vi construindo seus castelos de areia, com muros tão altos quanto a queda que tiveram ao enxergar que o mundo muda tão rapidamente quanto as ondas do mar. De fato, a paciência é a ferramenta do aprendizado eterno.

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