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Repensando o cenário profissional com melhoria social e qualidade de vida

publicado por Fabio Oliveira

Repensando o cenário profissional com melhoria social e qualidade de vidaAcredito que já está na hora de repensarmos o modelo de trabalho e, facilmente, podemos identificar que o modelo atual com carga diária de 8h (em sua maioria), está ficando saturado e vai contra o conceito de melhoria de vida que está crescente em todo o mundo. Além disso, temos como cenário global o crescimento do número de profissionais disponíveis e do fluxo de pessoas em horários específicos trazendo transtornos em transportes, áreas de tráfego e sobrecarga nas estruturas disponíveis.

As outras variáveis envolvem a inevitável necessidade de atender cada vez mais clientes, uma sociedade cada vez mais globalizada, exigente, integrada e carente de melhores resultados, tanto profissionais quanto pessoais. Lembrando novamente que se cria anualmente um novo mercado de profissionais que necessitam ingressar em atividades remuneradas e, não consequentemente, de consumo.

Nesse cenário podemos identificar pontos que incitarão os debates com a crescente tendência de bem estar social, tendência que em muitas vezes se vê estacionada em virtude da falta de tempo que as pessoas encontram, e consequentemente, aumentam os problemas relacionados com stress, estafa, descontentamento, reciclagem e todas as demais características envolvendo esse empreendedorismo de constante superação de tarefas.
Acredito que devemos explorar uma nova metodologia para proporcionar um revigoramento desse sistema. Afinal, qual seria a solução se ainda precisamos ficar atentos com o meio ambiente, bem estar social, o IDH, ROI, margem de lucro, o PIB (para ser sucinto)? Proponho que comecemos a pensar em repartir para crescer, o que isto significa? Que devemos começar a dividir para expandir (mas como assim?).

Lembro que em nenhum momento quero questionar os métodos atuais sobre índices citados, este texto visa ilustrar o que parece inevitável, proponho adequarmos os modelos profissionais atuais para não saturarmos o mercado com ociosidade ou sobrecarga no investimento. No geral a metodologia é bem simples e motiva tanto o lado empresarial quanto o lado profissional, trazendo benefícios a quase todo o sistema profissional e pessoal.

Uma parte da sugestão refere-se ao ajuste no quadro de cargos fixados em 8 horas/dia e seus perfis, onde estes teriam uma classificação adicional nivelando a carga diária de trabalho aos cargos em nível como Sênior, Pleno, Júnior e Trainee ou nível I, II, III, passando a olhar a carga de horas de maneira vinculada a expertise de cada cargo. Os perfis receberão uma carga horária melhor adequada aos seus conhecimentos e resultados, assim possibilitando melhor flexibilidade quanto ao total de horas de atuação.

O profissional poderá empregar melhor o tempo disponível conforme ele aumenta sua expertise: o sênior contribui com 5 horas de trabalho, o pleno com 6 horas, o junior com 8h. Seguindo a mesma linha, podemos levar um coordenador, líder, especialista e até gestor a atuar 4 horas.

Nessa distribuição percebemos que os cargos de menor experiência possuem uma carga maior porque torna-se evidente a necessidade de aprendizado, onde a empresa possibilita que ele adquira esse conhecimento em virtude do tempo dedicado no ambiente de trabalho.

Um profissional experiente pode conduzir-se de maneira mais assertiva nas atividades de caráter mais complexo, em relação as mesmas atividades executadas por profissionais de níveis abaixo do seu. Com isso prospectamos que o mais conceituado entregará resultado melhor e com menos retrabalho que o profissional de menor graduação.

O outro profissional com menor experiência, e levando em conta menor expertise que um sênior, costuma atender as necessidades de maneira mais rápida, mas com maior número de ajustes. Inclui-se a isso que as atividades dedicadas aos níveis menores normalmente abordam resultados que podem ser temporários ou facilmente substituíveis, seja com entregáveis ou serviços, principalmente em mercado mais dinâmico. Com isso quero mostrar que há um “cenário reciclável” nesses perfis, permitindo a concatenação de profissionais no exercício das atividades.

Com pequenos ajustes na alocação de profissional por hora teremos de imediato uma mudança de entendimento de como aplicar o tempo. O profissional experiente pode direcionar-se a novos aprendizados e especializações, enquanto o de menor expertise com uma carga maior de horas no trabalho pode enriquecer seu conhecimento no próprio ambiente, a fim de melhorar seu rendimento e ser classificado como sênior por seu crescimento e dedicação à empresa, como um atributo extra na meritocracia profissional.

O cenário em que não é preciso que o profissional permaneça 8 horas no ambiente de trabalho já existe, mas é preciso disseminar essa tendência, como, por exemplo, propor que não existam mais cargos que ultrapassem a carga de 6 horas/dia, após o período de aprendizado.

Você acha que a conta não bate? Bate sim, pois estou considerando outro ajuste no horário de início e término das atividades diárias da empresa para equilibrar o tempo atual do profissional e o tempo que a empresa precisa para manter o ritmo de produção existente. Ainda levemos em conta que nem todos os profissionais são necessários 100% do tempo (e muitas vezes eles nem se dedicam 100% do tempo a atividade fim).

O outro ponto que auxiliará a todos é que nos moldes atuais o mercado está exigindo, de um único profissional, cada vez mais especializações, certificações, MBAs, mestrados, PHDs, idiomas, que parece não ter fim. Nesse ritmo as pessoas precisam se melhorar cada vez mais tendo que permanecer na empresa 9 horas diárias, aprimorar os estudos no período de 3 a 4 horas, se locomover entre seus objetivos e ainda cuidar dos compromissos pessoais, familiares e esportes, mas cumprir tudo isso quando? Talvez no mesmo horário em que deveriam descansar, ou melhor, dormir.

Nesse modelo as empresas não precisarão exigir muitas qualificações de um mesmo profissional, o que por vezes trás um generalista, poderão assim encontrar especialistas mais competentes e deverão ter o profissional apenas no tempo necessário à função, sem sobreposições que prejudicam seu desempenho na finalidade fim, e contratar quantos profissionais forem necessários para manter o melhor padrão. Além de poder fazê-lo de maneira mais direcionada e na ocasião que se adequar melhor a necessidade do mercado, como períodos sazonais, inovações, tendências, etc., incluindo a isso a facilidade de reposicionamento de atividades comerciais.

O tempo reduzido do profissional no ambiente não prejudicará o retorno empresarial se este retorno estiver alinhado com controle de objetivos e aliado do acompanhamento dos resultados, afinal existem diversas metodologias que nos permitem enxergar todo esse desenho, além de contratos de confidencialidade, etc. E, curiosamente, em um caso que encontrei a respeito de menor carga de trabalho por profissional houve melhoria da produtividade (pasmem) em 35%, extraído da redução do retrabalho, motivação e empenho, pontos que entram em baixa com o passar do tempo e foram resgatados nesse novo modelo.

Na visão empresarial, o corpo organizacional passa a contar com: uma força de trabalho maior; flexibilidade de horários; redução no risco de perda de conhecimento/processo produtivo em virtude da troca de profissional; atuação de pares para as principais funções (lembro que um dos maiores custos da perda de profissionais envolve a perda de conhecimento); estímulo competitivo e distribuição de conhecimento intrínsecos e melhoria na oferta de emprego ao mercado devido a flexibilizações dos horários de trabalho.

Com a redução todo o mercado pode expandir, sendo: profissional, empresarial, pessoal, social e econômico. Onde posso enumerar alguns pontos:

  • o profissional terá uma perspectiva melhor quanto sua qualidade de vida a medida em que avança em conhecimentos ou resultados;
  • poderá dedicar melhor o seu tempo, inclusive empregando sua expertise em outras áreas/assuntos/empresas (empresas sim, isso traz melhorias de visão pessoal e crescimento, estão aí os conselheiros para demonstrar isso);
  • aumento da produtividade;
  • resultados melhores e maiores oriundos do aumento de foco;
  • maior dinamismo decorrente da troca constante de experiências e visões no processo;
  • aumento do consumo e melhoria do convívio pessoal (parte pela expansão das vagas e distribuição do horários);
  • redução das taxas de stress, estafa, descontentamento.

Esta mudança de cenário irá proporcionar outra característica sócio econômica vantajosa, tente descobrir onde podemos chegar a partir desse pequeno ajuste que atinge um degrau melhor para todos. E que isso ajude a melhorar o índice de desenvolvimento social o quanto antes.

Após pensar sobre esse assunto, veja também o tópico que se une a essa vertente: Existe melhoria entre preço de mercado, custo, benefício e responsabilidade social.

[Crédito da Imagem: Qualidade de Vida – ShutterStock]

Autor

Atuante em tecnologia, processos, metodologias e adquirindo experiência com as áreas do conhecimento, Pensando no hoje, no amanhã e como chegaremos lá melhor. http://br.linkedin.com/pub/fabio-oliveira/55/b0/959/

Fabio Oliveira

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