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O cinquentão mainframe

publicado por Wilson Laia

O cinquentão mainframeO lendário Mainframe comemorou seu 50º aniversário no último dia 07 de Abril de 2014, tendo sobrevivido a muitas previsões de sua morte iminente. Eu, particularmente, comecei a trabalhar com o Mainframe em meados dos anos 80. Como muitos outros profissionais de TI, comecei como Operador. Essa foi a base para o início de muitos de nós, da Área de TI, ora iniciando como Operador, ora como Fitotecário, ora como Programador COBOL ou PL /1 ou até mesmo Assembler.

Em comparação com as linguagens disponíveis hoje, tais como o Work Flow Language (WFL), o  Job Control Language (JCL) parecia ser crítico e primitivo em um Mainframe Burroughs (mais tarde adquirido pela Sperry Univac).

O JCL também não tinha o poder de comandos UNIX e dos shell scripts. Em alguns aspectos, muitos pensavam que IBM significava “É melhor fazê-lo manualmente”.

Muitos “Mainframers” (profissionais de Mainframe) foram ridicularizados pelos “nerds” do UNIX que previram que o Mainframe seria extinto em breve.

Muitos “Mainframers” (profissionais de Mainframe) foram ridicularizados pelos “nerds” do UNIX que previram que o Mainframes seria extinto em breve.

Apesar de algumas das suas deficiências, o Mainframe sobreviveu. E porque? Lou Gerstner, ex-CEO da IBM, a quem é creditado o fato de ressuscitar as fortunas da Big Blue, escreveu em seu livro “Who Says Elephants Can’t Dance?” (Quem Disse Que os Elefantes Não Podem Dançar) sobre como a mudança de tecnologia bipolar de semicondutores para CMOS fez o Mainframe muito atrativo em termos de uma relação preço-desempenho. Com este movimento nos anos 90, a IBM reinventou a si própria e também ao Mainframe.

Embora a estrutura básica do Mainframe continua a mesma, ele tem passado por algumas alterações ao longo dos anos. O z/OS ganhou uma cara de UNIX na forma de UNIX System Services (USS).

Isso, finalmente, possibilitou a capacidade de se digitar um comando UNIX depois de invocar um shell OMVS em um ambiente TSO e acessar um arquivo UNIX a partir do JCL. A linguagem de comandos melhorada, também, com a introdução de REXX para TSO.

Embora a estrutura básica do Mainframe continue a mesma, ela tem passado por algumas alterações ao longo dos anos. O z/OS tem uma cara de UNIX na forma de UNIX System Services (USS). Isso possibilitou, finalmente, que a capacidade de digitar um comando UNIX depois de invocar um shell OMVS em um ambiente TSO e acessar um arquivo UNIX do JCL. A linguagem de comandos melhorou também, com a introdução de REXX para TSO.

Assim, o ressurgimento da Plataforma Alta foi impulsionado também pelo advento de um concorrente de peso: a Arquitetura Distribuída (Cliente-Servidor).

IBM, em seguida, montou na onda do eCommerce, introduzindo o WebSphere Application Server no Mainframe. Agora o Java, a linguagem nativa da web, pode ser executado também no Mainframe. Com processamento de transações CICS on-line, Bancos de Dados relacionais do DB2 e filas de mensagens MQ, formando uma infraestrutura de software robusto em um hardware já robusto, o Mainframe transforma-se num verdadeiro “burro de carga” para o processamento de transações web de forma segura, rápida e confiável.

Tornando  web-enable (pronto para a web) a maior parte do software, tais como CICS COBOL, ajudou a casar com os componentes mais recentes, com a enorme quantidade de lógica de negócios legado investido no mainframe. Além disso, o Mainframe também sobreviveu as estórias de horror após Y2K, quando os clientes repartiram uma grande quantidade de dinheiro para os prósperos consultores e suas ferramentas esotéricas.

Outros desenvolvimentos mais recentes, que impressionou muita gente, incluem orientação a objetos e capacidades de manipulação de XML em COBOL. O Rational Developer para z/OS, que coloca uma poderosa interface gráfica de fácil utilização no front-end, está atraindo desenvolvedores mais jovens para substituir os chamados “dinossauros” como muitos de nós, que em breve poderão em breve aposentar-se.

Este estímulo aliado a iniciativas dos grandes fabricantes de Mainframe que visam capacitar profissionais, especialmente na América do Norte, onde se estima que há um enorme déficit de profissionais, pode alavancar a necessária reciclagem de profissionais com skillset de Mainframe, e tornar mais atraente enveredar-se ao mundo Mainframe para aqueles que nunca consideraram esta possibilidade.

Por último, mas não menos importante, existem os famosos Redbooks da IBM, que são muito fáceis de usar em comparação aos documentos secos e insípidos do passado.

O Mainframe é um ícone Americano, assim como o Boeing 747 e o iPhone entre outros. Longa vida ao Mainframe, que nasceu antes que muitos de nós tivéssemos nascido e possivelmente vai durar mais do que todos nós.

Fonte:

http://enterprisesystemsmedia.com/article/in-honor-of-the-ibm-mainframe1
http://www.itweb.com.br/noticias/index.asp?cod=60821
http://mainframebrasil.com.br/blog/?p=39
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mainframe#Hist.C3.B3ria
http://itmarketstrategy.com/2010/06/24/migrate-from-mainframe-to-what/

[Crédito da Imagem: Mainframe – ShutterStock]

Autor

Executivo sênior da Área de TI com uma carreira de 41 anos na área, tendo atuado em grandes multinacionais, tais como: IBM Brasil, Software AG Brasil, Hildebrando Brasil, braço de TI do Grupo TELMEX, Case Brasil, Emerson e Beloit Industrial. Board Member - Board Club, Head of Projects - Agent of Industry 4.0 Prosperity and Development no IDCA - International Data Center Authority, atuando nas Iniciativas de Internacionalização Brasil-Portugal. Membro do Hard Core da Excelência Holding e do Sistema Excelência Holding. MBA em TI pela FGV, Pós-graduado Babson College-USA. Especialista em Data Centers com certificações do IDCA - International Data Center Authority. Certified DCM – Data Center Manager ® - IDCA – USA Certified DCE – Data Center Engineer ® - IDCA – USA Certified DCTP – Data Center Technology Professional ® - IDCA – USA Certified DCOS – Data Center Operations Specialist ® - IDCA – USA Certified DCOM – Data Center Operations Manager ® - IDCA – USA Certified DCIS – Data Center Infrastructure Specialist ® - IDCA – USA Certified DCES – Data Center Engineering Specialist ® - IDCA – USA Certified DCIE – Data Center Infrastructure Expert ® - IDCA – USA Possuí uma combinação única de Vendas, Tecnologia, Infraestrutura de TI (Mainframe, Unix, Linux, Windows), Consultoria (Serviços Profissionais ou Professional Services), suporte técnico, Redes no Brasil, América Latina, América do Norte e no mercado Europeu. A larga experiência na área de TI, lhe confere uma rara oportunidade de conhecer quase todos os segmentos desta área, inclusive em startups de empresas, garantindo uma navegabilidade em todas as plataformas e tecnologias vista em poucos profissionais, o que aliado ao conhecimento estratégico que envolve a área, o credencia a discorrer sobre vários assuntos pertinentes em TI.

Wilson Laia

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