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Arquitetos de TI: Afinal de contas, o que faz este profissional?

publicado por Francisco J S Fernandes

Tem se tornado mais frequente a busca das empresas pelos chamados “Arquitetos” em TI. Mas o que não está claro para muita gente, ainda, é exatamente aonde este profissional se encaixa, quais são suas atividades e que tipos de Arquitetos existem.

Falemos, então,  um pouco sobre o assunto, começando na década de 90. Naquele momento, TI experimentava o começo da Era da Internet. Os mainframes ainda dominavam o mercado, a computação pessoal estava crescendo, mas as empresas ainda torciam o nariz para mudar plataformas e inovarem. Foi a época do downsizing, onde a onda era partir para soluções em arquitetura de pequeno e médio porte, baseadas em redes locais. Como até então tudo estava centralizado em uma plataforma única, era fácil seguir um padrão e fazer com que toda a empresa falasse a mesma língua.

Mas com a diversificação de plataformas, o que se ratificou nos anos 2000, começou a fazer falta alguém que pudesse determinar, de acordo com a aplicação a ser desenvolvida e o negócio, a arquitetura e o desenho em alto nível das soluções.  Além das equipes de desenvolvimento (com seus analistas, programadores e gerentes), faltava alguém que pudesse enxergar a empresa como um todo, conectasse as aplicações e serviços, tivesse também visão do negócio e desenhasse uma topologia que pudesse agregar valor ao negócio, com o menor custo possível, máxima flexibilidade e facilmente atualizável. Faltava alguém que conhecesse as novas tecnologias a fundo, a ponto de poder escolher as melhores soluções de acordo com as necessidades de negócio.

Com o mainframe, nada disso era necessário, ja que quase sempre tínhamos que desenvolver aplicações usando o que estava disponível (quem nunca teve que adequar os objetivos do seu sistema à tecnologia disponível ?). Com uma estruturação matricial, as empresas quase sempre tinham seus profissionais mais técnicos voltados para suas aplicações. A alta gerencia acabava responsável pelas decisões de alto nível, mesmo as de cunho técnico, mas cada vez mais estas decisões precisavam de acompanhamento técnico especializado para serem tomadas. O Arquiteto é hoje o responsável, em três diferentes dimensões, por executar este papel: Enterprise Architect, Solutions Architect e o Technical Architect. A figura abaixo ajuda um pouco a explicar a área de atuação de cada profissional:

O Enterprise Architect tem um foco maior na estratégia dá empresa, com uma visão de TI como um todo e nos objetivos de negócio. O Technical Architect tem foco maior, obviamente, na tecnologia. É expert em uma ou mais tecnologias, e normalmente suporta o trabalho em alto nível do Solutions Architect e do Enterprise Architect. Já o Solutions Architect fica no meio do caminho. Como é responsável por desenhar soluções e criar alternativas, conhece um pouco de cada coisa, o suficiente pra definir alternativas e propor soluções em alto nível.
Claro que as funções destes três tipos acabam tendo vários pontos de overlap. Mas a especialização ajuda a criar profissionais mais bem preparados para nichos específicos. Também é comum um mesmo profissional desempenhar mais de um papel como Arquiteto. Obviamente, a função de Arquiteto requer não só conhecimentos técnicos. Numa posição estratégica e com relacionamentos com CIOs, CEOs, presidentes e diretores, é necessário que o Arquiteto tenha bem desenvolvido os chamados “soft skills”. Entretanto, um conhecimento básico é comunicação. Não estou falando de escrever apenas. Estou falando de ser capaz de comunicar uma ideia, de sintetizar o que pensa e rapidamente apresentar um discurso (Elevator speech). Estou falando de saber falar em público. Obviamente isso não é natural para todos, mas é um diferencial que com certeza fará o arquiteto ganhar espaço e credibilidade. Lembre-se: o Arquiteto equivale a uma posição de liderança muitas vezes, pelo menos num âmbito técnico.
Portanto, conhecer princípios de gestão de pessoas e de projetos não fará mal algum. Como me formo um Arquiteto? Não são muitas as opções atualmente, mas algumas empresas de treinamento já incluiram em suas grades cursos para formação de Arquitetos. Mas já existem certificações voltadas para o cargo, e a principal é a do The Open Group (http://www.opengroup.org/), antigamente denominada ITAC e que agora se chama Open CA (The Open Group Certified Architect). Muito reconhecida no exterior, ainda está engatinhando no Brasil. Mas cada vez mais tem sido reconhecida como diferencial em RFPs (requisições de propostas). Boa sorte!

Autor

Profissional de IT e apaixonado por tecnologia, Francisco é Arquiteto de Soluções com mais de 25 anos de experiencia no mercado de TI em diversas empresas como BID, HP, EDS, Fininvest, Unibanco, Banco Nacional e Sul America Seguros. Escrever é um dos seus hobbies e, além de tecnologia, é aficionado por música, viagens, fotografia e futebol. Meus contatos são: LinkedIn: http://br.linkedin.com/in/franciscojsfernandes E-mail: kikofernandes@gmail.com Twitter: @kikofernandes71

Francisco J S Fernandes

Comentários

3 Comments

  • buen post, sigue asi, te encontre en google y seguire tus post, un saludo

    • Muchas gracias

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